O turismo, um dos segmentos mais afetados pela crise, registrou em setembro a quinta alta mensal seguida. No entanto, o nível de atividade do setor se encontra 44% abaixo do verificado antes da pandemia.
A Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) aumentou de 5,9% para 6,4% a projeção de recuo no volume de receitas dos serviços em 2020, em função do ritmo lento da reação do setor. A estimativa tem como base os dados da Pesquisa Mensal de Serviços (PMS) de setembro, divulgada na quinta-feira (12/11) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
De acordo com o presidente da CNC, José Roberto Tadros, a tendência é que os serviços sigam apresentando uma recuperação tímida até o fim do ano. “As medidas de estímulo à economia adotadas no auge da pandemia devem produzir impactos menos significativos daqui para frente”, afirma Tadros.
Segundo a PMS, o volume de receitas dos serviços cresceu 1,8%, em relação a agosto, já descontados os efeitos sazonais. Foi o quarto avanço consecutivo do setor, que chegou a registrar retração de quase 20%, entre março e maio deste ano, e ainda acumula perda de 8% desde o início da pandemia. Na comparação com setembro de 2019, houve variação negativa (-7,2%) pelo sétimo mês consecutivo.
Entre os grupos de atividade, apenas os serviços profissionais administrativos e complementares (-0,6%), que vinham de três altas seguidas, apresentaram queda mensal. Entre os destaques positivos, os serviços prestados às famílias (+9%) foram os que chamaram mais a atenção. “Contudo, mesmo considerando o avanço significativo dos dois últimos meses, já que em agosto houve alta de 35,1%, este segmento ainda apresenta um nível de geração de receitas 8,5% menor que a média anterior do primeiro bimestre deste ano”, ressalta Fabio Bentes, economista da CNC.
Turismo
O turismo, um dos segmentos mais afetados pela crise, registrou em setembro a quinta alta mensal seguida (+6%), segundo a PMS. No entanto, o nível de atividade do setor ainda se encontra 44% abaixo do verificado no primeiro bimestre de 2020, antes da pandemia. Em termos comparativos, a situação do setor é mais crítica que a do comércio (+11%), da indústria (+4%) e até mesmo do setor de serviços como um todo (-9%).
A CNC calcula que, em oito meses (de março a outubro), o turismo brasileiro perdeu R$ 228,6 bilhões. Os Estados de São Paulo (R$ 82,28 bilhões) e Rio de Janeiro (R$ 33,71 bilhões), principais focos da covid-19 no Brasil, concentram mais da metade (50,7%) do prejuízo nacional. “Embora menos intensas desde maio, as perdas levam o setor a operar, atualmente, com apenas 29% da sua capacidade mensal de geração de receitas”, afirma Bentes.
Somente no segundo trimestre, a Confederação estima um saldo negativo de 49,9 mil estabelecimentos turísticos com vínculos empregatícios no País. Já os dados de emprego mostram que, de março a setembro, 489,2 mil postos formais de trabalho foram eliminados no setor – o equivalente a 13,5% da força de trabalho dessas atividades.
A tendência é que o faturamento real do setor de turismo encolha 37,1% em 2020, com perspectiva de volta ao nível pré-pandemia no terceiro trimestre de 2023.
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Fonte: Contabilidade na TV
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