Crédito: Luiz França

A 14ª Conferência Brasileira de Contabilidade e Auditoria Independente, evento promovido pelo Ibracon – Instituto de Auditoria Independente do Brasil, teve início ontem, 11 de junho, no Teatro Claro Mais, em São Paulo. Um dos destaques da programação foi o painel de líderes O presente e o futuro da Auditoria Independente, que contou com a participação de Guy Almeida Andrade, sócio da Magalhães Andrade Auditores e membro de Conselhos de Administração; Luiz Oseliero, líder de auditoria na Deloitte Brasil; Luiz Vieira, membro do Conselho de Administração do Ibracon e presidente da EY Brasil; Marco Fabbri, membro do Conselho de Administração do Ibracon e sócio fundador da Fabbri Advogados; e Sérgio Varella Bruna, sócio da Lobo de Rizzo Advogados.

Almeida abriu o painel ponderando o papel que atualmente é atribuído ao auditor quando escândalos acontecem. Segundo ele, em vez de a sociedade e a imprensa perguntarem onde estava o auditor ao não verificar a existência de uma fraude, a pergunta correta deveria ser: “O que aconteceu que impediu o auditor de identificar aquele risco?”, uma vez que as fraudes costumam ter origens em ambientes corporativos contaminados, quando o auditor inicia o seu trabalho e as informações disponíveis já estão comprometidas. “No Brasil, as práticas de governança corporativa ainda são incipientes e estamos aprendendo a lidar com elas”, ponderou.

Vieira, por sua vez, completou a análise sobre o presente da auditoria dizendo que a sociedade atualmente demanda cada vez mais transparência das empresas, o que, no fim, é benéfico para a profissão. “O interesse público é peça-chave na auditoria de hoje, tanto quanto o interesse dos stakeholders, e o auditor é uma figura central no equilíbrio da relação entre empresas e sociedade. Conhecemos como ninguém o funcionamento de uma companhia e sabemos ir além dos números para a realização de uma análise mais profunda”, disse.

Sobre o futuro, Vieira enxerga a atração, capacitação e retenção de novos talentos o maior desafio da auditoria. Para ele, por mais que a profissão esteja em transformação tecnológica, com novos investimentos em ferramentas e tecnologias que facilitam os processos, o ser humano continua no centro e é preciso que ele acompanhe essa evolução e se mantenha criativo enquanto exerce a profissão de maneira cética, independente e com qualidade.

Para Oseliero, a transformação tecnológica atual reflete um aspecto positivo. Segundo ele, isso demonstra que o mercado está em busca de informações de qualidade para a realização do trabalho e que há uma alta demanda por profissionais e empresas que atuem de maneira ética e íntegra.

“O mercado busca credibilidade sobre a informação e isso se reflete em uma demanda por auditores confiáveis. O futuro da auditoria são as pessoas e estamos em um caminho no qual o auditor entende o setor de atuação da empresa, os riscos e objetivos daquela indústria e as pressões impostas sobre a diretoria. Ele junta todas essas informações e, com uma equipe diversa, com experiências e repertórios distintos, passa a ter uma visão mais completa do macro”, discorreu Oseliero.

A transformação do setor de auditoria também foi o tema da fala de Fabbri. Para ele, vivemos um momento de transformação significativa com uma crescente complexidade nos negócios, mudanças regulatórias e avanço tecnológico.

Como ele explicou, o mercado de auditoria mudou nos últimos anos. “Tivemos avanços significativos com os instrumentos financeiros que surgiram e evoluíram de forma notável, acelerados durante a pandemia, e há uma demanda cada vez maior pela auditoria de asseguração de relatórios de sustentabilidade e de que esses relatórios sejam cada vez mais detalhados e para um público mais amplo”, explicou.

Varella Bruna complementou explicando que atualmente é imprescindível que a informação sobre o que o auditor faz seja difundida. “Os relatórios para um público mais amplo vão em paralelo com a necessidade de educar a plateia do lado de fora da produção. As pessoas, hoje, não sabem o que o auditor faz. Uma parte acha que sabe e muitas vezes ‘brinca’ com coisas sérias que vão afetar o profissional de auditoria e a própria sociedade”, finalizou.

por Ibracon

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Fonte: PORTAL CONTNEWS
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