O Sebrae Pará deu início ao projeto piloto da Moeda Verde, iniciativa que integra ações de educação ambiental, valorização dos catadores e incentivo aos pequenos negócios nos municípios de Santarém e Belterra, na região do Baixo Amazonas. A proposta faz parte do Projeto Pró-Catadores, que já está presente em 18 estados brasileiros, nas cinco regiões do país, e tem como meta atender 6.770 catadores e 333 cooperativas.
“A moeda social atua dentro do conceito da sustentabilidade. O Sebrae Pará aderiu ao Pró-Catadores com resultados práticos significativos, permitindo o desenvolvimento da economia circular. Um processo que envolve a reciclagem, o setor produtivo, os entes públicos e o Sebrae. O compromisso é com à inclusão e geração de renda”, afirmou o presidente do Sebrae, Décio Lima.
De acordo com o superintendente do Sebrae Pará, Rubens Magno, a Moeda Verde funcionará como um incentivo direto para a população separar corretamente o lixo reciclável. O material será destinado às cooperativas locais, e, em troca, os moradores receberão créditos para utilizar no comércio do município.
“A ideia é negociar com o poder público e parceiros locais para que a Moeda Verde possa gerar benefício para todos, valorizar os catadores, promover a conscientização ambiental e movimentar os pequenos negócios”, explica.
Atualmente, a cooperativa de Belterra conta com 21 catadores envolvidos no trabalho de triagem do plástico e do papelão. O Sebrae oferece capacitação e apoio à organização da cooperativa, visando melhores condições de trabalho e maior eficiência na cadeia da reciclagem.
Com a Moeda Verde, os resíduos recicláveis passarão a ter valor de troca. A população que separar o lixo de forma adequada e entregar o material preparado para triagem receberá a moeda social, que poderá ser utilizada de dois modos já em negociação, em estabelecimentos do comércio local ou na aquisição de alimentos da agricultura familiar, como produtos orgânicos.
Queremos inserir a população nesse processo. Quando ela entende o valor da separação correta do lixo, todo o ciclo melhora. O catador deixa de trabalhar em lixões, os resíduos chegam já organizados e os pequenos negócios são fortalecidos. Este projeto tem potencial de escalar para todo país, Décio Lima, presidente do Sebrae.
A iniciativa também busca reduzir o descarte inadequado de resíduos, contribuindo para a sustentabilidade ambiental e promovendo condições dignas de trabalho para os catadores. Belém também já conta com ações do Projeto Pró- Catadores, mas, na região do Baixo Amazonas, Belterra e Santarém servirão como referência piloto para a implementação da Moeda Verde.
O projeto está em fase final de ajustes com os governos municipais e que, após alinhamento das parcerias, a Moeda Verde deve entrar formalmente em circulação.

Economia Circular
Afonso Henrique Oliveira, da Secretaria Municipal da Gestão do Meio Ambiente e Clima (Semac) de Belterra (PA), comenta que a iniciativa da Moeda Verde foi partiu de uma sugestão do Sebrae a partir da iniciativa surgida no município de Tomé-Açu. “Esta moeda social vai além do valor monetário, buscando educar ambientalmente a sociedade local sobre questões como descarte incorreto, resíduos e poluição”, explica.
Segundo Afonso, o projeto funciona com a criação de uma moeda lastreada por empreendedores e comerciantes locais que a patrocinam. Em troca, esses parceiros recebem benefícios fiscais, como abatimento em taxas municipais, além de serem reconhecidos como “empreendimentos verdes” parceiros da Semac.
Para a população local, o projeto envolve pontos de coleta onde alunos, donas de casa e comerciantes podem levar materiais recicláveis, como garrafas PET, e, em lugar de dinheiro, recebem a Moeda Verde. “Com essa moeda, eles podem negociar em comércios credenciados, como comprar pão na padaria”, exemplifica.
Periodicamente, a Semac ou uma associação parceira vai aos estabelecimentos credenciados e troca as Moedas Verdes por dinheiro em espécie, garantindo a circulação e o resgate. “A experiência de Tomé-Açu demonstrou que, com o tempo, a população atinge um nível de educação ambiental que os leva a descartar corretamente os resíduos de forma voluntária, sem a necessidade do incentivo financeiro direto, mostrando que a moeda atua como um impulsionador inicial da educação ambiental”, acrescenta Afonso.
Organização Coletiva
Aurieth Peninchi e Cleidiane Parente dos Santos fazem parte do grupo de catadores. Aurieth, que vive em Belterra, comenta que os trabalhadores locais ainda não contam com uma cooperativa e que há uma expectativa pela melhoria das condições de trabalho e vida a partir da organização coletiva. Já Cleidiane, que vive Santarém, faz parte de uma cooperativa que conta com 18 associados e comenta que a renda obtida com seu trabalho tem possibilitado sua subsistência. “A gente se sustenta, compra material escolar para o filho da gente, o alimento, uma faculdade”, acrescenta.
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Fonte: SEBRAE
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