PMEs avançam em abril com expansão de 23,5%, após crescimento de 4,7% no mês anterior

Evolução ocorreu por causa do “efeito calendário”, quando o mês tem mais dias úteis quando comparado com o mesmo período de 2023

O mês de abril foi positivo para as pequenas e médias empresas brasileiras. A constatação ocorreu com a análise do Índice Omie de Desempenho Econômico das PMEs (IODE-PMEs) que sinaliza o crescimento de 23,5% na movimentação financeira média PMEs, em abril de 2024, em comparação com o mesmo período do ano passado. 

Figura 1: IODE-PMEs

(Número índice – base: média 2021=100)

PMEs avançam em abril com expansão de 23,5%, após crescimento de 4,7% no mês anterior

Fonte: IODE-PMEs (Omie)

 

O IODE-PMEs funciona como um termômetro econômico das empresas com faturamento de até R$50 milhões anuais, divididas em 678 atividades econômicas que compõem quatro grandes setores: Comércio, Indústria, Infraestrutura e Serviços.

Parte do crescimento é justificado pelo “efeito calendário” – mês com mais dias úteis. “Basicamente, tivemos uma totalidade de 22 dias úteis, enquanto abril/23 contou com apenas 18. Para diversos segmentos do mercado de PMEs, menos feriados e emendas resultam em um faturamento mais robusto”, explica Felipe Beraldi, economista e gerente de Indicadores e Estudos Econômicos da Omie

Analisando o desempenho médio das PMEs nos primeiros quatro meses de 2024, identifica-se um resultado positivo (+14,5% em relação ao mesmo período de 2023). Vale ressaltar que o setor se beneficiou da melhoria na renda familiar, na robustez do mercado de trabalho e no maior controle inflacionário brasileiro. 

Adicionalmente, começam a aparecer na economia real os primeiros efeitos da trajetória de redução da Selic pelo BCB, como a retomada do maior crescimento das concessões de crédito às pessoas físicas, no primeiro trimestre do ano.

Em linhas gerais, em abril, a principal contribuição positiva foi das PMEs industriais, segmento em que a movimentação financeira real média avançou 30,3%, frente a abril/23. “Dos 23 subsetores da indústria de transformação, acompanhados pelo índice, 22 mostraram crescimento de dois dígitos no último mês, com destaque para fabricações de móveis e de produtos farmoquímicos/farmacêuticos, preparação e fabricação de couros e seus  artefatos, artigos para viagem e calçados, além da metalurgia”, explica o economista da Omie, Felipe Beraldi.

O comércio engatou uma recuperação em 2024, haja vista os resultados positivos no IODE-PMEs nos últimos meses (+21,9% YoY em abril/24, após +4,6% no 1T2024). A melhora do setor tem sido puxada pelo segmento de comércio e reparação de veículos (25,7% YoY em abril/24) e atacado (+26,1%). Ainda que em menor magnitude, o varejo também apresentou crescimento em abril (+9,2% YoY), refletindo o “efeito calendário”.

Em serviços, as PMEs mantiveram bom desempenho (+15,1% YoY), após avançarem 5,3% em março. Nos últimos meses, o resultado positivo do setor foi condicionado pelos segmentos de atividades financeiras e de seguros, entregas (delivery diversos) e agências de viagem e outros atendimentos do turismo.

Já as PMEs de Infraestrutura, em abril, também apresentaram crescimento financeiro real, (+17,3% YoY): destacando os serviços especializados na construção, além de coleta, tratamento e disposição de resíduos – bem como verificado no primeiro trimestre do ano.

Mesmo com fortes resultados das PMEs em 2024, há sinais de perda de fôlego no segundo semestre, com a expansão tímida da renda das famílias. “Espera-se que o estímulo para o crescimento dos negócios seja a concessão de crédito, considerando a queda da Selic, mesmo com o corte modesto na taxa, anunciado na primeira quinzena de maio, de 0,25 p.p. Apesar da meta da Selic ser de 10,5% – mais de 3 p.p. abaixo do registrado em 2023 – o índice não é pouco estimulante para a economia real”, ressalta Beraldi.

Perspectivas para o segundo semestre

O Rio Grande do Sul enfrenta uma catástrofe, o que desencadeou uma crise social e logística sem precedentes, que prejudica a maioria dos municípios – incluindo a capital Porto Alegre. O estado é a quinta maior economia do País, respondendo por 6% do PIB nacional com, aproximadamente, 1,4 milhão de empresas ativas, das quais 86% estão em cidades consideravelmente afetadas. Diante de tamanha calamidade, são esperados impactos significativos na atividade econômica do RS nos próximos meses, com fortes reflexos sobre a evolução das pequenas empresas.

Sobre o Índice Omie de Desempenho Econômico das PMEs (IODE-PMEs)

O Índice Omie de Desempenho Econômico das PMEs (IODE-PMEs) acompanha as atividades econômicas das pequenas e médias empresas brasileiras. A pesquisa da scale-up Omie é inédita entre os negócios com faturamento de até R$50 milhões anuais,  e oferece análise segmentada do mercado de PMEs.

Para elaborar o IODE, a Omie analisa dados das movimentações financeiras de contas a receber de mais de 150 mil clientes, considerando 678 CNAEs (de 1.332 subclasses existentes). Os dados são deflacionados nas aberturas do IGP-M (FGV), tendo como base o índice vigente no último mês de análise, com o objetivo de expurgar o efeito inflacionário na série temporal, permitindo observar a evolução nas movimentações financeiras reais.

por NovaPR

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Fonte: PORTAL CONTNEWS
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