Criar uma argamassa a partir da sedimentos do rio Amazonas, produzir uma fibra têxtil de algas e elaborar um teste para detectar o câncer de mama por meio da coleta de sangue. Em comum com todos esses produtos inovadores está o Sebrae, que apoia os pesquisadores e cientistas na aceleração do seu negócio.

“A ciência aliada à transformação digital e à inovação é fundamental para o crescimento sustentável das micro, pequenas e médias empresas e para o desenvolvimento do país. Precisamos trabalhar em ações que permitam a inclusão e gerem impacto direto na vida das pessoas”, ressalta o presidente do Sebrae, Décio Lima.

A startup Hyla, por exemplo, que tem o projeto de elaborar um biossensor que pretende detectar tumores na mama com um exame de sangue, passou pela jornada Catalisa ICT do Sebrae. A iniciativa aproxima a Academia e o mercado por meio de capacitação em gestão, além de mentorias, fomento a projetos e acesso ao universo empresarial para os pesquisadores.

O apoio do Sebrae foi de longe essencial, não só para a mudança de mindset, com as capacitações de pesquisadores acadêmicos para a virada em cientistas empreendedores, mas também com recurso financeiro, pois os projetos normalmente ainda estão em estágios muito iniciais, o que dificulta a aprovação de recursos pelo fato do risco ser maior.
Maria Luiza Santos, fundadora da Hyla.

Desde 2020, o Sebrae já investiu, por meio do Catalisa ICT, R$ 40 milhões em bolsas, auxílios, eventos e projetos de inovação junto à na Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii) e internacionalização. Cerca de 3 mil pesquisadores brasileiros foram atendidos por meio da ação. Além disso, o Sebrae construiu um catálogo com mais de 170 empresas que têm soluções inovadoras e que estão aptas a receber investimentos.

Tecido feito de algas

Com a empresa inovadora Phycolabs, que está empenhada na produção de uma fibra têxtil a partir de algas e já teve reconhecimento internacional, o processo de entendimento sobre a capacidade do negócio foi semelhante a partir do momento em que passou pela jornada Catalisa ICT. A fundadora da empresa, Thamires Pontes, que é mestre em Têxtil e Moda, conta como a experiência fez o negócio seguir em frente.

“De lá para cá, muitas portas foram abertas nos quesitos de conhecimento intelectual, networking e de oportunidades. Foi lá que tivemos nossa primeira noção de empreendedorismo e que fundamos a Phycolabs. o Sebrae nos ofereceu capacitações que ajudaram a adquirir as competências necessárias para administrar nosso negócio”, contou Thamires.

“O Sebrae atua em várias frentes, desde o incremento ao surgimento de novas startups no país, até a inserção das tecnologias inovadoras em setores tradicionais, onde a inovação não é uma prática comum”, ressalta o gerente de Inovação do Sebrae Nacional, Paulo Renato Cabral.

Inova Amazônia

Outra iniciativa importante realizada pelo Sebrae juntamente com pesquisadores é o Programa Inova Amazônia. É uma estratégia focada em fomentar, apoiar e desenvolver pequenos negócios, startups, empreendimentos e ideias inovadoras alinhadas à bioeconomia na região amazônica. No total, já foram investidos R$ 23 milhões em ações de aceleração, bolsas, eventos, Sebraetec e missões internacionais (Alemanha e Portugal).

De Macapá (AP), a Mazodan Laboratório e Produtos Científicos quer ganhar o mundo. A empresa utiliza sedimentos do rio Amazonas e rejeitos de mineração na composição de argamassa. A iniciativa não causa assoreamento nem a degradação ambiental. Michael Carvalho, que é engenheiro de produção e um dos sócios, destaca o atendimento que recebeu. “Se não fosse o Sebrae, acredito que esse sonho continuaria sendo apenas um sonho. O Sebrae é um instrumento usado para transformar a vida das pessoas”, explica.

Quer participar do Inova Amazônia?

As inscrições para o edital que vai selecionar projetos de inovação para o novo ciclo do programa Inova Amazônia – Módulo Tração estão abertas.

Podem participar propostas com potencial de inovação que incorporem novas tecnologias aos setores relacionados à bioeconomia nos nove estados da Amazônia Legal: Acre, Amapá, Amazonas, Maranhão, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins. Os interessados têm até o dia 7 de novembro para submeter suas propostas inovadoras.

Brasil Mais Produtivo

O Sebrae também está atuando em conjunto com o Governo Federal por meio do novo Brasil Mais Produtivo, do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC). O Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI), a Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) também são parceiros da ação. A iniciativa terá R$ 1,5 bilhão nos próximos três anos para alavancar a produtividade, a transformação digital, a requalificação e o aperfeiçoamento da força de trabalho em até 200 mil micro, pequenas e médias empresas.

Pop Ciência

O tema da ciência está em alta. Na última semana, o governo federal instituiu o Programa Nacional de Popularização da Ciência (Pop Ciência). O objetivo é desenvolver a cultura científica no país e estimular a prática da ciência, tecnologia e inovação como meios de promover a inclusão social e reduzir a desigualdade social. Também foi criado o Comitê de Popularização da Ciência e Tecnologia (Comitê Pop), que deve atuar como órgão consultivo no âmbito do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), com a finalidade de auxiliar no detalhamento das ações do projeto de incentivo à ciência.

Entre as ações, estão previstos eventos e processos permanentes de popularização da ciência, como mostras e feiras científicas. O programa também deve pôr em prática concursos, hackathons e olimpíadas científicas.

Fonte: SEBRAE
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