Com tantos documentos, cargas tributárias e leis para as empresas, o Brasil é o país onde as corporações mais gastam tempo com tributos. De acordo com o Banco Mundial, uma organização nacional dispende 1.958 horas por ano com obrigações tributárias — seis vezes mais do que os demais países da América Latina e Caribe, cuja média anual é de 332 horas. Diante de tantos entraves, como os empresários podem se organizar? E quem pretende abrir uma empresa, como lidar com tanta burocracia?
“O primeiro entrave para abrir uma empesa é a carga tributária elevada, mas o que é ainda pior é a complexidade legal do Brasil, bem como, a burocracia na apuração de tributos”, afirma Fagner Souza, líder da área de tax da Mazars, auditoria e consultoria empresarial. “A quantidade de declarações é muito grande. A apuração na Europa é mais simples. São basicamente dois tributos: um sobre a renda e outro sobre as operações (i.e.: circulação de bens e serviços)”.
Outro comparativo importante é o tempo gasto na abertura de uma empresa. “Em países de primeiro mundo, o empresário consegue abrir sozinho a sua empresa. Acessa o site, em cerca de 20 minutos faz o cadastro e, em algumas horas, está com tudo pronto. Agora, no Brasil, se não tiver um especialista, não consegue, pois além de termos inúmeros formulários específicos, caso coloque qualquer ponto ou vírgula no lugar errado, é preciso refazer”, acrescenta Luis Carlos dos Santos, diretor da Mazars, responsável pela área tributária.
Além do tempo gasto e da atenção no preenchimento dos formulários, o empresário também precisa estar atento à classificação da atividade. “Como cada área tem a sua carga tributária, inserir a atividade errada pode impactar no pagamento de um tributo maior ou menor do que o devido”, alerta Santos.
As obrigações acessórias também impactam na rotina das empresas. São declarações mensais, trimestrais e anuais que registram informações sobre a empresa. Através delas, o contribuinte informa ao governo (federal, estadual ou municipal) a receita efetivada, os tributos apurados e os encargos gerados sobre os salários pagos pela empresa.
Por conta dessa grande quantidade de declarações, a vantagem de quem terceiriza para uma empresa especializada, além da redução de custos, é o ganho de produtividade nos negócios de, no mínimo, 30%. “Outro ponto fundamental para quem investe em terceirização (BPO), é que a empresa contratada fica responsável por tudo, ou seja, por monitorar e alertar mudanças na legislação e nas datas de entregas”. O mais importante, segundo Santos, é que a empresa não precisa se preocupar com a contratação de profissionais qualificados para essa área nem com o alto investimento sistêmico, pois isso também é de responsabilidade da terceirizada.”
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Fonte: Jornal Contábil
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