No início desta semana, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que a equipe econômica tem até o fim da semana para decidir como compensar o que deixará de ser arrecadado pelo recuo no decreto sobre a cobrança de Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). O anúncio trouxe à tona preocupações sobre a previsibilidade da política fiscal brasileira e seus impactos diretos sobre operações cambiais e investimentos internacionais.
Entre as medidas anunciadas, está o aumento da alíquota do IOF para 3,5% em compras internacionais realizadas com cartão de crédito. A mudança contraria o cronograma de redução progressiva do imposto, estabelecido em 2022, que previa a eliminação total da cobrança até 2029, compromisso assumido como parte do processo de adesão do Brasil à Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).
Para Tainara Cabrini, sócia da Cabrini Assessoria Contábil, o recuo do governo na alteração das regras do IOF evidencia a complexidade e os desafios na formulação de políticas fiscais que equilibram a necessidade de arrecadação com a estabilidade econômica e a confiança dos investidores.
Na última quinta-feira (22), o governo anunciou o aumento do IOF sobre uma série de operações de crédito, como parte de um pacote para impulsionar a arrecadação de impostos e tentar controlar o déficit nas contas públicas. Inicialmente, o governo havia anunciado um aumento da alíquota do IOF de 0% para 3,5% sobre aplicações de fundos de investimento brasileiros em ativos no exterior. A medida foi cancelada no mesmo dia sob a justificativa de que fosse interpretada como uma tentativa de controlar a saída de recursos do Brasil.
“Essa decisão foi justificada pela necessidade de evitar especulações sobre os objetivos da política econômica e preservar a confiança dos investidores.No entanto, outras alterações no IOF foram mantidas, como o aumento da alíquota para compras internacionais com cartão de crédito, que passou a ser de 3,5%. Essa medida contraria o cronograma de redução progressiva do IOF estabelecido em 2022, que previa a eliminação total do imposto sobre operações cambiais até 2029, como parte do processo de adesão do Brasil à OCDE”, explicou Cabrini.
Do ponto de vista contábil, é fundamental que empresas e profissionais da área acompanhem atentamente as atualizações na legislação tributária. “Mudanças como essa exigem uma revisão estratégica nas operações internacionais e um cuidado redobrado na adequação fiscal”, orienta Tainara.
Ela destaca, ainda, que uma política fiscal coerente, estável e alinhada com os compromissos internacionais do país é essencial para garantir a confiança dos investidores e a saúde da economia brasileira.
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Contabilidade em SBC é com a Dinelly. Fonte da matéria: Jornal Contábil