Ponto de Equilíbrio (BEP) ou Ponto de Equilíbrio

O ponto de equilíbrio refere-se ao ponto em que receitas e despesas se igualam. Nesse ponto, nenhum lucro ou prejuízo é gerado, pois custos e receitas são exatamente os mesmos. Por esta razão, representa o ponto de equilíbrio.

 

  1. Ponto de Equilíbrio: o que é. Ferramenta de controle e previsão de riscos

Conforme antecipado na introdução, o Ponto de Equilíbrio é o ponto em que o lucro e os custos de uma atividade convergem em um ponto de equilíbrio.

Conhecer esse ponto de equilíbrio permite, portanto, que o empresário entenda quanto ele tem que produzir e vender para cobrir e equilibrar os custos de produção relacionados. É um indicador relevante do sucesso de uma empresa, tanto na fase de arranque como na gestão contínua. Se você empatar, terá lucro.

Para descobrir a eficiência de um produto, uma empresa realiza uma análise de ponto de equilíbrio. Analise quantos produtos precisam ser produzidos e vendidos para cobrir todos os custos. Além disso, as vendas necessárias devem ser analisadas para gerar lucro.

Poderíamos definir o Ponto de Equilíbrio como um KPI Key Performance Indicator importante para todo empreendedor que conduz uma empresa como ferramenta de controle da produção, pois estabelece o número mínimo de produtos que devem ser produzidos para cobrir os custos e assim atingir o ponto de equilíbrio. Também permite monitorar constantemente os lucros e custos durante todo o ciclo de produção, implementando quaisquer ações corretivas.

O Ponto de Equilíbrio também ajuda no cálculo ideal do preço de venda do PV da unidade de produto individual, a fim de garantir que a empresa obtenha a margem de lucro certa de acordo com a demanda do mercado e maximizando suas margens.

Mas o BEP também é indispensável como uma ferramenta de previsão de risco de negócios, pois destaca o volume de vendas para atingir o ponto de equilíbrio ou o risco de ser esmagado pelos custos.

Torna-se assim fundamental a elaboração do plano de negócios da empresa para analisar os custos fixos da estrutura e somar os custos variáveis em função do atingimento do ponto de equilíbrio .

O Break Even Point , bem como o NPV (Net Present Value) ou o WACC (Weighted Average Cost Of Capital) fornecem informações importantes sobre o negócio e os riscos financeiros associados a ele dentro da análise de risco de uma empresa KRI Key Risk Indicators

Entendemos, portanto, como o Ponto de Equilíbrio pode ser utilizado como uma ferramenta capaz de reduzir os riscos de uma atividade ao atingir o ponto de equilíbrio. É preciso saber qual é o valor mínimo de faturamento que a empresa deve atingir para arcar com os custos para não gerar prejuízos.

Por outro lado, o volume de faturamento gerado além do Ponto de Equilíbrio dirá à empresa que ela está gerando lucro.

Além de ser uma ferramenta de previsão de risco, o ponto de equilíbrio BEP pode ser uma ferramenta de controle da atividade produtiva, pois permite monitorar ganhos e perdas durante a produção, permitindo assim intervir em caso de tendência negativa para evitar ou limitar as perdas.

Um exemplo pode ser o lançamento de um novo produto no mercado: se neste caso os custos fixos se mantêm inalterados, os custos variáveis sofrem um aumento associado à criação do próprio produto e o ponto de equilíbrio dá indicações sobre o cálculo óptimo de o preço de venda do produto. Agora precisamos entender a partir de uma análise de mercado se esse produto é adequado ou muito caro ou até barato demais.

A análise do ponto de equilíbrio é a base para uma regra de decisão simplificada:

Se o volume de vendas esperado de um produto for menor que o valor do ponto de equilíbrio, você não deve prosseguir com o conceito do produto. Por outro lado, pode-se determinar que o conceito do produto está indo bem se o volume de vendas esperado for muito maior do que o volume de equilíbrio.

 

  1. Ponto de equilíbrio BEP: os 3 métodos de cálculo e fórmula

Para calcular o Ponto de Equilíbrio, é necessário correlacionar 3 principais fatores do negócio, como custos, receitas e volumes de produção.

No que diz respeito aos custos totais, é importante fazer uma análise desses custos para dividi-los em custos fixos e variáveis diretamente atribuíveis aos volumes de produção entendidos como a quantidade de unidades produzidas para cada tipo de produto acabado.

