O Monitor do PIB-FGV sinaliza, na análise da série dessazonalizada, crescimento de 1,7% na atividade econômica no 1º trimestre, em comparação ao 4º trimestre de 2020 e retração de 2,1% em março, em comparação a fevereiro. Na comparação interanual a economia cresceu 1,6% no 1º trimestre e 5,2% em março.

O desempenho positivo da economia no 1º trimestre, comparado ao 4º de 2020, surpreendeu. Este crescimento foi observado tanto nos três grandes setores de atividade, quanto nos componentes da demanda. No entanto, na comparação mensal, o fraco desempenho de março, frente a fevereiro mostra a fragilidade deste crescimento dado o acirramento das medidas de isolamento social em diversas cidades brasileiras. A necessidade de adoção dessas novas medidas de isolamento foi devida à piora da pandemia no Brasil com o aumento do número de casos de contágio e de mortes a partir do final de fevereiro. Estes resultados evidenciam a importância da aceleração do processo de vacinação da população como o primeiro passo para que a economia possa crescer de forma mais sustentável a longo prazo.” afirma Claudio Considera, coordenador do Monitor do PIB-FGV.

Neste relatório, foi realizado exercício adicional com relação a série com ajuste sazonal uma vez que a pandemia de Covid-19 exerceu influência nos fatores sazonais de 2020 que podem não estar realmente relacionados a sazonalidade.

Alguns institutos de estatística internacionais estão analisando esses impactos  e, por esta razão, além do ajuste sazonal habitual que contempla o período de janeiro de 2003 a março de 2021, foi realizado na série do Monitor do PIB-FGV também o ajuste sazonal para 2020 e 2021 considerando os fatores sazonais referentes a 2019.

Os resultados mostram que, caso os fatores sazonais da série do PIB utilizados sejam aqueles do período de 2000 até 2019, a taxa de variação do 1º trimestre de 2021 seria de 1,0%, inferior à de 1,7% observada considerando todo o período de 2000 até o 1º trimestre de 2021. De forma semelhante, o resultado da taxa de variação do PIB em março de 2021 seria, no caso do fator sazonal do período de 2000 a 2019, de 2,6%, acima da retração de 2,1% registrada quando se estima o fator sazonal do período completo (2000 ao 1º trimestre de 2021).

ANÁLISE DESAGREGADA DOS COMPONENTES DA DEMANDA

A análise gráfica desagregada dos componentes da demanda foi feita na série trimestral interanual por apresentar menor volatilidade do que as taxas mensais e aquelas ajustadas sazonalmente, permitindo melhor compreensão da trajetória de seus componentes.

Consumo das famílias

O consumo das famílias retraiu 1,2% no 1º trimestre em comparação ao mesmo período do ano passado. Conforme apontado no Gráfico 5 do Press Release, foi registrado crescimento apenas no consumo de produtos duráveis (8,2%). Em contrapartida, o consumo das famílias de serviços, segue sendo o principal responsável pelo desempenho ainda negativo do consumo, com queda de 2,8%.

Formação bruta de capital fixo

A FBCF cresceu 10,4% no 1º trimestre, em comparação ao mesmo período do ano passado. Todos os componentes da FBCF apresentaram crescimento, embora o componente de máquinas e equipamentos seja o principal responsável por este elevado crescimento da taxa trimestral da FBCF. Este forte crescimento é devido a importação de plataformas de exploração de petróleo. Nesta divulgação ainda não foram atualizadas as informações referentes as alterações na contabilização das plataformas de exploração de petróleo na FBCF.

Exportação

A exportação cresceu 0,5% no 1º trimestre, em comparação ao mesmo período do ano passado. Os segmentos exportados que contribuíram para esse pequeno crescimento foram principalmente os bens de capital e os bens de consumo, impulsionados pelo crescimento do consumo de não duráveis e de duráveis. Já os produtos exportados que apresentaram quedas no trimestre foram os produtos agropecuários, os bens intermediários e os serviços.

Importação

A importação apresentou crescimento de 6,5% no 1º trimestre, em comparação ao mesmo período do ano passado. Este resultado foi influenciado, principalmente, pelo crescimento elevado de bens intermediários, embora a importação dos produtos da extrativa mineral também tenha apresentado forte crescimento. Em contrapartida, a importação de serviços, segue contribuindo negativamente para o indicador apesar de ter apresentado queda menor que as registradas no segundo semestre do ano passado.

MONITOR DO PIB-FGV EM VALORES

Em termos monetários, estima-se que o PIB do primeiro trimestre de 2021, em valores correntes, foi de 2 trilhões, 113 bilhões e 057 milhões de Reais.

TAXA DE INVESTIMENTO

O Gráfico 9 do Press Release, destaca em duas linhas as médias das taxas de investimento: a de cima mostra a média das taxas de investimento trimestrais desde o 1º trimestre de 2000 (17,9%); a de baixo, a média das taxas de investimento trimestrais desde o 1º trimestre de 2015 (15,8%). Observa-se que a taxa de investimento no 1º trimestre de 2021 foi de 17,1%, na série a valores correntes. Este resultado mostra uma taxa de investimento acima da taxa de investimento média trimestral considerando o período desde 2015, embora abaixo da taxa de investimento média desde 2000. Conforme já mencionado, nesta divulgação ainda não foram atualizadas as informações referentes as alterações na contabilização das plataformas de exploração de petróleo na FBCF.

Por Portal IBRE FGV

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Fonte: Contabilidade na TV
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