A Mentoria Reversa é um assunto muito comentado principalmente nas corporações. E um dos benefícios dessa técnica é que ela pode trazer inovações ao dia a dia, porque é um verdadeiro convite para modificar a forma com que colaboradores, e gestores, enxergam o dia a dia do seu trabalho.
Grandes empresas estão fazendo isso no mundo todo, porque é uma forma saudável de se reinventar. E não é só isso.
Pode até virar o próprio negócio em um futuro próximo. Quando você faz isso, de certa forma, também está aplicando a Mentoria Reversa.
Vale a pena estar atento a essa tendência. Eu passei a usar esse conceito no nosso grupo empresarial, porque estamos sempre buscando o novo e querendo aperfeiçoar as nossas práticas o que nada mais é do que se reciclar, e se existe um incentivo para toda a equipe participar, como ocorre na mentoria executiva, o resultado pode ser exponencial.
O processo se dá da seguinte forma: imagine o mentor como uma pessoa sênior que, por consequência, tem mais experiência, conhece bastante o mercado, o tema da mentoria e tem vontade de repassar sua experiência para o outro.
Do outro lado, tem alguém que está começando, acabou de dar o start na carreira e tem uma grande ambição, quer crescer.
Obviamente, se colocarmos a pessoa que está começando perto de quem tem experiência e conhece a empresa e o negócio, a mais jovem crescerá mais rápido. No entanto, existem alguns dilemas na Mentoria Reversa para resolver. O primeiro é gente.
Não temos tanto mentor nem tanto mentee qualificados. Logo, é preciso definir um pré-requisito, ou seja, fazer uma busca na qual colocaremos detalhes de quem é esse iniciante que procuramos. E, da mesma forma, teremos que criar um perfil de quem fará a orientação.
É óbvio que tentaremos enquadrar pessoas no mentee que tenham perfil de crescimento e que se enquadram no negócio, ou que desejam ser tornar gerente, diretor e até CEO nas grandes empresas, para tocar o negócio para frente.
Pessoas que também gostam de gente, de compartilhar e falar, obviamente, serão ótimos mentores. Então, encontraremos os perfis para que a afinidade aconteça.
O mentee se vê no futuro como o mentor, e o mentor se identifica como ele foi no passado, olhando para o mentee. Quando isso acontece dizemos que deu match. Ou seja, as pessoas se conectaram, e podem evoluir em conjunto. Aí começa haver uma troca.
Imagine uma agenda. Abrimos no mês de abril, que tem quatro semanas. Mentor e mentee se encontrarão toda quinta-feira, pelo menos uma hora por dia, para discutir os temas definidos. Neste momento, traçamos uma orientação para que as pessoas atinjam um objetivo em comum.
Por exemplo, quem está no papel do mentor é um diretor financeiro; no papel de mentee é alguém que está começando.
Eles começam a falar de como funciona esse universo, tendências, novidades, medos e desafios. Nesse momento, ambos avaliam um ao outro. Passado esse primeiro instante, eles farão uma reunião final.
Nessa etapa, dentro da Global Mentoring, ocorre o que chamamos de quatro Cs, que são:
Conexão (falamos do match, de como eles se encontram)
Contrato (o que será feito, quais são os objetivos etc)
Condução (a efetividade disso, os encontros, como e quando irão acontecer, será presencial ou on-line)
Conclusão (quando ocorrerão os feedbacks, em que o mentee e o mentor, poderão evoluir)
Enfim, teremos um quadro perfeito de Mentoria Corporativa.
Mas, afinal, o que é Mentoria Reversa?
Na Mentoria Reversa os papéis se invertem. Quem está começando, quer crescer, virar mentor, e quem é sênior e já conhece o negócio, a empresa, vira mentee.
E como acontece? Como é que muda? Simplesmente mudando o tema da empresa.
No início deste artigo, falamos do mundo financeiro. Agora, em vez disso, traremos, por exemplo, as redes sociais, mas pode ser qualquer outro.
No tema redes sociais, a pessoa com experiência é aquela que está começando e tem ambição de crescer. E ela, neste caso, virará mentor e orientará o profissional mais experiente. Quando isso acontece, temos como mentor a pessoa menos experiente, o que chamamos de Mentoria Reversa.
É lógico que existem alguns nós, nem tudo são flores. Mas são contratempos que precisamos resolver quando implantamos um programa de Mentoria Reversa, ou um programa de Mentoria em que existe a Mentoria Reversa.
Por ser menos experiente, pode ser que não tenha tanta paciência e vontade de somar com o mentee, que pode ser uma pessoa muito experiente, mas tem dificuldade no mundo digital. Aí a Mentoria Reversa começa a encontrar alguns problemas.
Pode ser também, e eu já vi acontecer, pessoas seniores com grande bagagem na carreira estarem aptas a trabalhar no digital, porque se identificam e querem aprender. Quando isso acontece, temos as condições ideais para o match ocorrer, e essa relação (os quatro Cs), como um todo, funcionar. Para isso, é preciso que o sênior trabalhe bem com o mentee.
Você pode aplicar esse programa no seu negócio como empreendedor ou como funcionário de uma grande empresa.
Primeiro, olhe os talentos, as pessoas que realmente têm vocação para trabalhar com o digital. Aí você começa a se aproximar para saber mais sobre o dia a dia delas. Quando isso acontece, temos a Mentoria Reversa acontecendo. Trazemos energia nova, e um formato novo, para aplicar no negócio.
Tenho trabalhado muito a reciclagem dentro de nossas imersões, para conhecer novos ambientes de negócio.
Já fui a Lisboa, Londres, Vale do Silício, Cambridge. Enfim, a ideia é que você como empresário, consultor, mentor, coach ou empreendedor possa conhecer mais e saber para onde o mundo está indo, e o que você pode trazer de novo para reinventar a forma como conduz o seu trabalho.
Por Claudio Brito é mentor de mentores e CEO Global Mentoring Group, um grupo internacional focado na alta performance de mentores, baseado nos Estados Unidos.
O post Mentoria Reversa: Uma forma diferente de enxergar o dia a dia de trabalho apareceu primeiro em Rede Jornal Contábil – Contabilidade, MEI , crédito, INSS, Receita Federal .
Fonte: Jornal Contábil
Abertura de empresa em São Bernardo do Campo com o escritório de contabilidade Dinelly. Clique aqui