O papel da área financeira na implementação de medidas ESG

A integração de indicadores e informações Ambientais, Sociais e de Governança (ESG) com as tradicionais Demonstrações Financeiras (DFs) tem se tornado um imperativo estratégico para organizações ao redor do mundo. À medida que a conscientização sobre essas questões cresce, as empresas estão cada vez mais sendo cobradas pelos seus stakeholders, não apenas por sua performance financeira, mas também por suas ações, que buscam mitigar riscos e aproveitar as oportunidades que levarão à impactos de curto, médio ou longo prazos sobre seus negócios. 

Nesse cenário, a área financeira desempenha um papel crucial na implementação e gestão das práticas ESG e podemos citar seis práticas, que estão elencadas abaixo, como promotoras para uma integração bem-sucedida.

  1. Avaliação e alocação de recursos: para implementar iniciativas ESG, é necessário investimento em tecnologias sustentáveis, treinamentos e práticas de governança, entre outros. Nesse sentido, a área financeira deve avaliar os custos para alocar os recursos de forma eficiente, garantindo que as iniciativas sejam financiadas adequadamente, sem comprometer a saúde financeira da empresa. 
  2. Gestão de risco: medir e monitorar esses riscos e oportunidades ESG é fundamental para assegurar que a empresa esteja preparada para lidar com os impactos que estão por vir, antecipando ações e planejando estratégias. Isso inclui a consideração de riscos regulatórios, de reputação e os associados a mudanças nas expectativas dos stakeholders. Além disso, a experiência que a área financeira possui em gestão de riscos e frameworks conceituados contribuirá também para reportes em ESG, como o COSO (Committee of Sponsoring Organizations of the Treadway Commission. 
  3. Relatórios e transparência: transparência é uma das principais demandas das práticas ESG e a área financeira, com sua experiência na preparação de relatórios, pode estender essa prática e apoiar na elaboração dos reportes de modo a refletir o desempenho da empresa em relação a suas metas ambientais, sociais e de governança.

    A área financeira deve contribuir e garantir que os dados ESG sejam precisos, verificáveis e estejam alinhados com normas e regulamentações internacionais, como os padrões da própria IFRS (International Financial Reporting Standards), por exemplo. 

  4. Engajamento com investidores: os investidores estão cada vez mais interessados em avaliar as práticas ESG das empresas. Para tanto, as informações divulgadas pelas corporações precisam passar por um processo de avaliação independente que garanta sua integridade.

    Até o final de 2024, deverão ser divulgadas as normas de auditoria que irão reger estas análises de averiguação dos relatórios de sustentabilidade, e permitir que as empresas independentes de auditoria externa atestem a confiabilidade das informações com o mesmo rigor que as financeiras já são submetidas atualmente.

    A área financeira deve desempenhar um papel ativo no engajamento com investidores, fornecendo informações claras e detalhadas sobre as iniciativas e resultados ESG da empresa. Além disso, ela deve acompanhar e adaptar-se às demandas dos investidores em relação a essas práticas, ajustando estratégias conforme necessário para atrair e reter investimentos. 

  5. Inovação e sustentabilidade: a área financeira também pode incentivar a inovação por meio de práticas sustentáveis. Investir em tecnologias e processos que reduzam o impacto ambiental trará benefícios a médio e longo prazos, tanto em termos de economia quanto de conformidade regulatória.

    Ações relacionadas à gestão energética, hídrica e de resíduos, incluindo a economia circular, são alguns exemplos de redução de custos e possível crescimento na receita. Deve-se avaliar o potencial de retorno sobre o investimento em inovação sustentável e apoiar projetos que não apenas atendam às metas ESG, mas também proporcionem vantagem competitiva. 

  6. Integração com estratégia corporativa: a área financeira é capaz de fazer essa integração com as operações diárias, como controle orçamentário, seja por meio do OPEX (Operational Expenditure), quanto do CAPEX (Capital Expenditure). Isso requer uma abordagem integrada na qual as práticas ESG são incorporadas nas decisões financeiras e estratégicas da empresa.

Como conclusão, é possível afirmar que a integração das medidas ESG nas operações corporativas é um processo complexo que requer uma abordagem multifacetada e integrada. E a área financeira desempenha um papel central na avaliação, alocação de recursos, gestão de riscos, relatórios e engajamento com investidores. Além disso, ela pode promover a inovação sustentável e assegurar que as iniciativas ESG estejam alinhadas com a estratégia corporativa.  

Ao desempenhar essas funções, a área financeira não apenas contribui para o sucesso das práticas ESG, mas também fortalece a posição da empresa no mercado e garante sua sustentabilidade a longo prazo.

O papel da área financeira na implementação de medidas ESG

Artigo escrito por Filipe Monteiro atua na área de Sustentabilidade da Protiviti, empresa especializada em soluções para gestão de riscos, compliance, ESG, auditoria interna, investigação, proteção e privacidade

por Image Comunicação

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Fonte: PORTAL CONTNEWS
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