Número de depósitos no Brasil passou de 1.202 em 2008 para 14.634 em 2017. Para CNI, país precisa acelerar o processo de implementação de tecnologias da Indústria 4.0
Levantamento inédito da Confederação Nacional da Indústria (CNI) mostra que a quantidade de pedidos de patentes de tecnologias da Indústria 4.0 no Brasil, na comparação com o total de depósitos, aumentou 11 vezes ao longo da última década. Em 2008, o Brasil realizou 1.202 depósitos de patentes de invenções relacionadas às tecnologias da Indústria 4.0, o que representou 5% do total de 23.170 pedidos realizados naquele ano. Uma década depois, em 2017, o Brasil depositou 14.634 patentes relacionadas a essa indústria, o que representa 57% do total de 25.658 pedidos no ano.
No estudo da CNI, as tecnologias da Indústria 4.0 foram divididas em três grandes grupos: tecnologias centrais, tecnologias habilitadoras e setores de aplicação (leia abaixo). Elas foram elencadas seguindo os mesmos critérios do Escritório Europeu de Patentes (EPO, em inglês), que reuniu essas tecnologias no relatório “Patents and the Foruth Industrial Revolution”.
Ao todo, somando os três grupos da Indústria 4.0, foram depositadas 35.196 patentes no Brasil em 10 anos. Os pedidos aumentaram de forma significativa nos últimos três anos do período analisado: quase 75% dos pedidos foram feitos entre 2015 e 2017.
O gerente-executivo de Política Industrial da CNI, João Emílio Gonçalves, avalia que o crescimento no número de pedidos de patentes relacionadas à Indústria 4.0 reflete uma tendência mundial, também apresentada no relatório europeu. “Para se tornarem líderes nessa corrida tecnológica, as empresas têm investido cada vez mais em pesquisa e desenvolvimento de tecnologias habilitadoras da indústria 4.0”, afirma.
Gonçalves avalia que o Brasil precisa acelerar o processo de implementação das tecnologias da Indústria 4.0. As principais nações industrializadas e as empresas líderes mundiais têm, como elemento central em suas estratégias, o desenvolvimento dessa indústria. Pesquisa da CNI mostra que, entre o início de 2016 e o de 2018, o percentual das grandes empresas que utilizam pelo menos uma tecnologia digital, entre as opções apresentadas, passou de 63% para 73%.
“Além do desenvolvimento de tecnologias da Indústria 4.0, temos no Brasil o desafio de adotá-las com rapidez, a fim de reduzirmos a diferença de produtividade existente entre o Brasil e seus principais competidores internacionais”, ressalta o gerente-executivo.
GRUPOS – As tecnologias centrais são aquelas que permitem transformar um produto em um dispositivo inteligente conectado à internet. Elas incluem as tecnologias de hardware, de software e de conectividade. Nesse grupo, as inovações de hardware são as mais numerosas, com cerca de 40% das invenções. As tecnologias de hardware são a base para praticamente todas as tecnologias habilitadoras da Indústria 4.0, como é o caso dos sensores que, acoplados a outras máquinas e sistemas, possibilitam inúmeras aplicações no processo industrial.
No segundo grupo, das tecnologias habilitadoras da Indústria 4.0, estão as construídas de forma complementar às centrais. Elas incluem inovações relacionadas à análise de dados, interface com o usuário, computação 3D, inteligência artificial, sistemas de localização, sistemas de energia e sistemas de segurança.
Por último, no terceiro grupo, de aplicação, estão as tecnologias destinadas aos usuários finais. São, por exemplo, artigos pessoais, como de monitoramento de saúde ou de entretenimento, e inovações para as residências, como sistemas de alarme, iluminação e aquecimento inteligentes. No caso da indústria, são tecnologias digitais que permitem aumentar a produtividade e tornar a produção mais eficiente.
Por Cristiane Bonfanti / Agência CNI de Notícias
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Fonte: Contabilidade na TV
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