Além da preocupação com a saúde da população mundial, a pandemia do coronavírus também tem provocado graves danos às finanças das empresas. As restrições a atividades econômicas durante a crise geram apreensão no mundo dos negócios e fazem com que os gestores busquem maneiras de contornar os impactos.
Neste cenário de instabilidade, é preciso estar atento para garantir a sustentabilidade de seus negócios em meio à queda nas vendas. Éder Mutinelli, sócio-líder de consultoria da Mazars, preparou sete dicas para amenizar os impactos econômicos nas organizações.
1. Concentre-se no caixa
Preocupe-se em construir liquidez, mesmo que sua posição seja “devedora”. Monitore o caixa diariamente com um horizonte de tempo de, pelo menos, 15 dias.
2. Gaste com moderação
Seja seletivo nos gastos. Antes de desembolsar alguma quantia, pergunte-se ao menos três vezes: “É necessário? É imprescindível? Não dá para esperar?”. Mesmo que as respostas sejam “sim”, negocie o prazo e os parcelamentos.
3. Atenção aos seus créditos
Em relação aos seus créditos (ativos e contas a receber), monitore-os diariamente. Avalie aqueles de maior risco para a realização e cuide-os em caráter diferenciado. Para aqueles que apresentarem potenciais evoluções de risco de não recebimento, negocie descontos e abatimentos.
Se tiver posições em renda variável, olhe para o futuro. Não tome decisões movidas pela emoção. Consulte mais de um especialista. Eles poderão ter visões diferenciadas e te ajudar nas tomadas de decisão.
4. Classifique os seus débitos
Em relação aos seus débitos (obrigações diversas a pagar), classifique-os em grupos distintos: tributos, serviços públicos, empréstimos financeiros, fornecedores de bens ou serviços e salários, por exemplo. Se o seu fluxo de caixa comportar, assegurando o nível de caixa adequado para o seu negócio, cumpra-os, mas sempre olhando para o futuro. Ou seja, tenha o mínimo de segurança de que o caixa será resposto.
Lembre-se que já há fontes de financiamentos e formas de postergar pagamentos com juros e incentivos suportados por bancos e pelo governo. Caso tenha que priorizar, dê tratamento diferenciado a cada um deles.
No caso dos tributos, quase que diariamente são noticiadas condições de prorrogação dos prazos para pagamentos. O mesmo acontece com os empréstimos bancários. Neste caso, tenha atenção especial com as taxas de juros. Não se deixe ser “explorado” por conta do momento, ainda que no futuro você possa vir a discutir judicialmente esses custos. Assegure continuidade na relação com os agentes financeiros.
5. Categorize os seus fornecedores
Com os fornecedores, se tiver que priorizá-los, classifique-os segundo a natureza dos serviços ou produtos. Separe em três grupos: essenciais, permanentes e eventuais. Se tiver que priorizar o grupo dos permanentes, leve em conta a capacidade do fornecedor suportar o momento. Insista na negociação. Todos estão se adaptando para abrir concessões e receber.
6. Não atrase salários
Se o seu negócio exigir, negocie uma redução salarial acompanhada de diminuição de jornada ou lay-off (suspensão temporária do contrato de trabalho), mas evite atrasar os pagamentos. Isso é a pior coisa que pode acontecer. Os custos sociais e a perda de eficiência são desastrosos.
7. Cogite a terceirização
Avalie a hipótese de terceirizar as eventuais negociações a pessoas e empresas competentes. Se puder, concentre-se em atividades que te ajudam a gerar riqueza e caixa para o negócio.
Assegure a sua saúde pessoal e também das pessoas que te cercam. Mantenha-se equilibrado emocionalmente e acredite que, com trabalho planejado, colaborativo e bem direcionado, os obstáculos serão superados.
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Fonte: Jornal Contábil
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