Esta semana é marcada pelo Dia Mundial do Veganismo (1/11), tema que inspira a atuação de micro e pequenas empresas. O crescimento da alimentação mais natural, sem carne e preferencialmente à base de plantas ganha destaque entre pequenos negócios que encontram nesse nicho uma oportunidade de diferenciação no mercado.
Na Vila Madalena, em São Paulo (SP), a chef Priscilla Herrera comanda o restaurante Banana Verde há 19 anos. Reconhecido como o melhor vegetariano do Brasil pela premiação Prazeres da Mesa 2023, o negócio une a riqueza da gastronomia brasileira ao propósito de uma alimentação vegetariana e vegana com saúde e sustentabilidade. Ela observa que cada vez mais pessoas estão conectadas com o propósito.
“Eu acredito que esse mercado tem muito potencial para se expandir porque as pessoas estão cada vez mais conscientes sobre saúde, longevidade e sustentabilidade. Vejo que as pessoas estão mais abertas para uma alimentação vegetariana ou vegana mesmo que seja aos poucos”, avalia a chef.

Para ela, o diferencial do negócio é trabalhar com propostas responsáveis dentro e fora da cozinha, considerando a importância do cultivo, produção e destinação de insumos, levando conscientização e sabor natural em cada prato.
Preferimos trabalhar com propósito do que fazer mais do mesmo. Também temos a missão de deixar um legado de um restaurante que se preocupa com a preservação das nossas florestas e mostrar para as pessoas que a alimentação com essa proposta pode ser muito saborosa e gostosa.
Priscilla Herrera, chef
A analista de Competitividade do Sebrae Nacional, Jane Blandina, explica que o sucesso do negócio é saber muito bem quem é o seu público. Ela explica que, antes de qualquer coisa, é preciso entender a demanda, as limitações, os perfis de consumo e o estilo de vida.
“É preciso ter muito claro qual é a proposta de valor do seu negócio. Vai ser uma culinária gourmet? Vai ser um fast food casual? Vai ser comida de alto valor nutricional? Vai proporcionar experiências acessíveis? E claro, não esquecer de fazer uma gestão de fornecedores, mapeando produtores locais e de capacitar bem a equipe para lidar com ingredientes diferenciados”, recomenda Blandina.

No gosto do freguês
Em Curitiba (PR), a empresária Maria Bonamigo sabe o valor de ouvir os clientes. Desde 2008, ela assumiu a gestão do restaurante Jeito Mineiro disposta a adaptar o cardápio para atender o gosto do público da região central da cidade.
É uma região que tem muito turista, mas também pessoas que trabalham nas redondezas. Oferecemos uma comida de qualidade sem perder a essência com muita variedade.
Maria Bonamigo, empreendedora
Com um buffet de saladas bem variado, ela consegue atender os clientes que preferem uma comida mais natural. Com o tempo, começou a receber relatos de pessoas que compartilhavam que eram vegetarianas e veganas. “Substituímos a proteína animal de alguns pratos com opções mais leves, tiramos o bacon da couve, por exemplo, e não usamos gordura animal nos preparos. Nossos temperos são todos frescos”, comenta.
De acordo com Blandina, a decisão do restaurante mais tradicional optar por um cardápio diferenciado passa pela escuta dos clientes, principalmente os mais fiéis. “Pode começar inserindo aos poucos para avaliar a receptividade do seu público. É importante criar opções completas, saborosas, nutritivas”, indica.

De geração em geração
Em Belo Horizonte (MG), a microempreendedora individual Amanda da Silva Almeida se dedica ao ofício de fazer pães artesanais e outros alimentos com receitas especiais sem leite e ovo desenvolvidas pelo seu avô, José Alcides. Já com a sua mãe Márcia, ela aprendeu a fazer pães recheados e sanduíches naturais com opções vegetarianas e maionese vegana.
Nós produzimos com exclusividade para atender quem qualquer tipo de restrição alimentar. Fazemos pães integrais, produtos sem açúcar, sem lactose, vegetariano e agora estamos criando uma linha zero glúten.
Amanda da Silva Almeida, empreendedora
A pequena fábrica da Pão d’Alegria funciona dentro da sua casa em espaço próprio de onde saem variados produtos, além dos pães e sanduíches. A produção é vendida para lanchonetes dentro do campus da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) onde não há muitas opções vegetarianas ou veganas disponíveis. Além disso, Amanda recebe encomendas que entrega com ajuda do marido.
“Estamos expandindo nossas vendas para outras áreas da cidade e nos organizando para em breve entrar em aplicativos de pedidos”, revela. A analista do Sebrae Nacional ressalta que atuar no mercado vegetariano requer atenção dos empreendedores na precificação e comunicação transparente.
“Alguns insumos vegetarianos e veganos ainda são muito mais caros e perecíveis. Então planejar, fazer uma gestão de estoque é fundamental para esses produtos. É preciso também ter uma comunicação transparente porque esses consumidores são extremamente exigentes. Precisa rotular bem os pratos para evitar qualquer tipo de problema”, aconselha Blandina.
Fonte: SEBRAE
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