Currículos de pessoas públicas no Brasil têm gerado desconfiança nos últimos meses. O governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, por exemplo, informou que tinha feito parte de seu curso de doutorado na universidade americana de Harvard — ele ainda está cursando Universidade Federal Fluminense (UFF) e não saiu do Brasil para estudar —, e o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, afirmou que era mestre em direito público pela Universidade de Yale, onde não esteve como aluno. Fora da política, a professora Joana D’Arc teria apresentado um diploma falso, também de Harvard.

Eles não estão sozinhos nessa: segundo um levantamento feito pela DNA Outplacement com base em 6 mil currículos, 75% dos brasileiros mentem na hora de redigir o CV.

Para evitar que situações como essa continuem a acontecer não só no mercado de trabalho, mas também na esfera pública, o senador Jorge Kajuru(PSB/GO) propôs, em um Projeto de Lei, que quem mentir no currículo deverá ser penalizado com multa e reclusão de dois a seis anos. Para servidores públicos, a pena deve ser aumentada em um sexto.

“Esse projeto de lei visa tipificar e criminalizar os agentes que se beneficiam de falsos títulos acadêmicos, sejam eles mostrados, falados ou insinuados, de forma a induzir ao erro a população”, escreveu ele no documento.

Kajuru cita em seu projeto, principalmente, casos nos quais o candidato a uma vaga mente sobre os cursos que já fez ou falsifica diplomas. Para ele, é preciso que regras ainda mais severas sejam adotadas para a administração pública. “Se, para galgar uma vaga de trabalho em uma empresa de construção é necessário apresentar o diploma de engenheiro, o que acontecerá com aquele que apresenta um falso título universitário?”, questiona.

O senador também aproveita para criticar pessoas que se afirmam como “doutores”, mas que não possuem doutorado. “Diz o dito popular: doutor mesmo é quem tem doutorado. Verídico, aprovado e certificado.”

Via Exame

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Fonte Jornal Contábil