Após longos quase três meses de paralisação da economia, foram iniciados diversos protocolos de reabertura da economia em vários estados e cidades do Brasil. Alguns mais avançados do que outros.
A medição mais precisa dos impactos desta inédita medida de fechamento da economia será expressa nos números da atividade econômica do segundo trimestre do ano. A projeção é que a economia encolha algo próximo a 6,50% este ano (PIB -6,50%).
A quarentena adotada até então, visava retardar o crescimento do número de infectados para que o sistema de saúde estivesse preparado para receber um número de infectados talvez superior aos leitos disponíveis.
O chamado achatamento da curva, a desaceleração momentânea do número de doentes para ganhar tempo de adoção de medidas de ampliação do número de leitos hospitalares, bem como, evitar muitos contaminados ao mesmo tempo necessitando de tratamento médico.
A verdade é que ainda não conseguimos identificar com precisão, se de fato chegamos ao pico da pandemia.
O número de infectados oscila, não apresenta diminuição contínua do número de doentes. Ora os números de infectados aumentam, ora marginalmente diminuem.
Mesmo diante deste cenário incerto quanto ao pico da epidemia, diversas medidas em direção a reabertura gradual foram tomadas.
No que consiste a reabertura gradual da economia? Basicamente consiste em um planejamento de reinício da economia em etapas, com prazos específicos para cada fase e atribuindo-se um nível de risco para cada tipo de negócios.
Serviços em que existe possibilidade de aglomeração e maior nível de contágio são reabertos posteriormente, como por exemplo: academias.
Os planos de reaberturas são idealizados e executados por estados e municípios e, apresentam algumas diferenças.
Resumidamente, as fases da reabertura são definidas conforme os riscos sanitários e aspectos econômicos e sociais. Atividades mais importantes economicamente, com maior impacto social, voltam antes.
A reabertura gradual da economia é o começo da volta à normalidade. É o primeiro passo em direção a recuperação econômica.
É a oportunidade dos pequenos empresários e autônomos voltarem as suas atividades e tentarem recuperar o tempo perdido para a quarentena.
Este primeiro passo aumenta o nível de confiança de empresários e consumidores, que claramente identificam um ambiente melhor de negócios. Cenário ainda desafiador, mas com sinal positivo em um horizonte lá adiante.
Veremos um grande impacto no crescimento econômico decorrente da retomada gradual das atividades.
Gradativamente, com a quebra do isolamento, as relações e interações sociais voltam a acontecer de forma mais próxima ao que era antes da pandemia.
No entanto, ao cotidiano foi adicionado um conjunto de medidas sanitárias protetivas. Vamos conviver por um bom período com medidas de precaução a transmissão do coronavirus. Diferente do que era nossa vida antes.
Diria que os temas mais palpitantes do momento dizem respeito a expectativa de prever como as relações sociais e econômicas serão alteradas de forma estrutural em decorrência do covid 19.
Hábitos de consumo adquiridos durante a pandemia irão permanecer? Muitas destas mudanças são apenas temporárias, incorporadas ao nosso cotidiano apenas durante a quarentena ou são mudanças de longo prazo? Home Office, reuniões de negócio online, praticar atividade física em casa, serviços de delivery em geral, serão o “novo normal”?
Adaptabilidade é uma característica que pode definir a sobrevivência de um negócio ou não. Os mais adaptáveis ao meio possuem maior chance de sobreviver, já disse Darwin.
Todos nós vamos precisar identificar se muitas destas mudanças chegaram para ficar e como isso afeta as nossas vidas.
Será um exercício de previsão que deverá ser praticado por todos. Se você não entende completamente as mudanças que estão em curso, como se preparar e adaptar-se. São tempos de muitas dúvidas e poucas certezas.
Por conclusão, conclamo os leitores a uma reflexão sobre os dois parágrafos anteriores. Muitos denominaram estas mudanças decorrentes da pandemia do covid 19 como o “novo normal”.
O “novo normal” veio pra ficar? Não, não me peçam para apresentar esta resposta. Caros leitores, não tenho resposta precisa a esta pergunta de “Um Milhão de Dólares”.
No entanto, vou me permitir um palpite: toda grande mudança ou tendência, identificada de forma majoritária ou consensual, tende a não se tornar realidade futuramente. Se todos estão falando que assim será, é porque talvez assim não o seja, ou seja em menor intensidade.
Durante a crise estes sentimentos ou projeções tendem a ser amplificados. Nas palavras de Nelson Rodrigues, “toda unanimidade é burra”. Um abraço a todos e até a próxima.
Por IVO BRANDÃO, especialista em finanças e Investimentos, sócio da Capitale Privato.
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Fonte: Jornal Contábil
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