“Há uma coisa que as empresas de auditoria podem fazer e farão um bem enorme a todos que é se cadastrar no CNAI”, disse Zulmir Breda. Outras ações que favorecem firmas e auditores também foram destacadas no evento.

Por Ingrid Castilho
Comunicação do CFC

O presidente do Conselho Federal de Contabilidade (CFC), Zulmir Ivânio Breda, participou, nesta quinta-feira (26), do Fórum de Firmas de Auditoria de Pequeno e Médio Porte/2021. O evento on-line debateu o cenário e as restrições de atuação da atividade de auditoria no País. O vice-presidente Técnico do CFC, Idésio Coelho, também participou do evento.

Mais de 650 espectadores acompanharam o seminário, que foi transmitido ao vivo pelo canal do Conselho Regional de Contabilidade de São Paulo (CRCSP) no Youtube, onde também ficará disponível a gravação. A participação somou pontos para o Programa de Educação Profissional Continuada (PEPC) do CFC.

CNAI

Em sua fala, o presidente ressaltou a importância da atividade de auditoria independente destacando que “este segmento da profissão contábil merece uma atenção especial por parte do CFC”. Para fortalecer essa atividade no Brasil, foi criado o Cadastro Nacional de Auditores Independentes (CNAI) -Pessoa Jurídica, do CFC — regulamentado pela Resolução CFC nº. 1.575, de 2019. Zulmir explicou que ideia do CNAI surgiu como sugestão em uma edição passada do Fórum e reforçou a importância dos profissionais e empresas em aderirem ao cadastro para que ele se torne referência para contratação de serviços por instituições governamentais e privadas.

“É algo que trará um benefício para todos. Atualmente, existem 92 empresas cadastradas. O nosso grande desafio é ampliar esse número, convencendo, especialmente, aquelas que já são cadastradas junto à CVM [Comissão de Valores Mobiliários] em aderirem ao CNAI-PJ. Fortalecendo o Cadastro, em breve ele será referência para contratações por vários órgãos governamentais e empresas privadas de todos os portes”, disse Zulmir.

Projeto de Lei n.º 9.317/2017

Outra ação que está sendo desenvolvida, em conjunto com o Legislativo, para ampliar o espaço das pequenas e médias empresas de auditoria é o apoio ao Projeto de Lei n.º 9.317/2017, em tramitação no Congresso Nacional. No substitutivo em debate, apresentado pelo Deputado Federal Maurício Dziedricki (PTB/RS), o texto possui dois artigos (16 e 17) que fazem referência a essa atividade contábil exigindo a observância ao CNAI-PJ. “Se o projeto for aprovado, ele nos dará um reforço substancial”, fala o presidente. 

Classe contábil

Breda também comentou que o aperfeiçoamento das ações de regulamentação da classe contábil depende, exclusivamente, dos profissionais que fazem parte dela, pois são eles que compõem o Sistema CFC/CRC. “Temos aqui profissionais de todo o Brasil e isso é um ganho para todos nós. A internet nos permite essa facilidade. Nós contamos com apoio, o conhecimento e o idealismo de todos para melhorarmos e construirmos essa regulação profissional”, disse o presidente.

O presidente também anunciou a divulgação de uma campanha publicitária sobre a essencialidade do profissional da contabilidade, que começará em setembro. “Já em outubro faremos uma campanha exclusivamente sobre auditoria e sobre o CNAI. Mais uma ação do CFC para fortalecer a contabilidade e a atividade de auditoria”, frisou.

Normas

O vice-presidente Técnico do CFC, Idésio Coelho, também participou do evento. Na oportunidade, ele explicou sobre novas normas que estão em debate sobre a auditoria. Uma delas, trata-se da Denominada International Standard on Quality Management (ISQM) 1, uma reformulação da International Standard on Quality Control (ISQC), da Federação Internacional de Contadores (IFAC, na sigla em inglês) que está em audiência pública. A norma, que é equivalente a NBC PA 01 (R1), prevê uma abordagem de Gestão da Qualidade integrada e interativa, com foco em gestão de riscos a partir de importantes mudanças no nível das firmas e dos trabalhos executados por ela.

