Parte imprescindível de gerir um negócio é acompanhar a saúde financeira dela, que ao contrário do que muitos acreditam, não engloba apenas um aspecto, como por exemplo a geração de lucro, mas sim um conjunto de indicadores que juntos cobrem os principais pilares da gestão financeira de uma empresa.
Uma empresa com boa saúde financeira executa vendas lucrativas, possui uma estrutura de custo otimizada, disponibiliza capital de giro suficiente, apresenta uma sobra positiva de caixa (porém não excessiva) e ainda tem a capacidade honrar seus compromissos de médio e longo prazo.
Portanto, um planejamento sólido é o primeiro passo para estruturar uma empresa financeiramente saudável. Feito isso, acompanhamentos periódicos são essenciais para tratar qualquer desvio encontrado e garantir que a empresa continue crescendo em um ritmo sadio.
E para te auxiliar nesse processo de avaliação financeira, vamos abordar abaixo os aspectos anteriormente citados, deixando algumas dicas de onde focar sua atenção.
Faturamento
O faturamento é a base para o lucro do negócio, e para que as receitas sejam de fato lucrativas é necessário que a precificação dos produtos e serviços seja feita de forma precisa, sendo esse um dos maiores desafios do empreendedor.
Para se calcular o preço ideal de vendas, diversos aspectos precisam ser considerados, como por exemplo: os custos operacionais e não operacionais envolvidos (matéria-prima, mão-de-obra, custo de estocagem, custos fixos da operação e as despesas gerais), a margem de lucro necessária para que o negócio continue rodando, o posicionamento da concorrência e a percepção de valor do cliente.
O preço de venda correto contribuiu com o faturamento da empresa, com a satisfação do cliente, cobre os custos e despesas da companhia, gera lucro e assegura um fluxo de caixa positivo.
Para André Dacol, sócio da Contjet Contabilidade, “uma correta formação de preços em grande parte responde pelo sucesso de uma empresa, mas muitos empresários ainda são carentes de boas técnicas para apuração de seus preços de vendas de mercadorias e de serviços”.
Além disso, a diversificação do fluxo de receita é outro ponto que devemos ficar atentos. Se a sua empresa possui algum cliente ou produto do qual depende significativamente, isso pode representar um risco potencial no futuro caso surjam novos concorrentes ou produtos substitutos no mercado.
Por esse motivo, tanto a precificação quanto a diversificação no fluxo de vendas são estratégias que visam garantir a sustentabilidade do negócio no longo prazo.
Estrutura de Custo
Durante a elaboração do modelo de negócios, é fundamental avaliar todos os custos envolvidos para que a operação funcione, desde a concepção do produto até o pós-venda. Diversas empresas falham em compreender a estrutura de custo de seu negócio e acabam fechando as portas ainda nos primeiros anos de vida, pois não geram o lucro necessário para cobrir todas as suas despesas.
Primeiramente, diferencie os custos que são influenciados pelo volume de vendas (custos variáveis) e os custos que ocorrem mesmo que não haja faturamento (custos fixos), elabore um planejamento orçamentário alinhando os objetivos da empresa com as expectativas do mercado, em termos de projeção de vendas, inflação e qualquer fator externo que possa afetar diretamente seu modelo de negócio.
Em seguida, estipule uma métrica de controle mensal, para monitorar as despesas e identificar tanto desvios nos custos como falhas no orçamento. Caso necessário, faça revisões no planejamento de forma a ter projeções claras e realistas com relação as expectativas de lucro.
Avaliar e otimizar a estrutura de custos da sua empresa de forma periódica, é outra estratégia indispensável para garantir o sucesso do negócio no longo prazo.
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Capital de Giro
Para que a empresa possa garantir o seu funcionamento não é necessário ter apenas vendas lucrativas, mas também um capital de giro bem dimensionado.
O cálculo do capital de giro é feito a partir da soma dos recursos ao dispor, com as contas a receber e o valor disponível em caixa, descontando as contas a pagar. É através do capital de giro que uma organização pode proporcionar aos seus clientes vendas a prazo, manter os seus estoques e assegurar o pagamento a seus fornecedores.
Quando o capital de giro não é dimensionado adequadamente, isso compromete a capacidade da empresa gerar vendas futuras, pois restringe o pagamento aos fornecedores, afetando o potencial de adquirir estoque.
Portanto, para definir um capital de giro eficiente, negocie com seus fornecedores extensões de prazo ou possíveis descontos para pagamentos à vista e sempre que possível, antecipe suas contas a receber. Possibilitar o pagamento a prazo pode ajudar a fidelizar o cliente, mas não deve comprometer a saúde da empresa.
E por fim, tenha disciplina! Não utilize os recursos do capital de giro para cobrir outros custos e despesas. Os desfalques no capital de giro podem refletir em prejuízos futuros ainda maiores.
Fluxo de Caixa
Outro indicador relevante na avaliação da saúde financeira da sua empresa é o fluxo de caixa. A partir dele é possível verificar se a operação está gerando mais entradas de caixa do que saídas, dentro de um determinado período.
A gestão do fluxo de caixa é responsável por apontar possíveis riscos ao negócio, como por exemplo: alteração nos níveis de estoque, aumento de inadimplência, atraso nos recebimentos, queda nas vendas, entre outros.
Não é somente uma empresa com saúde financeira ruim que apresenta problemas no fluxo de caixa, há também o negócio lucrativo que pode apresentar fluxo de caixa negativo, caso não esteja executando uma gestão financeira eficiente. Por esse motivo, tenha um olhar crítico sobre o fluxo de caixa, pois esse indicador é capaz de fornecer sinais claros de que a saúde financeira pode estar em risco.
Para concluir, é importante salientar que a saúde financeira de uma empresa é determinada através do olhar analítico de diversos pontos e que, é a junção desses aspectos que cria um ambiente favorável para um crescimento sustentável.
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Fonte: Finube
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Fonte: Jornal Contábil
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