Por Poliana Nunes
Comunicação CFC
A Profissão Contábil no Centro da Transformação Sustentável foi tema do painel de abertura do evento “Rumo à COP 30: Contabilidade – Transparência para um Futuro Sustentável”, promovido na manhã desta terça-feira (14), pelo Conselho Federal de Contabilidade (CFC) e pelo Instituto de Auditoria Independente do Brasil (Ibracon). O encontro reuniu lideranças nacionais e internacionais para discutir o papel da contabilidade na construção de um futuro mais ético, confiável e ambientalmente responsável.
Mediado pela vice-presidente Técnica do CFC, Ana Tércia Lopes Rodrigues, o painel contou com as participações do presidente do International Auditing and Assurance Standards Board (Iaasb), Tom Seidenstein; do membro do Board da Federação Internacional de Contadores (Ifac) e presidente do Conselho de Administração do Ibracon, Francisco Maldonato Sant’Anna; da presidente do International Ethics Standards Board for Accountants (Iesba), Gabriela Figueiredo Dias; e da integrante do International Sustainability Standards Board (ISSB), Elizabeth Seeger, que participou de forma remota.
Na abertura, Ana Tércia ressaltou a necessidade de alinhar o rigor técnico da profissão às demandas urgentes da agenda sustentável. “Nós somos uma profissão extremamente técnica e que precisa encontrar na sustentabilidade um caminho viável para aplicar, com o mais alto nível de qualidade, nossos conhecimentos contábeis a serviço dessa nova área que explode no mundo, impulsionada pelas emergências climáticas, sociais e de governança”, afirmou.
O presidente do Iaasb, Tom Seidenstein, destacou o progresso do Brasil na agenda da transparência e a importância de fortalecer sistemas de asseguração confiáveis. “É uma honra enorme voltar ao Brasil. Há mais de 20 anos visitei o país pela primeira vez, quando as normas internacionais de auditoria eram praticamente desconhecidas. Hoje, o Brasil e a profissão contábil se tornaram protagonistas na promoção da transparência e da ética”, disse.
Tom lembrou que o desafio da sustentabilidade requer persistência e colaboração global. “Nosso objetivo é criar sistemas altamente confiáveis de relatoria sobre sustentabilidade, no mesmo nível de qualidade que esperamos dos relatórios financeiros. Essa jornada exigirá paciência, treinamento e governança, mas precisamos manter a ambição. A imperfeição não deve ser obstáculo, juntos podemos construir um futuro de transparência, integridade e confiança a serviço do interesse público”, defendeu.
A presidente do Iesba, Gabriela Figueiredo Dias, reforçou a relevância da ética e da independência profissional no novo cenário de divulgação de informações ESG. “O Iesba oferece um conjunto de normas fundamentais para garantir a qualidade e a fiabilidade do trabalho dos profissionais. Em 2022, após uma análise do código de ética, concluímos que as regras existentes para o reporte financeiro não eram suficientes para o reporte e a asseguração de sustentabilidade. Identificamos riscos e situações específicas que exigem tratamento ético próprio”, explicou.
Gabriela destacou o protagonismo brasileiro nesse processo de adoção. “O código de ética do Iesba é hoje adotado em cerca de 130 países, e nosso objetivo é que o mesmo aconteça na sustentabilidade. Isso não é uma questão de promoção institucional, mas de serviço público e de proteção ao investidor e ao interesse coletivo. O Brasil tem sido um parceiro valioso e pode se tornar o primeiro país a adotar essas normas de forma profissional, robusta e consistente”, afirmou.
A posição de liderança do Brasil na adoção das normas de sustentabilidade também foi destaque na fala de Francisco Maldonato Sant’Anna. “Fomos o primeiro país do mundo a tornar obrigatória a aplicação dos pronunciamentos S1, S2 e ISSA 5000 a partir de 2026. Isso é motivo de orgulho e demonstra o compromisso da profissão contábil com o interesse público”.
De forma on-line, a representante do ISSB, Elizabeth Seeger, apresentou um panorama global da adoção das normas internacionais de sustentabilidade. De acordo com a contadora, existem quase 40 jurisdições que decidiram usar ou estão em processo de aplicar as normas, o que representa cerca de 40% do PIB dos mercados de capitais globais e metade das emissões mundiais de carbono. E o Brasil está entre os países que lideram esse movimento.
Elizabeth explicou que as normas IFRS S1 e S2, publicadas em 2023, já são referência para a elaboração de relatórios de sustentabilidade, ao lado dos padrões SASB e das orientações de outras estruturas internacionais. “As empresas estão reconhecendo que as informações sobre sustentabilidade são parte essencial da avaliação de riscos e oportunidades. Nosso papel é apoiar essa transição e assegurar a comparabilidade e a qualidade global dos relatórios”, definiu.
Para acompanhar o evento Rumo à COP 30: Contabilidade – Transparência para um Futuro Sustentável, promovido pelo CFC e Ibracon, acesse aqui.
Fonte: Conselho Federal de Contabilidade
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