Em março de 2020, o volume de serviços no Brasil caiu 6,9% frente a fevereiro, na série com ajuste sazonal. Este é o resultado negativo mais intenso desde o início da série histórica (janeiro de 2011). Os impactos observados foram sentidos especialmente no último terço do mês de março, quando começaram as medidas de isolamento social devido à Covid-19. Em fevereiro, o índice havia recuado 1,0% frente ao mês anterior.

PeríodoVariação (%)
VolumeReceita Nominal
Março 20 / Fevereiro 20*-6,9-7,3
Março 20 / Março 19-2,7-1,1
Acumulado Janeiro-Março-0,12,2
Acumulado nos Últimos 12 Meses0,73,9
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Indústria
*série com ajuste sazonal

Na série sem ajuste sazonal, no confronto com março de 2019, o volume de serviços recuou 2,7%, interrompendo uma sequência de seis taxas positivas. No acumulado do ano, o volume de serviços mostrou variação negativa de 0,1% frente a igual período do ano anterior e, nos últimos doze meses, acumula alta de 0,7%. A publicação completa da Pesquisa Mensal de Serviços (PMS) está à direita.

A retração de 6,9% do volume de serviços, de fevereiro para março de 2020, foi acompanhada por todas as cinco atividades investigadas, com destaque para as quedas em serviços prestados às famílias (-31,2%, o recuo mais intenso da série), e por transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio (-9,0%), a segunda queda mais intensa da série, atrás apenas da de maio de 2018 (-9,5%), quando ocorreu a greve dos caminhoneiros. As pressões negativas mais intensas nesses segmentos vieram pela menor receita das empresas do ramo de alojamento e alimentação (-33,7%) e das empresas de transporte aéreo (-27,5%) e terrestre (-10,6%).

Os Serviços profissionais, administrativos e complementares (-3,6%) acumularam perda de 7,6% nos últimos 6 meses e os de informação e comunicação (-1,1%) caíram 3,2% entre janeiro e março deste ano. Já os outros serviços (-1,6%) eliminaram uma pequena parte do ganho de 8,3% acumulado entre setembro de 2019 e março de 2020.

Ainda na série com ajuste sazonal, a média móvel trimestral para o volume de serviços caiu 2,5% no trimestre encerrado em março de 2020 frente ao nível do mês anterior, intensificando o ritmo de queda frente a janeiro (-0,1%) e fevereiro (-0,4%). Quatro das cinco atividades recuaram neste mês: serviços prestados às famílias (-10,3%), transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio (-2,0%), serviços profissionais, administrativos e complementares (-1,8%) e informação e comunicação (-1,1%). As duas últimas atividades mostraram taxas negativas desde dezembro de 2019 e de janeiro de 2020, respectivamente.

Por outro lado, o único setor que avançou neste indicador foram os outros serviços (0,1%), que mantiveram a trajetória ascendente iniciada em novembro de 2019.

Na comparação com igual mês de 2019, o recuo foi de 2,7% em março de 2020, com retração em apenas duas das cinco atividades de divulgação. Houve ainda crescimento em 39,8% dos 166 tipos de serviços investigados.

Entre as atividades, os serviços prestados às famílias (-33,4%) exerceram a principal influência negativa, tendo sido fortemente impactados pelas medidas de isolamento social que levaram à interrupção parcial ou total do funcionamento de estabelecimentos como restaurantes e hotéis. O outro recuo veio dos serviços profissionais, administrativos e complementares (-3,4%), explicado, em grande parte, pela perda de receita das empresas de administração de programas de fidelidade; agências de viagens; vigilância e segurança privadas; gestão de ativos intangíveis; e atividades técnicas ligadas à engenharia.

Já o setor de outros serviços (13,7%) deu a principal contribuição positiva, impulsionado, principalmente, pela maior receita das empresas de corretoras de títulos, administração de bolsas e mercados; e corretores e agentes de seguros, de previdência complementar e de saúde. Os demais avanços vieram de transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio (0,3%), explicados pelo aumento da receita real vindo de gestão de portos e terminais e de atividades de armazenamento, entre outros; e de serviços de informação e comunicação (0,1%), impulsionados por atividades como provedores de conteúdo; atividades de TV aberta; suporte técnico em TI.

