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Iniciar um negócio próprio no Brasil nunca foi uma tarefa fácil. Antes mesmo de abrir a sua empresa, o empreendedor já se vê cercado de uma série de dificuldades e o Contador é um dos mais indicados para ajudá-lo a enfrentar esses desafios.

Iniciar um negócio próprio no Brasil nunca foi uma tarefa fácil. Antes mesmo de abrir a sua empresa, o empreendedor já se vê cercado de uma série de dificuldades que vão desde o planejamento do negócio, passando pela captação de recursos e culminando em um dos mais burocráticos processos de legalização do mundo (levam-se em média 107 dias para formalizar um negócio no Brasil, quase 70 dias a mais que a média da América Latina, de acordo com dados do Banco Mundial).

Mesmo com todas essas dificuldades, o número de novos empreendedores brasileiros não para de crescer. Segundo o SEBRAE, aproximadamente 11 milhões de novas empresas surgiram em solo brasileiro nos últimos três anos e meio.

O surgimento de novos empreendimentos deveria ser um motivo de alegria para a economia, pois significa mais dinheiro circulando e a geração de mais empregos e oportunidades de trabalho, estas que estão tão escassas. No entanto, a falta de conhecimento desses recém-empreendedores é algo que pode comprometer o seu desenvolvimento.

Ao contrário do que pode parecer, o crescimento no número de empresas não se deu por um aumento no espírito empreendedor brasileiro, ou mesmo por incentivo do Governo para a retomada da economia. Na verdade, o que os estudos mais recentes mostram é que as pessoas estão abrindo seus próprios negócios não por terem identificado uma boa oportunidade de mercado, mas sim por última opção.

O aumento do desemprego, a falta de oportunidades no mercado formal e os impactos da crise fizeram com que vários brasileiros desengavetassem projetos antigos ou tentassem desenvolver novas habilidades para conseguir sobreviver. É o que chamamos de “empreendedorismo por necessidade”.

Empreendedores por necessidade não costumam ter experiência em gestão e nem conhecimento do mercado, jogando-se cegamente em território desconhecido. São empresários que não possuem formação em Administração de Empresas, mas que se arriscam no mundo empresarial como uma última alternativa para manter sua subsistência.

Como contadores, nos deparamos constantemente com esse tipo de cliente. Pessoas que estão se aventurando pela primeira vez nesse mar feroz que é o empreendedorismo brasileiro. Cabe, portanto, a nós, profissionais da contabilidade, a tarefa de sermos o mapa e a bússola desses “marinheiros de primeira viagem”, guiando-os na direção correta.

Geralmente, os escritórios de contabilidade são os mais procurados pelos interessados em constituir uma empresa. Apesar de não terem dinheiro para contratar uma equipe de consultoria em marketing ou em gestão de projetos, por exemplo, pesquisas mostram que a grande maioria dos futuros empreendedores procuram profissionais da contabilidade para assessorar na constituição de seus negócios.

Desde esse contato inicial, é fundamental que o contador não se restrinja à parte burocrática do processo de abertura e da Pessoa Jurídica, mas busque, na medida do possível, assessorar os futuros empresários nos desafios que estarão por vir. É interessante nesse momento, mesmo antes de iniciar os registros, elaborar em conjunto um Plano de Negócios, considerando os pontos essenciais que devem ser observados e registrados em finanças, marketing, recursos humanos, mercado, concorrentes, dentre outros.

É comum que o contador tenha uma experiência e vivência de mercado muito maior do que aquele futuro empresário, então vale muito à pena gastar algum tempo conversando sobre esses pontos e planejando, identificando as estratégias que serão utilizadas, os nichos de mercado que deverão ser alcançados, os concorrentes a serem superados, dentre outras questões que dependem da visão do empreendedor, mas que podem ser guiadas pelo know-how do contador.

Em seguida, o profissional da contabilidade pode utilizar sua expertise para elaborar o orçamento da empresa e sua previsão financeira e econômica para, pelo menos, os próximos doze meses. Com isso, consegue-se também elaborar a planejamento tributário para definir a melhor forma de tributação (simples nacional, lucro presumido, lucro arbitrado ou lucro real), importante ferramenta de elisão fiscal.

Com medidas simples como essas, nós, profissionais da contabilidade, conseguimos ajudar os futuros empreendedores a construírem empresas sólidas e ainda nos destacamos dos nossos concorrentes que ainda estão na fase de “guarda-livros”, interessados apenas em fazer o básico, se restringindo às atividades burocráticas para obtenção do CNPJ.

Dessa forma, podemos contribuir para o desenvolvimento do empreendedorismo, com o avanço da economia e a geração de empregos, e ainda conseguimos clientes melhores.

*Anderson Arruda é contador formado pelas Faculdades Integradas Unirondon, CRC MT 011903/O-2

Com VG Notícias

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Fonte: jc destaques