 

Custos fixos

Estes são os custos que a empresa suporta independentemente de produzir ou não e permanecem inalterados quer a empresa produza 10 unidades ou 1000, uma vez que não dependem da atividade de produção. Um exemplo é o custo do aluguel das instalações da empresa, o custo dos salários dos funcionários, o custo da consultoria tributária do contador.

 

Custos variáveis

São custos que aumentam ou diminuem de acordo com o aumento ou diminuição das quantidades produzidas. Um exemplo são os custos com matérias-primas, os custos com consumo de energia ou fornecimentos de terceiros relativos ao produto colocado em produção (se não houvesse produção, não teria esse custo).

É preciso dizer que a divisão dos custos da empresa entre fixos e variáveis nem sempre é fácil, pois alguns custos que são contabilizados como fixos no curto prazo podem se tornar custos variáveis no longo prazo.

A partir desses três fatores (custos, receitas e volumes de produção) teremos dois métodos de cálculo para obter o ponto de equilíbrio: o método gráfico e o método analítico. O resultado será uma análise que poderíamos definir como Break Even Analysis que identificará o break even turnover, ou seja, o valor necessário para cobrir os custos.

 

Método gráfico, diagrama de rentabilidade

Com este método os 3 principais fatores da empresa (custos, receitas e volumes de produção) são correlacionados reportando os dados dentro de um plano cartesiano em que:

-no eixo x encontramos o fator volume de produção (quantidade de unidades produzidas) que é a variável independente;

– no eixo da ordenada Y colocamos o fator de custo de produção. Destaca-se a repartição entre os custos fixos (que são registados em linha reta paralela ao eixo das abcissas porque não estão diretamente relacionados com a produção) e os custos variáveis (que são registados em linha ascendente porque variam em função do volume de negócios).

O ponto de interseção da linha de custo total com a linha de receita total corresponde ao ponto de equilíbrio BEP. No gráfico, portanto, aparece no eixo X que a quantidade de produtos a serem faturados para atingir o ponto de equilíbrio e cobrir os custos é igual a 300 unidades. A área indicada com um – abaixo do ponto de equilíbrio é a área onde a empresa está operando com prejuízo, enquanto a área indicada com um + acima do ponto de equilíbrio indica que a empresa está gerando lucros.

 

Método Analítico

Esse método é baseado em uma fórmula matemática na qual o Ponto de Equilíbrio BEP é calculado com uma equação que considera as receitas da empresa e os custos fixos e variáveis:

BEP = CF / (PVU – CVU)

BEP = Custos Fixos / (Preço de venda de uma unidade de produto – Custo variável de uma unidade de produto)

A fórmula (PV – CVU) corresponde à margem de contribuição, ou seja, quanto os custos fixos afetam o preço de venda do produto.

No caso de uma empresa que fabrica vários produtos, a fórmula deve ser usada para cada produto individual.

 

Um exemplo de cálculo do ponto de equilíbrio:

A empresa Alfa tem custos fixos de R$ 90.000, enquanto o preço de venda de uma única unidade de produto Z é de R$ 500 e o custo variável de uma única unidade Z é de R$ 200.

Tão:

  • CF = 90.000
  • PV = 500
  • CVU = 200

BEP = CF / (PV – CVU) então:

BEP = 90.000 / (500 – 200) = 300

Isso significa que a empresa deve produzir e faturar 300 unidades do Produto Z para atingir o ponto de equilíbrio e cobrir os custos. Abaixo desse limite, a empresa está trabalhando com prejuízo, enquanto acima desse limite, terá lucros.

 

Método proporcional sobre a margem de lucro fixa

O método proporcional baseado em margens pode ser muito conveniente se a empresa já tiver estimado uma análise de vendas e custos para uma determinada linha de produção. Se for estabelecido que existe uma margem de lucro percentual fixa sobre o preço de venda, então será possível prosseguir com o presente método de cálculo.

Por exemplo, suponha que a empresa Alfa venda caixas com margem fixa de 40%. Independentemente do tipo de caixas vendidas, caras ou menos caras, se a margem for sempre de 40%, pode-se desenvolver um cálculo proporcional para obter o Ponto de Equilíbrio .