Segundo Idésio, a vigência da norma está prevista para 2022. No entanto, até o dia 27 de setembro, as empresas podem emitir suas opiniões sobre a norma por meio do site do CFC. “Percebendo alguma preocupação com essa data, nós pedimos para que as firmas manifestem a sua visão pelos canais disponíveis e procurem o Ibracon para discutirem essas dificuldades”, alertou o vice-presidente. 

O presidente do Ibracon, Valdir Coscodai ressaltou a atenção especial que o Ibracon confere às firmas de pequeno e médio portes. “Temos uma diretoria específica para este tema e investimos pesado na realização de atividades e apoio à qualificação destas firmas. É necessário que as empresas menores conheçam o trabalho desenvolvido pelas entidades e participem das discussões”, aconselhou.

Junto a este trabalho, Idésio disse que também explica que há a Less Complex Entities. Ela deverá ter alta aplicação pelas pequenas e médias firmas. “É uma norma em discussão para a auditoria de entidades menos complexas. Baseada em normas internacionais, ela traz um modelo de auditoria e de processo mais simplificado, levando em conta a complexidade do negócio a ser auditado. Ela também está em audiência pública à nível internacional, até o dia 31 de janeiro de 2022”, finalizou. Clique aqui para participar.      

Evento

O Fórum de Firmas de Auditoria de Pequeno e Médio Porte/2021 é uma realização do Conselho Regional de Contabilidade de São Paulo (CRCSP), em parceria com o CFC; o Instituto Brasileiro dos Auditores Independentes (Ibracon)- – 5ª Seção Regional e o e Ibracon Nacional.

O evento foi coordenado pelos conselheiros do CRCSP Angela Zechinelli, Alonso e Wander Pinto e pelo presidente do Ibracon – 2ª Seção Regional, Marcelo Guerra. Tanto Angela quanto Guerra fazem parte do Grupo de Trabalho para tratar de Firmas das Auditoria de Pequeno e Médio Porte do CFC, sendo a conselheira a coordenadora. Além deles, o GT também é integrado por Marco Aurélio Fuchida (SP), Karla Jeanny Falcão Carioca (CE), Adriano Rezende Thomé (MG), Rogério Costa Rokembach (RS), Lucélia Lecheta (PR), Sandra Maria de Carvalho Campos (MG) e Felipe Gonçalves Bastos (DF).

A programação do Fórum também colocou em pauta assuntos como a “Concentração do mercado”; “Valorização do CNAI-PF e CNAI-PJ”; “Controle de qualidade ISQM2 – Difícil até para as grandes [firmas]”; Novas barreiras de acesso: ferramentas tecnológicas aplicadas nas auditorias; e o Programa de Revisão Externa de Qualidade, do CFC, também conhecido por “Revisão pelos Pares” (CRE).

Ao fim, o presidente do CRCSP, José Donizete Valentina, parabenizou os participantes pela discussão de alto nível promovida e ressaltou o compromisso do CRCSP de atuar para empresas de todos os portes e segmentos. “Nós, como representantes das Entidades Contábeis e também profissionais atuantes, temos a obrigação de levar segurança à sociedade e, ao cumprirmos nosso papel, o fazemos para as empresas grandes ou pequenas”, declarou Donizete.

O presidente Zulmir Breda também elogiou o evento e comentou a satisfação em participar mais uma vez do Fórum. Ele destacou a importância do debate para aperfeiçoar as ações e pediu a contribuição dos contadores para grupos de trabalho e de estudo do Conselho. “Eu participei das edições anteriores e esse é o melhor de todos. Acredito que as discussões foram muito pertinentes.”, finalizou o presidente.

Fonte: Contábeis
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