O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de novembro foi de 0,89%, 0,03 pontos percentuais acima da taxa de outubro (0,86%). Essa é a maior variação para um mês de novembro desde 2015, quando o IPCA foi de 1,01%.

PeríodoTaxa
Novembro de 20200,89%
Outubro de 20200,86%
Novembro de 20190,51%
Acumulado no Ano 3,13%
Acumulado nos 12 meses4,31%

No ano, o indicador acumula alta de 3,13% e, em 12 meses, de 4,31%, acima dos 3,92% observados nos 12 meses imediatamente anteriores.

Em novembro de 2019, a variação havia sido de 0,51%.

Dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados, sete tiveram alta em novembro. A maior variação (2,54%) e o maior impacto (0,53 p.p.) vieram, mais uma vez, do grupo Alimentação e bebidas, que acelerou frente a outubro (1,93%). A segunda maior contribuição (0,26 p.p.) veio dos Transportes (1,33%). Juntos, os dois grupos representaram cerca de 89% do IPCA de novembro. Os Artigos de residência (0,86%), por sua vez, desaceleraram em relação ao mês anterior (1,53%), assim como Vestuário (0,07% em novembro, frente à alta de 1,11% em outubro). Os demais grupos ficaram entre a queda de 0,13% em Saúde e cuidados pessoais e a alta de 0,44% em Habitação.

GrupoVariação (%)Impacto (p.p.)
OutubroNovembroOutubroNovembro
Índice Geral0,860,890,860,89
Alimentação e bebidas1,932,540,390,53
Habitação0,360,440,050,07
Artigos de residência1,530,860,060,03
Vestuário1,110,070,050,00
Transportes1,191,330,240,26
Saúde e cuidados pessoais0,28-0,130,04-0,02
Despesas pessoais0,190,010,020,00
Educação-0,04-0,020,000,00
Comunicação0,210,290,010,02
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Índices de Preços

A aceleração verificada no grupo Alimentação e bebidas (2,54%) ocorreu principalmente devido às altas mais intensas em alguns itens do subgrupo alimentos para consumo no domicílio (3,33%), a exemplo das carnes (6,54%) e da batata-inglesa (29,65%). As variações desses dois componentes em outubro haviam sido de 4,25% e 17,01%, respectivamente. Além disso, os preços de outros alimentos importantes na cesta das famílias, como o tomate (18,45%), o arroz (6,28%) e o óleo de soja (9,24%) seguem em alta. No lado das quedas, o destaque foi o leite longa vida, com queda de 3,47%.

A alimentação fora do domicílio também acelerou na passagem de outubro (0,36%) para novembro (0,57%), influenciada especialmente pela refeição (0,70%). Destacam-se ainda as altas de cerveja (1,33%) e refrigerante e água mineral (1,05%), que haviam registrado quedas no mês anterior (de 0,36% e 1,21%, respectivamente).

Nos Transportes (1,33%), a maior contribuição no índice do mês (0,08 p.p.) veio da gasolina (1,64%), cujos preços subiram pelo sexto mês consecutivo. Entre os combustíveis (2,44%), destaca-se ainda a alta de 9,23% do etanol, com impacto de 0,06 p.p. no resultado de novembro. Cabe mencionar também as variações positivas dos automóveis novos (1,05%) e usados (1,25%), que aceleraram ante o mês anterior (quando registraram 0,61% e 0,35%, respectivamente).

Ainda em Transportes, ressalta-se que a queda de 0,15% verificada em ônibus urbano é consequência da redução de 3,19% nas tarifas praticadas em Porto Alegre (-1,92%), vigente desde 9 de novembro.

Os preços dos Artigos de residência subiram 0,86% em novembro, variação menor que a de outubro (1,53%). A desaceleração se deu principalmente em função do resultado dos artigos de tv, som e informática (-1,02%), cujos preços haviam subido 1,07% no mês anterior. Além disso, a alta dos eletrodomésticos e equipamentos (0,72%) foi menos intensa que a de outubro (2,38%). Já os itens de mobiliário (1,48%) apresentaram variação similar à anterior (1,55%), contribuindo com cerca de 0,02 p.p. no índice do mês.

O grupo Vestuário (0,07%) também desacelerou em novembro, influenciado principalmente pelas quedas nos preços das roupas masculinas (-0,33%) e dos calçados e acessórios (-0,19%). No lado das altas, os destaques foram as joias e bijuterias (0,96%), cujos preços subiram em todos os meses de 2020 e acumulam alta de 14,75% no ano.

A queda em Saúde e cuidados pessoais (-0,13%) decorre especialmente do recuo nos preços dos perfumes (-1,90%) e dos artigos de maquiagem (-7,44%). Por outro lado, os produtos para pele subiram 3,25%, contribuindo com 0,01 p.p. no resultado de novembro.

Em Habitação (0,44%), os maiores impactos no índice do mês vieram do aluguel residencial (0,44%) e do gás de botijão (1,37%), ambos com 0,02 p.p. Quanto ao gás encanado (1,57%), a alta observada no mês se deve ao reajuste de 6,25% nas tarifas no Rio de Janeiro (5,45%), que passou a valer no dia 24/11, retroativo a 1º de novembro, após decisão judicial. Já o item taxa de água e esgoto variou 0,32% em função dos reajustes de 5,88% em uma das concessionárias de Porto Alegre (0,19%), em vigor desde 1º de outubro, e de 3,32% em Belo Horizonte (2,90%), vigente desde 1º de novembro.

