A apresentação do parecer do relator, Samuel Moreira (PSDB-SP), deu apenas o pontapé inicial para a nova rodada de negociações da Reforma da Previdência. Pedidos de mudanças no texto pressionam o governo e partem não só das categorias que se consideram as mais afetadas pelo projeto como também de grupos contemplados pelo relatório apresentado na última quinta-feira.

O parecer divulgado na quinta-feira não é definitivo e pode ser alterado quantas vezes Moreira considerar necessárias, ao longo das discussões na Comissão Especial. Depois, o texto ainda tem como mudar no plenário, desde que haja emendas, protocoladas no colegiado, que tratem do assunto em questão.

O parecer divulgado na quinta-feira não é definitivo e pode ser alterado quantas vezes Moreira considerar necessárias, ao longo das discussões na Comissão Especial. Depois, o texto ainda tem como mudar no plenário, desde que haja emendas, protocoladas no colegiado, que tratem do assunto em questão.

Reforma da Previdência pode ter outros Desfechos

Aliados do governo se alvoroçam contra a retirada do regime de capitalização – que, afinal, era o que caracterizava a “Nova Previdência”, segundo o ministro da Economia, Paulo Guedes. Deputados do PSL e do Novo já adiantaram que vão tentar retomar a possibilidade de migração do sistema atual, de repartição, para o de contas individuais.

Vale lembrar que Rodrigo Maia (DEM-RJ) usou o Twitter ainda neste fim de semana para afirmar que o texto da reforma será aprovado. “Quero reiterar, mais uma vez, que faremos a reforma da Previdência, porque ela é justa e vai ajudar a reduzir a pobreza e o desemprego no Brasil. Estou seguro de que iremos aprová-la em julho na Câmara”, postou na rede social no início da tarde. “A gente tem um grupo de 15 partidos com o mesmo comprometimento, apesar de todo o desgaste provocado pela matéria. Mas, com a responsabilidade que temos com o Brasil, todos vamos votar e ajudar o país”.

Em um terceiro post citou a retirada da capitalização do texto. “A capitalização pode não entrar neste texto inicial, mas nada impede que seja aprovada no próximo semestre. O PDT, por exemplo, tem uma ótima proposta de capitalização, apresentada e debatida desde o período eleitoral”, afirmou Maia.

A retirada do Benefício de Prestação Continuada (BPC) também deixou insatisfeitos integrantes do PSL. O parecer de Moreira manteve as regras atuais, pelas quais idosos de baixa renda, a partir dos 65 anos, recebem um salário mínimo mensal. Pela proposta do governo, o benefício seria opcional aos 60 anos, mas abaixo de um salário mínimo até os 70.

Estados e Municípios

Outro tema que tem sido negociado por vários parlamentares, com a atenção do relator e do presidente da Câmara, é a reinclusão dos estados e municípios na reforma. O parecer do relator excluiu os estados, mas governadores e prefeitos trabalham para que voltem a ter as mesmas regras estabelecidas pela União, e, assim, não precisariam fazer suas próprias reformas, evitando a demora do processo e o desgaste político. Maia acredita que será mais fácil incluí-los novamente durante o debate no plenário, desde que os deputados de cada estado que tenha interesse na mudança colaborem na votação.

*Com informações do Estado de Minas

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