Por Bianca Sampaio
Comunicação CFC
O Grupo Latino-Americano de Emissores de Normas de Informações financeiras (Glenif) realizou, na última terça-feira (29), webinar “Entenda os impactos das IFRS de Sustentabilidade na América Latina”.
O seminário foi transmitido ao vivo pelo canal do Glenif no Youtube e contou com a participação de especialistas sobre sustentabilidade e finanças. Foram mais de 1,2 mil visualizações na plataforma, e cerca de 850 inscrições.
A abertura do evento e a moderação foi realizada pelo presidente do Glenif, José Luiz R. Carvalho, que destacou a importância do debate sobre a aplicação das normas na América Latina. José Luiz enfatizou que é necessário o aumento das divulgações da implementação das normas, em cada uma das jurisdições, o que traz maior transparência, conhecimento, uma maior comparabilidade das informações e, portanto, oportunidades de negócios.
Em seguida, o gerente de Relações Ibero-Americanas da Fundação IFRS, Arturo Rodríguez, explicou como opera o International Sustainability Standards Board (ISSB, na sigla em inglês) e abordou as definições das normas IFRS S1 e IFRS S2.
Ele trouxe conceitos gerais sobre as normas e sobre as questões climáticas. Pontuou que “a informação é material relativamente sem importância se a sua omissão, deturpação ou ocultação puder influenciar razoavelmente as decisões tomadas pelos investidores”. Rodríguez ressaltou que a definição de materialidade, facilita o entendimento pela equipe de contabilidade e sustentabilidade, para que tenham uma mesma linguagem e permite que trabalhem sob a mesma definição.
Arturo falou sobre os quatro pilares (governança, estratégia, gestão de riscos, métricas e objetivos) que estruturam as normas S1 e S2. “Os três pilares iniciais, governança, estratégia, gestão de riscos, são pilares qualitativos, a divulgação é qualitativa. Já o quarto pilar é distinto, pois concentra-se especificamente em métricas e objetivos, ou seja, a divulgação é quantitativa”, explicou.
Esses pilares ajudam a transmitir um entendimento genérico, para um específico. Isto é, como uma organização está incorporando questões estratégicas em suas operações, como está gerenciando os riscos e oportunidades operacionais e finalmente, em como fornece dados concretos, quantitativos, sobre esses diferentes tópicos.
Na sequência, a Diretora do Glenif pelo Conselho Mexicano de Normas de informação financeira, Elsa Beatriz García Bojorges, falou sobre as normas S1 e S2 em relação a conectividade com a informação financeira, os riscos e oportunidade relacionados com a sustentabilidade.
Ela destacou que atualmente com os tópicos de sustentabilidade, pode-se analisar e obter informações do ambiente e inferir se é possível encontrar algumas organizações que antes de um risco eminente em alguma situação relevante faça a análise e conclua que não pode ser mais uma preocupação constante.
“Uma organização sustentável é aquela que em seu panorama do futuro não vê limitações para continuar com uma preocupação constante, se a conclusão for que a empresa não pode mudar, não pode se renovar e encontrar uma linha que permita a continuidade de suas atividades”. Então, avaliações contábeis teriam que entender no sentido de punir alguns ativos ou utilizar alguns valores líquidos de realização.
Elsa afirmou que o relatório de Sustentabilidade é uma ferramenta que promoverá ações de sustentabilidade, que ajudarão a praticar e proteger o ambiente e vislumbrar o desenvolvimento social inclusivo e em termos gerais, um ambiente sustentável global.
Já a representante do Glenif no Sustentanability Standards Advisory Forum (SSAF, na sigla em inglês), Rocío Garrido, falou sobre o trabalho na região latino-americana para a implementação das normas. Explicou sobre a representatividade da América Latina dentro do SSAF, que é um grupo de participação de consulta em nível global, onde estão representados todos os países e todas as regiões que trabalham com as IFRS e tem por objetivo contribuir para a divulgação de questões de sustentabilidade, desenvolvendo normas e sua aplicabilidade nos países latino-americanos.
Garrido explicou sobre como a América Latina pode implementar as novas normas em nível regional, mas também a nível nacional e de diferentes geografias representadas pelos países participantes do Glenif, oferecendo capacitação, painéis de discussão de desafios de considerações regulatórias locais.
Rocío enfatizou que as normas foram bem recebidas globalmente e que estão trabalhando para que as normas publicadas sejam compreendidas e sejam implementadas e aplicadas igualmente em todas as jurisdições. Ela afirmou que os desafios para a América Latina são vários e diferentes de outras geografias e regiões, mas quando se tem uma comunicação e ações em conjunto, existe um avanço exponencial em comparação com outras regiões.
Já a coordenadora da comissão permanente de sustentabilidade (CPS) do Glenif, Laura Graciela Accifonte, destacou os impactos das normas S1 e S2 na América Latina e pontuou as ações da comissão.
Logo após, Arturo Rodrigues informou que as consultas às normas estão abertas a qualquer organização global que queira dar sua perspectiva e que sempre é importante ter vozes latino-americanas nos processos de normas internacionais, por ser um processo participativo bastante transparente.
O moderador, José Luiz, finalizou destacando que esse é o primeiro webinar do Glenif e que vários outros serão apresentados para levar mais informações sobre esse tema aos países Latino-Americanos.
Fonte: CFC
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