“Há homens que lutam um dia e são bons, há outros que lutam um ano e são melhores, há os que lutam muitos anos e são muito bons. Mas há os que lutam toda a vida e estes são imprescindíveis.”

Bertolt Brecht

Antônio começou na informalidade, quando se oferecia para passear com cães e gatos. Hoje, tem uma microempresa em São Paulo para pets, com serviços de adestramento, creche, hotel, banho e veterinário. No Sertão nordestino, Ricardo, sem esperanças, jamais poderia imaginar que a sua vida iria mudar. A porta de entrada se abriu ao prestar serviços a partir da criação de cabras leiteiras. No Sul, Lucy oferece a melhor tainha na brasa, em Florianópolis, mas antes de chegar à mesa, o pescado movimenta toda uma cadeia no litoral catarinense.

Essas cenas são retiradas do cotidiano brasileiro. No momento em que se comemora, em 5 de outubro, o Dia da Micro e Pequena Empresa, a reflexão se dá em torno do papel do empreendedorismo como instrumento de mudança. Os empresários de pequenos negócios são um universo de formiguinhas que não cansam e movimentam bairros, comunidades, municípios, movem o país. São os imprescindíveis, que lutam o ano todo, lutam por uma vida.

Esse universo representa 95% das empresas brasileiras, 30% do nosso Produto Interno Bruto (PIB). São 20 milhões de pequenos negócios no país, sendo 12,6 milhões de microempreendedores individuais, com receita bruta anual de até R$ 81 mil; 6,8 milhões de microempresas, com renda anual de até R$ 360 mil; e 1,2 milhão de pequenas empresas com faturamento anual entre R$ 360 mil a R$ 4,8 milhões. Os imprescindíveis nunca desistem, sonham e acordam cedo em busca da realização.

‘Ter o próprio negócio’ é o segundo sonho mais comum entre os brasileiros (60%), sendo superado apenas pelo de ‘viajar pelo Brasil’ (60,6%) (GEM/2022). Sem fantasias ou roupa de gala, o empreendedorismo exige esforço e trabalho duro. Expressões como ‘matar um leão por dia’ se adaptam bem aos que decidem iniciar o próprio negócio. E mesmo na adversidade e nas crises ou dificuldades econômicas são essas empresas que mais contratam.

Em cenários positivos, como o que estamos vivendo agora, quando o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do Geraldo Alckmin apresenta uma projeção de crescimento para o PIB de 2,92%, a geração de empregos pelas MPE, mês a mês, chega a 80%. Em alguns estados, como no Piauí, esse percentual vai para 100%. As taxas de juros ainda representam um empecilho e precisam estar pari passu com os avanços alcançados até o momento. São demandas legítimas e urgentes que chegam com a necessidade de uma economia mais sustentável, ambiental e socialmente responsável.

O certo é que mais de 83 milhões de brasileiros estão envolvidos com o empreendedorismo. Por isso, esses empresários imprescindíveis carregam por onde vão a capacidade de assumir risco associado à incerteza, são inovadores e tomam decisões a todo momento. São líderes. Ao mesmo tempo, administram a empresa como donos de um negócio que precisa dar certo, pois fracassar representa a própria derrota. São resilientes, pois nunca desistem. E se não dá certo, levantam e começam tudo novamente.

Os desafios dessas empresas são vários, mas o acesso a crédito chama a atenção. Há linhas de crédito, mas isso não significa que esses empresários podem utilizá-las. Somente cerca de 20% de toda a concessão de crédito para PJ vão para os pequenos negócios. Por outro lado, essas empresas têm vantagens, pois possuem maior flexibilidade e capacidade de adaptação diante das mudanças no mercado.

O papel dos pequenos negócios é fundamental para diminuir as desigualdades. Como presidente do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), assumi a responsabilidade da construção de um pacto em torno da sustentabilidade do segmento. Estamos à frente de uma série de parcerias com diferentes áreas do governo federal e do Congresso Nacional, além de um conjunto de outras instituições públicas e privadas.

Com o Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome, vamos traçar políticas de inclusão por meio do empreendedorismo. A meta é promover a inserção socioeconômica de cerca de 1 milhão de pessoas inscritas no Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal (CadÚnico); em outra frente, estamos trabalhando com os bancos públicos para garantir crédito com aval; com a Cufa, estamos levando capacitação para o empreendedorismo nas favelas.

São parcerias que vão gerar mais empregos, reduzindo as desigualdades que ainda assolam o país. Meu compromisso é trabalhar pelos pequenos negócios como locomotivas imprescindíveis de inclusão produtiva. Hoje, o Sebrae já é a sexta marca mais forte do país, está presente em todo o país. Nossa preocupação é atuar nas mais diversas áreas que permitam minimizar as diferenças sociais e garantam melhor distribuição de renda.

Com um pé no presente, mas um olhar para o futuro, os pequenos negócios já estão inseridos na agenda do Global Sul. O Inova Amazônia já investiu R$ 23 milhões em ações de aceleração, bolsas, eventos, Sebraetec e missões internacionais. São negócios que estão construindo silenciosamente um Brasil com bioeconomia, preservação ou uso sustentável dos recursos do nosso patrimônio. Em todos os cantos, o empreendedorismo deixa a sua marca.

Os empresários de micro e pequenas empresas, os imprescindíveis, têm a parceria do Sebrae na gestão dos seus negócios, garantindo mais qualificação para enfrentamento do mercado voraz com suas regras estabelecidas. O Sebrae tem por missão justamente contribuir para o desenvolvimento econômico e social do país por meio do apoio ao empreendedorismo e aos pequenos negócios.

Fonte: SEBRAE
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