Se por um lado a pandemia afetou significativamente alguns setores da economia brasileira, por exemplo o de eventos, por outro é possível observar que nem todo mundo foi impactado negativamente neste cenário tão adverso.
O setor imobiliário é um deles que, ao contrário do que os demais, tem vivido um bom momento.
Para o especialista em mercado imobiliário, Rafael Scodelario, isso revela que este segmento será um dos grandes impulsionadores a ajudar o Brasil a superar este momento difícil.
Não é um caminho fácil. Basta observar que a taxa básica de juros já passou por três altas neste ano e pelo jeito não vai parar por aí.
Segundo estimativa do Boletim Focus, a taxa Selic saiu da mínima histórica de 2% ao ano, atualmente está em 4,25% e pode encerrar o ano em 6,75%.
“Esse movimento certamente está profundamente relacionado às taxas de financiamentos imobiliários, pois está acelerando o mercado, pois as pessoas estão aproveitando a oportunidade para comprarem seus imóveis”, destaca Scodelario.
Basta observar que o número de contratos desse tipo fechado no primeiro semestre deste ano saltou 254%, para 4.013, em relação ao mesmo período do ano passado, segundo dados da Credihome, plataforma de crédito imobiliário multibanco, o que já confirma um valor de R$ 1,5 bilhão em empréstimos, acima dos R$ 1,2 bilhão originados em todo o ano passado na fintech.
Além disso, com os juros mais baixos, muita gente correu para comprar seu imóvel, ressalta o especialista, que é CEO do Grupo Esdodelar. “Esse movimento permitiu que muitas famílias pudessem comprar a casa própria, pois as prestações estavam mais baixas e dentro do orçamento doméstico”. No entanto, ele acredita que ainda com o aumento da taxa Selic, o mercado seguirá a pleno vapor:
“Sim, mesmo com um ou outro reajuste, ainda estamos numa fácil boa para quem deseja comprar imóvel, a demanda segue aquecida no mercado”, acrescenta Rafael Scodelario.
Dentre as principais razões para este aumento de demanda, o especialista destaca alguns: “A prestação muito próxima do valor do aluguel, a procura por conveniência na pandemia, como imóveis maiores ou em cidades próximas dos grandes centros, além da atratividade do segmento como alternativa de investimento, já que brasileiro sempre foi afeito a imóveis”.
De acordo com 18 empresas associadas à Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (ABRAINC), de modo geral, os lançamentos de imóveis somaram 28.470 unidades no período, contribuindo, assim, para uma alta de 45% na comparação com o mesmo intervalo do ano anterior.
“O que reflete essa boa oportunidade. Há imóveis à venda e por um preço acessível. Isso certamente vai incentivar a economia brasileira a retomar o caminho do crescimento que todo mundo está aguardando ansiosamente”, completa o especialista.
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Fonte: Jornal Contábil
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