A tecnologia facilitou a vida vida dos brasileiros em diversos campos, inclusive com serviços bancários. Mas, por outro lado, trouxe um novo medo: ser alvo de criminosos e ter a conta esvaziada.
Os diversos serviços bancários disponíveis à base de um clique contribuíram com a formação de um ambiente propício a novas modalidades de golpes, principalmente via Pix.
De acordo com dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, no ano passado, foram 2.321 aparelhos levados diariamente das vítimas no Brasil. Ao todo, 847.313 celulares foram subtraídos em 2021. O número equivale a uma média de 97 por hora.
Para o especialista em segurança e membro do Fórum, Alan Fernandes, as quadrilhas estão se especializando em golpes digitais.
“Há também um interesse pelo próprio aparelho e pelas peças, mas, em boa parte, o aumento dos crimes se deu pelo fluxo de informações contidas nos celulares, sobretudo acesso a aplicativos de banco”, observou.
Os softwares são os principais canais de comunicação com os bancos e estão nos celulares. Quem acessa pode movimentar as contas com facilidade. Os golpistas tentam acompanhar a tecnologia para extrair mais dinheiro das vítimas.
“Existem grupos criminosos que só atuam com crimes financeiros a partir de dados de celulares”, destacou Fernandes.
A maior parte dos casos desta natureza se concentra nas grandes cidades, com 289.461 registros de roubos e furtos de celulares em 2021, segundo o Fórum.
Por conta da vulnerabilidade, é necessário tomar medidas para evitar maiores perdas. “É preciso acionar o banco dizendo que teve seu celular subtraído e registrar o boletim de ocorrência junto à Polícia Civil. É importante ter sempre um IMEI junto a si, que é o número que identifica e possibilita o bloqueio de qualquer aparelho de celular remotamente a distância”, alertou Alan Fernandes.
Amparo legal e burocracia
Com a quantidade de crimes e rapidez dos assaltantes, instituições financeiras e vítimas lidam com a burocracia para tentar minimizar os problemas e reverter as ações dos criminosos.
A advogada especialista em direito digital e professora do Instituto Brasileiro de Ensino, Desenvolvimento e Pesquisa (IDP), Tainá Aguiar Junquilho, destacou a dificuldade em prestar queixa desses crimes atualmente.
“Tanto quanto criminosos usam seus dados para fazer empréstimos, em seu nome, quanto quando usam para fazer saques ou transferências os bancos têm tentado alegar culpa exclusiva da vítima”, disse.
Em casos em que o banco não atenda a solicitação, o cliente pode recorrer aos órgãos de defesa do consumidor. Apesar das condenações, não é regra que os bancos sempre devam realizar o reembolso dos valores subtraídos pelos criminosos, sobretudo com o aumento do número de casos recentes.
“Em resumo, é melhor não depender da sorte e de processos judiciais, pois além da dor de cabeça gerada e do estresse, a jurisprudência ainda não é unânime em responsabilizar os bancos a devolver os valores”, afirmou Junquilho.
Caso Nubank
Recentemente a empresa Nubank foi condenada a indenizar um cliente que foi vítima de roubo. Os criminosos tiveram acesso ao aplicativo mesmo após o bloqueio do número e do aparelho junto à operadora e ao fabricante. O dinheiro, no valor de R$ 5,1 mil, estava depositado na seção “Dinheiro Guardado” que, segundo a propaganda da fintech, é tão segura quanto usar um cofre.
O banco digital se recusou a ressarcir a vítima quando contatado, alegando que não poderia desfazer a transação visto que ela foi realizada com a utilização da senha pessoal do usuário, o que não comprova falha no serviço por parte da empresa.
“Em respeito ao sigilo bancário, o Nubank não comenta casos específicos. A segurança é uma prioridade da empresa, que na semana passada lançou o SOS Nu, nova plataforma do Nubank com dicas de proteção contra golpes, roubos e fraudes”, informou o banco, em nota.
Fonte: com informações adaptadas do Correio Braziliense
Fonte: Contábeis
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