Todo mundo que possui cartão de crédito precisa ficar de olho no crédito rotativo, que é um recurso disponível para qualquer titular de cartão. Só que, se não for bem utilizado, ele pode provocar uma dívida difícil de pagar.
Os brasileiros têm enfrentado dificuldade para manter as contas em dia e, em 12 meses, dobrou o número de atrasos nos pagamentos no rotativo do cartão de crédito. Dados do Banco Central mostram que, em novembro, 19,13% dos clientes que usaram o rotativo tiveram atraso nos pagamentos entre 15 e 90 dias. O percentual é praticamente o dobro do visto um ano antes, quando estava em 9,68%.
Imprevistos acontecem e, se falta dinheiro para alguma necessidade no mês, o cartão de crédito é um bom recurso para ajudar nessa hora, pois permite o parcelamento de uma compra ou até a compra à vista, mas com pagamento somente no dia do vencimento da fatura.
Mas, para evitar pagar juros muito altos, entenda o que é o crédito rotativo, como funciona e em quais situações ele pode ser usado.
O que é crédito rotativo?
O crédito rotativo do cartão é um tipo de empréstimo dado aos clientes que fazem o pagamento da fatura até a data de vencimento em valor superior ao valor mínimo, mas inferior ao valor total da fatura.
Quando a fatura chegar, se o valor total não for pago até a data limite, a diferença entre o valor pago e o valor total entra no rotativo. O crédito é concedido quando clientes pagam um valor menor que o total da fatura, mas superior ao mínimo definido pelo banco.
A diferença entre o valor total da fatura e aquele que foi pago até a data de vencimento vira crédito rotativo. Esse empréstimo tem juros. Tanto os juros quanto o valor pendente de pagamento deverão ser quitados na fatura seguinte.
O prazo máximo para uso do crédito rotativo é de 30 dias, até o vencimento da fatura seguinte do cartão de crédito.
Mudanças nas regras
A nova regra do rotativo do cartão de crédito foi criada em abril de 2017 para que a dívida não acumule, cresça e vire uma bola de neve. Agora, o consumidor só pode fazer o pagamento mínimo de 15% do cartão por um mês. Na fatura seguinte, o banco não pode mais rodar a dívida. Ou o cliente paga o valor total ou ele precisa parcelar a dívida em outra linha de crédito, com o juro mais barato.
Essa linha de crédito para financiar a dívida do cartão que “rodou” do mês anterior deve ter juros menores que a taxa do rotativo. Até abril de 2017, o consumidor poderia pagar o mínimo da fatura por vários meses consecutivos, “rolando” a dívida. O problema é que os juros do cartão de crédito são um dos mais caros da economia. E a dívida muitas vezes ficava impagável.
Quais as consequências do não pagamento do crédito rotativo?
Caso você entre no crédito rotativo, não consiga pagar a dívida no fechamento da fatura seguinte e não aceite nenhuma outra forma de parcelamento do valor devido, você entrará para a lista de inadimplentes.
Se isso acontecer, além de poder ter o cartão bloqueado pela instituição financeira, você pode ter de pagar por:
- Juros remuneratórios, por dia de atraso sobre a parcela vencida ou sobre o saldo devedor não liquidado;
- Multa;
- Juros de mora (que é uma taxa percentual sobre o atraso do pagamento)
- Acesso restrito a novos créditos;
- Dificuldade em abrir uma conta corrente;
- Pedido de novo cartão de crédito negado.
Quais os cuidados com o crédito rotativo?
Se não houver outra saída e você tem que apelar para o crédito rotativo do cartão, é preciso atentar para alguns detalhes a fim de evitar uma bola de neve de dívidas:
- Fique sempre de olho na fatura;
- Conheça as taxas de juros cobradas no rotativo;
- Tome cuidado com as compras já parceladas;
- Anote os seus gastos para não se esquecer do parcelamento que você ainda deve pagar;
- Verifique se as parcelas cabem no seu orçamento. Caso contrário, entre em contato com o banco para tentar negociar melhores condições.
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Fonte: Jornal Contábil
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