Os consumidores do estado do Rio estão pagando mais caro pela energia elétrica. A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) aprovou os reajustes nas tarifas das empresas Light e Enel Rio, concessionárias que prestam o serviço no estado.
Em vigor desde ontem (15), o aumento para os clientes de baixa renda (residencial) e o comercial tem correção média de 15,53% e de alta tensão (indústrias), de 12,89%. O reajuste para consumidores de baixa tensão da Enel, na maioria clientes residenciais, ficou em 17,39%. Para os clientes de média e alta-tensão, em geral, indústrias e grandes comércios, a alta é de 15,38%.
A Aneel informou que, entre os principais itens que impactaram os números, figuram encargos setoriais e custo de energia. Segundo a Light, no reajuste, somente 3,82% estão relacionados aos serviços de distribuição e ainda ao reconhecimento dos investimentos realizados nos últimos cinco anos. Para efeito de comparação, o IPCA [a inflação oficial do país], acumulado nos últimos 12 meses é de 10,54%.
A companhia destacou que tem avançado em melhorias constantes na prestação de serviço e que, nos últimos cinco anos, investiu mais de R$ 4,7 bilhões em infraestrutura e modernização. Em 20212, os investimentos foram superiores em mais de 60% em relação à média dos últimos quatro anos. O planejamento da empresa mantém a previsão de mais recursos na modernização e expansão da rede, o que, conforme a Light, favorece os clientes com a redução das interrupções no fornecimento e do tempo de reposição da energia.
A diretora de Energia, Comercialização e Regulação da Light, Alessandra Amaral, disse que, em 2021, os custos de energia da companhia sofreram forte pressão de aumento devido aos efeitos da escassez hídrica, tanto pela elevação do risco hidrológico quanto pelo aumento do despacho das termelétricas por segurança energética.
“Apesar de enfrentar toda a complexidade da área de concessão, a Light tem um dos melhores índices de qualidade, medidos pela frequência e pelas horas de interrupção, entre as distribuidoras do setor. O reajuste é essencial para continuarmos com o trabalho de modernização do nosso sistema e oferecer um serviço cada vez melhor”, observou.
Composição
De acordo com a Light, a tarifa de energia elétrica é composta por custos da distribuição, que formam a parcela B da tarifa, relativa aos custos diretamente gerenciáveis, administrados pela própria distribuidora, como operação, manutenção e remuneração dos investimentos, que são os custos de transmissão e geração de energia. Além disso, há encargos e impostos, chamados de parcela A, relacionada aos custos que não são de gestão da distribuidora, que atua apenas como arrecadadora.
A concessionária acrescentou que a compra de energia realizada foi responsável por uma elevação de 5,13% por causa da maior utilização de termelétricas, somada aos impactos da alta do custo de combustíveis, do câmbio e da correção pela inflação.
A Light atende 4,5 milhões de clientes no Rio de Janeiro e nas cidades de Barra do Piraí, Barra Mansa, Belford Roxo, Carmo, Duque de Caxias, Engenheiro Paulo de Frontin, Itaguaí, Japeri, Comendador Levy Gasparian, Mendes, Mesquita, Miguel Pereira, Nilópolis, Nova Iguaçu, Paracambi, Paraíba do Sul, Paty do Alferes, Pinheiral, Piraí, Quatis, Queimados, Rio Claro, Rio das Flores, São João de Meriti, Sapucaia, Seropédica, Três Rios, Valença, Vassouras e Volta Redonda.
Enel
Segundo a Enel, o processo de reajuste começou com um percentual médio previsto de 29,82% e, após medidas implementadas pelo regulador e pela companhia, chegou-se ao percentual final aprovado pela Aneel de 16,86%.
“Entre os esforços para reduzir o reajuste, a agência aprovou a liberação da Conta Escassez Hídrica, um empréstimo ao setor elétrico para amenizar os efeitos e os custos já pagos pela falta de chuvas no país no ano de 2021, o que reduziu drasticamente os níveis dos reservatórios das hidrelétricas no país. Em função da escassez hídrica, o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) precisou acionar mais usinas termelétricas e importar energia da Argentina, o que fez os custos de geração aumentarem”, explicou a Enel.
Acrescentou que, com a parcela do reajuste que lhe cabe (4,42%), realiza a operação e manutenção de suas atividades e investe nos equipamentos de distribuição de energia elétrica em sua área de concessão, para a melhoria da qualidade do serviço. Nos últimos três anos, os investimentos superaram R$ 2,6 bilhões. Ainda conforme a companhia, em uma conta de R$ 100, R$ 21,6 são destinados a ela para operação, expansão, manutenção da rede de energia e para remuneração dos investimentos.
A concessionária atende cerca de 2,7 milhões de clientes residenciais, comerciais, industriais e públicos nos municípios de Itaocara, Niterói, São Gonçalo, Itaboraí, Macaé, Rio das Ostras, Casimiro de Abreu, Armação dos Búzios, Cabo Frio, São Pedro D’Aldeia, Arraial do Cabo, Iguaba Grande, Araruama, Rio Bonito, Cachoeiras de Macacu, Saquarema, Tanguá, Maricá, Guapimirim, Teresópolis, Magé, Duque de Caxias (parte), Petrópolis, Mangaratiba, Angra dos Reis, Paraty, Campos dos Goitacazes, Resende, Porciúncula, Varre Sai, Natividade, Bom Jesus do Itabapoana, Itaperuna, Laje do Muriaé, Miracema, São José do Ubá, Italva, Cambucí, Santo Antônio de Pádua, Aperibé, São Fidelis, Cardoso Moreira, São Francisco do Itabapoana, São João da Barra, Itaocara, Quissamã, São Sebastião do Alto, Santa Maria Madalena, Conceição de Macabu, Carapebus, Cantagalo, Macuco, Cordeiro, Duas Barras, Trajano de Moraes, Bom Jardim, Carmo, Sumidouro, Silva Jardim, São José do Vale do Rio Preto, Areal, Itatiaia, Porto Real e parte de Três Rios, Paraíba do Sul e Nova Friburgo.
Original de Agência Brasil
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Fonte: Jornal Contábil
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