Exemplo: Custos fixos de R$ 700.000 Margem de lucro sobre vendas de 40%

A fórmula para obter o faturamento necessário para atingir o Ponto de Equilíbrio é a seguinte:

Custos fixos / margens * 100

700.000 / 40 * 100 = 1.750.000

este valor será utilizado para cobrir 60% dos custos variáveis (1.050.000) adicionados aos custos fixos (700.000)

 

  1. As 3 estratégias para diminuir o Ponto de Equilíbrio

O Ponto de Equilíbrio como ferramenta de controle permite saber a quantidade de unidades a serem produzidas e implementar ações corretivas como ferramenta de previsão dos riscos do negócio durante o processo produtivo. Caso a empresa esteja caminhando para um desequilíbrio e as vendas de um produto não estejam indo conforme o planejado, mas na verdade estejam diminuindo significativamente, medidas podem ser tomadas para reduzir o BEP para o ponto de equilíbrio o mais rápido possível. Essas medidas podem ser para aumentar as vendas ou reduzir custos, como quando um produto não ajuda a cobrir os custos e uma opção pode ser removê-lo do portfólio de produtos.

Uma vez que os valores envolvidos na determinação do BEP são os custos fixos do CF, os custos variáveis do CV e o preço de venda do PV, teremos assim 3 possíveis estratégias a implementar para baixar o BEP:

 

  1. Reduza os custos fixos do CF

Esses custos são diretamente proporcionais ao Ponto de Equilíbrio e a diminuição desses custos corresponderá a uma menor produção de unidades a serem vendidas e faturadas para atingir o BEP. A complexidade da redução dos custos fixos devido à sua natureza (por exemplo, custos com funcionários ou aluguel de espaço da empresa) deve ser especificada. Caso a empresa queira iniciar um novo canal de vendas, pode ser útil avaliar, por exemplo, um e-commerce (venda online de produtos), pois não aumentaria os custos fixos de aluguel da estrutura em comparação com as vendas b2b.

 

  1. Reduzir custos variáveis CV

Esses custos estão ligados à produção de unidades de produto (por exemplo, custos de matéria-prima, consumo de máquinas de produção, protótipos de produtos, etc.) e a redução desses custos leva a uma redução do Ponto de Equilíbrio. Pela própria natureza dos custos variáveis, as ações a implementar poderão passar pela escolha de fornecedores com preços mais vantajosos ou pela redução de desperdícios no processo produtivo.

 

  1. Aumentar os preços de venda dos produtos

O PV preço de venda dos produtos e o BEP são inversamente proporcionais e aumentando o VP das unidades vendidas diminuirá a quantidade de unidades a serem produzidas e faturadas para atingir o Ponto de Equilíbrio . É claro que antes de prosseguir com esta ação, o mercado de referência deve ser verificado para não correr o risco de perder clientes.

 

  1. Análise do Break Even: quais são os limites?

A Análise de Equilíbrio tem como principal objetivo determinar o ponto de equilíbrio que a empresa deve superar para começar a ter lucro e é uma ferramenta útil tanto no controle da produção quanto na previsão de riscos. No entanto, esta análise tem algumas limitações que podem afetar sua eficácia.

Entre eles está o fato de que a análise não é dinâmica, mas um instantâneo estático do momento em que é realizada. Não considera o fluxo de caixa (DCF Discounted Cash Flow ) ou os tempos de produção ou as variações periódicas dos custos das matérias-primas por exemplo. De fato, se este último aumentasse de preço, o Break Even Analysis não seria capaz de manter os dados atualizados.

Outro limite são os estoques que não são levados em consideração. A fórmula do BEP considera que as unidades produzidas correspondem às vendidas e faturadas sem considerar os estoques por não analisar o mercado e a demanda.

Além disso, custos e receitas nem sempre variam de forma linear. Em particular, os custos variáveis (por exemplo de algumas matérias-primas) estão sujeitos a variações ao longo do tempo, mesmo a curto prazo. A Análise de Equilíbrio não considera a variação dos CVs (Custos Variáveis) em relação às unidades vendidas e faturadas. Se o preço da matéria-prima aumentar será necessário recalcular o BEP, o mesmo no caso contrário em que o custo variável da matéria-prima deverá diminuir, por exemplo devido ao efeito de um desconto concedido pelo fornecedor numa grande quantidade.

O último fator que a Análise do Break Even não leva em consideração é a concorrência. Caso os concorrentes venham a variar os seus preços de venda, influenciando o mercado e consequentemente modificando a tendência da procura, a empresa também terá necessariamente de rever a sua política de preços de venda e as condições aplicadas para se manter competitiva no setor de referência.

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Fonte: Portal Contnews
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