O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decidiu nesta quarta-feira (17), depois de quase seis anos, elevar a taxa básica de juros da economia (Selic) em 0,75 ponto percentual, para 2,75%. Desde julho de 2015 que os juros não sobem. Na época ela estava em 13,75% passando para 14,25% ao ano.
O BC poderá dar um novo aumento da mesma magnitude na próxima reunião, que deverá acontecer daqui a 45 dias. Se a previsão se cumprir, os juros básicos da economia saltarão para 3,50% ao ano, o maior patamar desde maio do ano passado (3,75%).
Em seu patamar histórico, os juros estavam em 2% ao ano, desde agosto de 2020, ainda sobre os efeitos da pandemia do novo coronavírus. Antes deste aumento, foram quatro reuniões do Copom sem alterações.
O BC avalia que indicadores divulgados recentemente — em particular, o PIB (Produto Interno Bruto) do quarto trimestre de 2020 — indicam recuperação “consistente” da economia, mas ainda não representam os efeitos da explosão no número de casos e mortes causadas pela covid-19, com sistemas de saúde em todo o país entrando em colapso.
“Essas leituras, entretanto, ainda não contemplam os possíveis efeitos do recente aumento no número de casos de covid-19. Prospectivamente, a incerteza sobre o ritmo de crescimento da economia permanece acima da usual, sobretudo para o primeiro e segundo trimestres deste ano”, explica o Copom.
Juros x inflação
O Banco Central usa os juros como uma ferramenta para tentar controlar a inflação ou tentar estimular a economia. Quando a inflação está alta, o BC sobe os juros para reduzir o consumo e forçar os preços a cair. Quando a inflação está baixa, o BC derruba os juros para estimular o consumo.
Para 2021, a meta é manter a inflação em 3,75%, se bem que existe uma tolerância de 1,5 ponto percentual para cima e para baixo (que pode variar entre 2,25% e 5,25%).
Em 2020, a inflação fechou em 4,52%, a maior desde 2016 (6,29%) e acima do centro da meta do governo para 2020 (4%).
Em fevereiro deste ano, o índice ficou em 0,86%, conforme divulgou o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), sendo a maior alta desde 2016 que foi de 0,9%. Nos últimos 12 meses, a inflação acumulada é de 5,2%.
Edição por Jorge Roberto Wrigt Cunha – jornalista do Jornal Contábil
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Fonte: Jornal Contábil
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