A inflação no Brasil, embora sob controle desde o lançamento do Plano Real em 1994, ainda exerce um impacto significativo no poder de compra da população. O valor do real, que começou sua jornada como uma promessa de estabilidade econômica, perdeu uma quantidade impressionante de seu valor ao longo dos anos.

De acordo com dados mais recentes, uma simples análise mostra que R$ 100 de 1994 equivalem hoje a apenas R$ 12,70 em 2025. Esse dado reflete como a desvalorização da moeda afeta diretamente o bolso do brasileiro, diminuindo o poder de compra, principalmente em tempos de instabilidade econômica.

A Desvalorização ao Longo do Tempo

Quando o real foi introduzido em 1994, o Brasil enfrentava uma hiperinflação que beirava os 5.000% ao ano. O Plano Real foi um marco na tentativa de controlar essa situação, estabilizando a economia e resgatando a confiança da população. Porém, como qualquer economista pode explicar, a inflação é uma característica constante da economia, e mesmo com um controle efetivo, os efeitos da inflação acumulada podem ser devastadores.

De 1994 até março de 2025, a inflação no Brasil, medida pelo IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), acumulou 686,64%. Ou seja, o valor das cédulas foi corroído ao longo dos anos por diversos fatores econômicos, resultando na perda de valor do real. Hoje, por exemplo, uma nota de R$ 1 de 1994 equivale a apenas R$ 0,13 em termos de poder de compra atual.

Impacto da Inflação no Cotidiano

A inflação não é apenas uma estatística abstrata; ela afeta o dia a dia de todos. Quando os preços aumentam, mas os salários não acompanham essa elevação, o impacto é direto na compra de bens essenciais. Alimentos, combustíveis e energia elétrica são alguns dos itens que mais sofrem com as variações da inflação. Além disso, a instabilidade econômica provoca um aumento nos preços de muitos produtos e serviços, forçando a população a gastar mais para manter o mesmo nível de consumo.

Como lembra o economista Robson Gonçalves, “a inflação significa que, se você colocar um determinado valor em dinheiro no bolso hoje e conseguir comprar algumas coisas, daqui a alguns meses ou anos, você não conseguirá comprar as mesmas coisas”. Portanto, a perda do poder de compra não é apenas uma abstração econômica, mas algo que afeta diretamente a capacidade de consumo da população.

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Comparando a Desvalorização do Real com Outras Moedas

A desvalorização do real, embora significativa, não é exclusiva do Brasil. Outros países enfrentaram situações semelhantes. Nos Estados Unidos, por exemplo, US$ 1 de 1994 hoje vale cerca de US$ 0,47. O que diferencia os países é o ritmo e a intensidade dessa desvalorização, sendo que, no Brasil, ela foi mais irregular e intensa, refletindo a instabilidade política e econômica.

O Brasil teve um longo período de incertezas econômicas, mas desde o lançamento do real, a moeda passou a ser mais confiável. No entanto, a inflação ainda tem efeito direto sobre a vida dos brasileiros, impactando o orçamento familiar e, consequentemente, o poder de compra.

Os Picos Históricos da Inflação no Brasil

Embora a criação do real tenha controlado a hiperinflação, o Brasil viveu picos de inflação após 1994. Em 1995, logo após o lançamento da nova moeda, a inflação anual foi de 22,41%. Em 2002, a inflação subiu novamente para 12,53%, e em 2015, chegou a 10,67%. O ano de 2021 também trouxe inflação elevada, de 10,06%, refletindo os impactos da pandemia de Covid-19. Esses picos de inflação demonstram que, mesmo com políticas econômicas mais estáveis, o Brasil ainda enfrenta dificuldades para manter o controle total sobre os preços.

Como o Banco Central Combate a Inflação

O Banco Central do Brasil adota a taxa Selic como principal ferramenta para controlar a inflação. Essa taxa influencia diretamente os juros cobrados no crédito e no financiamento. O objetivo do BC é manter a inflação dentro de uma meta estipulada pelo Conselho Monetário Nacional. Porém, fatores externos, como a oscilação cambial e os preços internacionais de commodities, podem interferir no sucesso dessa estratégia.

O Futuro do Real: Confiabilidade ou Risco?

Apesar da perda de valor, o real continua sendo uma moeda confiável em comparação com o período anterior ao Plano Real. O Brasil não voltou a experimentar hiperinflação, e o sistema monetário do país se consolidou ao longo dos anos. Mas o futuro da estabilidade monetária dependerá da manutenção de políticas econômicas responsáveis, controle da inflação e redução do endividamento público.

Para o real continuar a ser uma moeda estável, o Brasil precisará seguir implementando reformas que aumentem a previsibilidade econômica e a confiança nas políticas fiscais. Enquanto isso, os brasileiros continuam a sentir os efeitos da inflação em seus bolsos, especialmente no supermercado, nos postos de gasolina e nas contas de energia elétrica.

A trajetória do real desde 1994 mostra como a inflação, mesmo quando controlada, ainda impacta profundamente o poder de compra da população ao longo do tempo. A moeda brasileira perdeu boa parte de seu valor, mas, com as políticas econômicas adequadas, o país pode continuar a garantir a estabilidade do real no futuro. A chave para isso é a manutenção de um controle eficiente da inflação e o fortalecimento das bases econômicas do Brasil.

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