Cerca de 200 mil refugiados deixaram casas, histórias e projetos em seus países de origem e vieram para o Brasil em busca de acolhimento e melhores condições de vida – no mundo, são mais de 108 milhões de pessoas nessa situação. Para ajudá-los a recomeçar, o Sebrae, o Alto-Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) e parceiros desenvolvem o Programa Refugiado Empreendedor que busca capacitar grupos que já empreendem ou que pretendem empreender como forma de obter renda e ocupação no seu novo país de adoção.

Maria Elena Ojeda é dona da confeitaria Nossa Delícia, que vende brownies, doces e bolos integrais com foco em uma alimentação mais saudável.   Crédito: arquivo pessoal.

Maria Elena Ojeda é um desses casos. Venezuelana, teve de deixar o país e o trabalho em uma companhia área para recomeçar a vida no Rio de Janeiro, em 2018. Hoje é proprietária da confeitaria Nossa Delícia e produz brownies, doces e bolos integrais, com foco em uma alimentação mais saudável. Entre as diversas qualificações que já cursou, ela passou por uma capacitação do Sebrae, neste ano, sobre manipulação de alimentos e higiene.

“A capacitação ajuda muito. O conhecimento é uma ferramenta a mais para o nosso negócio”, comenta a confeiteira. “Não é fácil abrir um negócio em um novo país. Ainda estou aprendendo algumas receitas brasileiras e tenho apresentado a nossa culinária também”, completa Maria Elena.

A confeiteira e outros mais de 130 refugiados já estão expondo os seus produtos e trabalhos na plataforma Refugiados Empreendedores. “Estou com uma grande expectativa de participar da plataforma, porque vai nos ajudar muito a conquistar novos clientes”, disse.

Além da oferta dos serviços e a possibilidade de fechar novos negócios em diversos estados do país, o portal possibilita que essas pessoas sejam encaminhadas para capacitações on-line gratuitas, além de disponibilizar o acesso a materiais. A mobilização do Sebrae na promoção desta parceria ocorre principalmente nos estados onde há maior presença de refugiados: Roraima, Amazonas e São Paulo.

Segundo o analista da Unidade de Assessoria Institucional do Sebrae Nacional Getúlio Vaz, uma boa parte dessa população tem no empreendedorismo uma opção de vida enquanto permanecem no país. Por isso, a importância de oferecer caminhos para que possam crescer por meio de seus negócios.

“É fundamental oferecer a eles um conjunto de ações para que sejam integrados à sociedade. A nossa contribuição é fazer com que esses empreendedores e os interessados em empreender possam aumentar a sua chance de sucesso, colaborando para o crescimento do país e na geração de empregos”, explicou Vaz. “Temos certeza de que estamos colaborando para o desenvolvimento social do país com equidade nessa situação de solidariedade às pessoas em situação de vulnerabilidade”, completou.

Dia Mundial do Refugiado

É celebrado em 20 de junho e homenageia a resiliência, os saberes e a determinação das pessoas refugiadas em todo o mundo. O tema deste ano é “Esperança longe de casa: por um mundo inclusivo com as pessoas refugiadas”.

“Incluir os refugiados nas comunidades onde eles encontraram segurança depois de se deslocar em razão de conflitos e perseguições é a maneira mais eficaz de apoiá-los no recomeço de suas vidas e permitir que contribuam para os países que os acolhem. Essa também é a melhor maneira de prepará-los para voltar para casa e reconstruir seus países, quando as condições permitirem que o façam de forma segura e voluntária, ou para prosperar se forem reassentados em outro país”, aponta o Alto-comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR).

Fonte: SEBRAE
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