O autor de sucessos como as novelas “Escrava Isaura” (1976), “Vale Tudo” (1988), “Pátria Minha” (1994) e “Celebridades” (2003), Gilberto Braga morreu na noite desta terça-feira (26). Ele lutava contra a síndrome de Alzheimer e, desde a última sexta-feira (22), estava internado por causa de uma infecção após a perfuração do seu esôfago.

Bernardo Araújo, sobrinho de Gilberto Braga, declarou ao portal G1 que o tio tinha desenvolvido outros problemas de saúde nos últimos anos, como a hidrocefalia. O autor também passou por cirurgias na coluna e no coração. Já estava tendo forças para caminhar.

Gilberto estava casado com o decorador Moura Brasil desde 2014. Na segunda-feira, 1° de novembro, o autor iria completar 76 anos.

Uma das novelas dele, “Paraíso Tropical” (2007), seu último folhetim na Rede Globo, foi indicada em 2008 ao Emmy Internacional. Essa novela está sendo reprisada pelo Canal Viva.

Em 2015, ele se uniu aos autores Ricardo Linhares e João Emanuel Carneiro para escreverem a novela “Babilonia”, que foi um dos maiores fracassos do horário das 21 horas.

Um dos maiores sucessos de Gilberto Braga que marcou uma época e criou moda, foi a novela Dancin’ Days (1978), que tinha no elenco principal, Sônia Braga e Glória Pires, que viviam mãe e filha.

O país parou para saber Quem matou Odete Roitman

A novela “Vale Tudo” (1988) parou o país no seu último capítulo, todo mundo queria saber quem matou Odete Roitman (Beatriz Segall)? O assassinato da milionária mobilizou o país. A novela trouxe a discussão sobre honestidade e desonestidade no antagonismo entre mãe e filha: a íntegra Raquel Accioli (Regina Duarte) é o oposto da filha Maria de Fátima (Glória Pires), jovem inescrupulosa e com horror à pobreza.

Gilberto Braga nasceu no bairro de Vila Isabel, zona norte do Rio de Janeiro. Cursou a faculdade de Letras na Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, depois foi professor de francês na Aliança Francesa e em seguida ingressou no jornal O Globo como crítico de teatro e cinema.

Estreou na Rede Globo em 1973, escrevendo textos para o programa “Casos Especiais”. Em 1974, ao lado do autor Lauro César Muniz, escreveu a novela “Corrida do Ouro”, grande sucesso da época que marcava a estreia de Gilberto como novelista. Outra parceria com Lauro César foi a novela “Escalada”, estrelada por Tarcísio Meira. Em 1975, Gilberto Braga colaborou com Janete Clair na autoria da novela “Bravo!” e a substituiu quando ela teve que preparar outra trama para o lugar de “Roque Santeiro”, de Dias Gomes, cuja exibição foi proibida pela censura militar no dia da estreia. Com a proibição, ela escreveu então aquele que se tornaria um dos maiores sucessos, a novela “Pecado Capital”.

Finalmente em 1976, ele escreveria sua própria novela, “Escrava Isaura”, que lançava Lucélia Santos como atriz. A trama fez sucesso no Brasil e foi vendida para vários países, tornando um grande sucesso em todos eles.

Ele recentemente estava trabalhando no texto que seria uma das próximas novelas das 18 horas, baseada no romance “Vanity Fair” de William Makepeace Thackeray (1811). A história já tinha 80 capítulos escritos e teria como diretor Dennis Carvalho. Porém, em agosto deste ano, a Rede Globo desistiu de produzir a novela. A emissora estava preocupada com a saúde do autor, que já estava bastante debilitado.

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Fonte: Jornal Contábil
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