Nesta terça-feira, 18, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgou um estudo que apontou que, aproximadamente quatro em cada dez empresas brasileiras que estavam em pleno funcionamento na primeira quinzena do mês de julho, sofreram algum tipo de prejuízo decorrente da pandemia da Covid-19.
Conforme a pesquisa, cerca de 2,8 milhões de empresas estavam exercendo as atividades até as duas primeiras semanas de julho.
Destas, 44,8% declararam sofrer os efeitos negativos da pandemia, devido às recomendações de distanciamento e isolamento social.
Deste montante, 28,2% apresentaram impactos mínimos ou nulos, enquanto, 27% informou que a pandemia resultou efeitos positivos no empreendimento.
“Ainda há uma grande incidência de impacto negativo, mas já começamos a perceber uma melhora, visto que, na quinzena anterior, o impacto negativo atingiu 62,4% das empresas.
A diferença para as quinzenas anteriores é a maior incidência de empresas que relataram efeitos pequenos ou inexistentes e as que relataram efeitos positivos, que juntas, somam um percentual maior do que as que relataram efeitos negativos”, analisou o coordenador de Pesquisas Conjunturais em Empresas do IBGE, Flávio Magheli.
De acordo com o instituto, ao analisar as regiões, o Centro-Oeste foi o local onde as empresas mais sofreram com o impacto negativo, que atingiu cerca de 51% dos empreendimentos locais.
Na sequência estão as regiões Norte com 48,1%, e Sul com 47,2%.
Setor de serviços é o mais prejudicado
A pesquisa também mostrou quais os setores econômicos mais afetados pela pandemia, observando que, o setor de serviços foi o que mais apresentou impactos negativos através de 47% de 1,2 milhão de empresas deste nicho.
No que se refere aos serviços prestados às famílias (55,5%) e os profissionais, administrativos e complementares (48,3%), estes foram prejudicados.
Na sequência, em 44% de 1,1 milhão de empresas comerciais, o maior impacto foi no comércio de veículos, peças e motocicletas (52,4%).
“Apesar da percepção de impacto negativo, houve uma melhora na percepção das empresas de serviços, passando de 65,5% na quinzena anterior para 47%; assim como do comércio, que passou de 64,1% para 44%.
Essa melhora de percepção fica evidenciada na maior incidência de empresas que sinalizam um efeito pequeno ou inexistente, ou um efeito positivo”, destacou o coordenador da pesquisa.
Ainda de acordo com Magheli, o comércio chegou a 35,5% do total de empresas que relataram impactos positivos na pandemia.
“Esse cenário retrata o processo de reabertura, com maior fluxo de pessoas refletindo-se nos negócios.
É natural que a percepção negativa vá reduzindo a cada quinzena, na medida que o isolamento social vá diminuindo”, enfatizou.
Já o setor industrial, manteve-se estável.
O impacto negativo atingiu 42,9% das 313,4 mil empresas; bem como, o setor de construção, no qual, 38% dos 160 mil empreendimentos relataram terem sido afetados negativamente.
Redução nas vendas do comércio
O balanço do IBGE mostrou que, 46,8% das empresas comerciais estão cientes da queda nas vendas devido às recomendações de isolamento social na primeira quinzena de julho.
Enquanto isso, para 26,9% dos empreendimentos, o impacto foi mínimo ou negativo, e para outros 26,1%, positivo.
“Novamente, há um comportamento disseminado de percepção da redução das vendas, mas, em relação à quinzena anterior, há em alguns segmentos de maior incidência de empresas que sinalizaram aumento ou que o efeito foi nulo ou inexistente”, apontou Magheli.
O comércio (51,6%), sobretudo o varejista (54,6%), foi o maior grupo que se mostrou a par do impacto negativo sobre as vendas.
No que se refere ao setor de serviços, as atividades profissionais, administrativas e complementares foram as mais afetadas (48,1%), além dos serviços prestados às famílias (47,7%).
Na indústria e na construção, a redução nas vendas afetou 40,8% e 31,9% dos negócios, respectivamente.
Na oportunidade, o IBGE ressaltou que, o setor de veículos, peças e motocicletas foi o que mais apresentou um resultado positivo nas vendas, que atingiram 40,5% das empresas deste segmento.
Em contrapartida, 47,4$ das empresas disseram não ter percebido nenhum impacto negativo perante a capacidade de fabricação dos produtos, ou de atendimento aos clientes.
Sendo que, para 11,3% aconteceu o contrário e houve facilidade.
Já 41,3% das empresas alegaram ter alguma dificuldade neste momento, O maior impacto negativo foi no comércio de veículos, peças e motocicletas (581%), e no comércio de atacado (57,7%).
Já no setor de serviços, o impacto maior foi nas atividades de outros serviços (56,5%).
Para a maior parte das empresas (51,8%), não houve nenhuma alteração significativa no acesso aos fornecedores de insumos, matérias-primas ou mercadorias, com foco para os serviços de comunicação e informação (82,8%).
Entretanto, o cenário foi bem diferente para outros 38,6% que relataram dificuldades.
No que se refere ao impacto da Covid-19 diante da capacidade de realizar pagamentos rotineiros durante a pandemia, 47,3% das empresas encontraram bastante dificuldade.
Já para 46,3% não houve uma diferença expressiva comparado à quinzena anterior.
Por fim, 5,1% apresentaram facilidade neste período.
“Essa percepção de que não houve alteração aumenta de acordo com o porte da empresa, sendo de 64,4% entre as de maior porte e, de 56,3% entre as de porte intermediário”, destacou Magheli.
Manutenção dos empregos
Segundo a mesma pesquisa do IBGE, oito em cada dez empresas mantiveram os funcionários contratados durante a primeira quinzena de julho, enquanto 13,5% informaram a necessidade de demitir alguns empregados.
Por outro lado, somente 5,3% estiveram aptos a aumentar o quadro de pessoal neste período.
De acordo com o instituto, a manutenção dos empregos se trata de um comportamento expressivamente adotado entre os setores econômicos da indústria (79,2), comércio (77,6%), construção (77,6%) e serviços (84,3%).
Neste sentido, o maior percentual de empresas que demitiram funcionários está na faixa intermediária, entre 50 a 499 funcionários, bem como, nas empresas de maior porte, com 500 empregados ou mais.
“Apesar das dificuldades, a maior parte das empresas reportaram que mantiveram o quadro de funcionários.
E, entre as 380 mil empresas que sinalizaram ter havido redução (13,5%), a maior parte (70%) promoveu a redução inferior a 25%”, ressaltou o coordenador do departamento de pesquisas do IBGE.
Em relação às medidas adotadas diante da recomendação de isolamento social, 22,4% das empresas informaram que anteciparam as férias dos funcionários; 38,7% adotaram trabalho domiciliar; 12,8% adquiriram linha de crédito emergencial utilizada na folha de pagamento; 37,6% adiaram o pagamento de impostos; 32% alteraram o método de entrega de produtos e serviços; e 18% lançaram ou começaram a comercializar novos produtos ou serviços.
Além disso, 86,7% das empresas disseram ter realizados campanhas de informação e prevenção, bem como, adotaram medidas extras de higiene.
Por Laura Alvarenga
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Fonte: Jornal Contábil
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