Ainda em Habitação, o resultado da energia elétrica foi de 0,01%, com variações que foram desde a queda de 1,72% em Belém até a alta de 3,69% em Goiânia, onde houve reajuste de 2,57% nas tarifas, válido desde 22 de outubro. Também houve redução de 0,63% em Brasília (-0,09%) e reajuste em uma das concessionárias de Porto Alegre (0,74%) e de São Paulo (-0,59%) de 6,58% e de 3,87%, respectivamente. Apesar disso, em São Paulo, houve redução na alíquota de PIS/COFINS em uma das concessionárias pesquisadas, o que fez com que o resultado da área tenha ficado negativo.

Todas as áreas pesquisadas apresentaram alta em novembro. O maior resultado ficou com o município de Goiânia (1,41%), em função das altas das carnes (9,11%) e da energia elétrica (3,69%). Já o menor índice foi registrado em Brasília (0,35%), influenciado pela queda nos preços da gasolina (-0,68%) e do aluguel residencial (-0,63%).

RegiãoPeso Regional (%)Variação (%)Variação
Acumulada (%)
OutubroNovembroAno12 meses
Goiânia4,170,851,413,074,51
Salvador5,990,451,173,364,66
Rio Branco0,511,371,104,685,31
São Paulo32,280,891,043,274,24
São Luís1,621,101,013,464,98
Vitória1,860,910,973,684,56
Belo Horizonte9,691,080,953,414,49
Curitiba8,091,020,872,533,91
Campo Grande1,570,910,875,266,65
Fortaleza3,230,830,804,235,56
Porto Alegre8,610,630,802,343,51
Rio de Janeiro9,430,590,692,433,66
Belém3,941,180,483,074,90
Aracaju1,030,870,423,204,33
Recife3,920,820,364,005,00
Brasília4,061,020,352,263,92
Brasil100,000,860,893,134,31

O IPCA é calculado pelo IBGE desde 1980, se refere às famílias com rendimento monetário de um a 40 salários mínimos, qualquer que seja a fonte, e abrange dez regiões metropolitanas do país, além dos municípios de Goiânia, Campo Grande, Rio Branco, São Luís, Aracaju e de Brasília.

Para o cálculo do índice do mês, foram comparados os preços coletados entre 28 de outubro e 27 de novembro de 2020 (referência) com os preços entre 29 de setembro e 27 de outubro de 2020 (base). Cabe lembrar que, em virtude da pandemia de COVID-19, o IBGE suspendeu, no dia 18 de março, a coleta presencial de preços nos locais de compra. A partir dessa data, os preços passaram a ser coletados por outros meios, como pesquisas realizadas em sites de internet, por telefone ou por e-mail.

INPC varia 0,95% em novembro

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor – INPC do mês de novembro teve alta de 0,95% enquanto, em outubro, havia registrado 0,89%. Esse é o maior resultado para um mês de novembro desde 2015, quando o índice foi de 1,11%. No ano, o INPC acumula alta de 3,93% e, nos últimos doze meses, de 5,20%, acima dos 4,77% registrados nos 12 meses imediatamente anteriores. Em novembro de 2019, a taxa foi de 0,54%.

Os produtos alimentícios subiram 2,65% em novembro enquanto, no mês anterior, haviam registrado 2,11%. Já os não alimentícios apresentaram alta de 0,42%, após registrarem 0,52% em outubro. Regionalmente, todas as áreas apresentaram variação positiva no mês, conforme mostra a tabela a seguir. O município de Goiânia (1,40%) apresentou o maior resultado, principalmente em função das altas observadas nas carnes (9,43%) e na energia elétrica (3,78%). O menor índice, por sua vez, ficou com a região metropolitana de Belém (0,36%), por conta do recuo nos preços da energia elétrica (-1,72%).

RegiãoPeso Regional (%)Variação (%)Variação Acumulada (%)
OutubroNovembroAno12 meses
Goiânia4,430,811,403,615,29
São Paulo24,600,951,214,305,36
Vitória1,910,941,185,055,75
Salvador7,920,461,163,995,27
Rio Branco0,721,471,105,476,11
São Luís3,471,121,023,425,30
Belo Horizonte10,351,090,994,115,24
Curitiba7,371,090,973,184,72
Campo Grande1,731,050,956,247,71
Fortaleza5,160,860,924,796,14
Porto Alegre7,150,680,813,224,40
Rio de Janeiro9,380,690,793,164,34
Brasília1,971,040,512,984,38
Aracaju1,290,750,443,454,57
Recife5,600,850,414,825,84
Belém6,950,940,363,065,02
Brasil100,000,890,953,935,20

O INPC é calculado pelo IBGE desde 1979, se refere às famílias com rendimento monetário de um a cinco salários mínimos, sendo o chefe assalariado, e abrange dez regiões metropolitanas do país, além dos municípios de Goiânia, Campo Grande, Rio Branco, São Luís, Aracaju e de Brasília.

Para o cálculo do índice do mês, foram comparados os preços coletados no período de 28 de outubro a 27 de novembro de 2020 (referência) com os preços vigentes no período de 29 de setembro a 27 de outubro de 2020 (base).

Por Agência de Notícias IBGE

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Fonte: Contabilidade na TV
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