Pesquisa Mensal de Serviços
Indicadores do Volume de Serviços, segundo as atividades de divulgação
Março 2020 – Variação (%)
Atividades de DivulgaçãoMês/Mês anterior (1)Mensal (2)Acumulado
no ano (3)
Últimos
12 meses (4)
JANFEVMARJANFEVMARJAN-JANJAN-FEVJAN-MARAté JANAté FEVAté MAR
Volume de Serviços – Brasil0,4-1,0-6,91,60,6-2,71,61,1-0,11,00,70,7
1. Serviços prestados às famílias0,7-0,4-31,20,23,4-33,40,21,7-10,12,42,3-0,9
1.1 Serviços de alojamento e alimentação0,1-0,1-33,70,54,2-35,80,52,2-10,62,62,5-1,1
1.2 Outros serviços prestados às famílias2,2-0,4-12,6-1,4-0,7-20,0-1,4-1,0-7,51,31,1-0,4
2. Serviços de informação e comunicação-0,9-1,2-1,12,0-0,40,12,00,80,63,12,62,6
2.1 Serviços de tecnologia da informação e comunicação (TIC)-1,3-0,30,31,50,31,41,50,91,13,42,92,8
2.1.1 Telecomunicações-0,30,1-1,7-4,0-2,3-3,4-4,0-3,2-3,2-1,3-1,6-1,7
2.1.2 Serviços de tecnologia da informação-2,2-1,32,313,05,610,413,09,29,713,011,812,0
2.2 Serviços audiovisuais0,5-4,1-14,05,3-5,5-9,55,3-0,1-3,21,41,00,8
3. Serviços profissionais, administrativos e complementares-0,7-1,2-3,60,0-3,4-3,40,0-1,7-2,30,70,30,2
3.1 Serviços técnico-profissionais-2,0-3,11,30,4-6,22,30,4-3,0-1,23,12,32,8
3.2 Serviços administrativos e complementares0,0-1,6-7,0-0,1-2,4-5,3-0,1-1,2-2,6-0,2-0,4-0,6
4. Transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio2,70,4-9,01,01,60,31,01,30,9-2,5-2,5-1,9
4.1 Transporte terrestre4,30,9-10,6-3,1-1,0-5,8-3,1-2,1-3,3-3,1-3,5-3,4
4.2 Transporte aquaviário6,45,00,09,912,423,99,911,215,63,33,85,7
4.3 Transporte aéreo-0,20,2-27,58,86,8-11,78,87,81,6-5,0-5,2-5,4
4.4 Armazenagem, serviços auxiliares aos transportes e correio0,6-1,2-0,83,52,18,23,52,84,6-2,0-1,7-0,2
5. Outros serviços1,40,4-1,69,79,313,79,79,510,96,26,57,8
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Indústria
(1) Base: mês imediatamente anterior – com ajuste sazonal
(2) Base: igual mês do ano anterior
(3) Base: igual período do ano anterior
(4) Base: 12 meses anteriores

No acumulado do ano, frente a igual período do ano anterior, o setor de serviços teve variação negativa de 0,1%, com retração em apenas duas das cinco atividades e com alta em menos da metade (41,0%) dos 166 tipos de serviços investigados.

Entre os setores, os serviços prestados às famílias (-10,1%) exerceram a influência negativa mais relevante, pressionados, especialmente, pela queda nas receitas de restaurantes; hotéis; e de catering, bufê e outros serviços de comida preparada. A reversão da trajetória de crescimento observada no setor, passando de uma expansão de 1,7% nos dois primeiros meses do ano para uma queda de 10,1% no primeiro trimestre de 2020, foi causada pelo fechamento parcial ou integral daqueles estabelecimentos, devido ao isolamento social.

O outro recuo veio de serviços profissionais, administrativos e complementares (-2,3%), explicado pela queda na receita das empresas de administração de programas de fidelidade, de soluções de pagamentos eletrônicos; de vigilância e segurança privadas; limpeza geral; atividades técnicas ligadas à arquitetura e à engenharia; e agências de viagens.

Na outra ponta, a principal contribuição positiva no acumulado do ano ficou com o setor de outros serviços (10,9%), seguido por transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio (0,9%) e por informação e comunicação (0,6%).

Serviços caíram em 24 das 27 Unidades da Federação

A maior parte (24) das 27 unidades da federação teve retração no volume de serviços em março de 2020, em relação a fevereiro, acompanhando o recuo (-6,9%) do país. São Paulo (-6,2%) e Rio de Janeiro (-9,2%) sofreram as perdas mais importantes, pressionados pelos segmentos de alojamento e alimentação. Outras pressões negativas relevantes vieram do Rio Grande do Sul (-11,0%), Distrito Federal (-10,9%) e Paraná (-5,4%).

Em contrapartida, os únicos impactos regionais positivos vieram do Amazonas (1,9%), de Rondônia (3,1%) e do Maranhão (1,1%).

Na comparação com igual março de 2019, o recuo dos serviços no Brasil (-2,7%) foi acompanhado por 23 das 27 unidades da federação. As principais influências negativas ficaram com São Paulo (-1,3%), Bahia (-12,0%) e Rio Grande do Sul (-7,2%). Já as únicas contribuições positivas para o índice global vieram do Amazonas (3,3%), Maranhão (4,3%), Rondônia (8,0%) e Pará (1,4%).

No acumulado de janeiro a março de 2020, frente a igual período do ano anterior, a variação negativa do volume de serviços no Brasil (-0,1%) foi disseminada, pois 16 das 27 unidades da federação também mostraram retração na receita real de serviços.

Os principais impactos negativos ocorreram na Bahia (-6,8%), no Rio Grande do Sul (-4,6%) e em Minas Gerais (-1,7%). Por outro lado, São Paulo (0,9%) e Rio de Janeiro (1,6%) registraram as contribuições positivas mais relevantes sobre o índice nacional.

Índice de atividades turísticas tem recuo de 30%, o maior da série

Em março de 2020, o índice de atividades turísticas caiu 30,0% frente a fevereiro, queda mais intensa da série histórica. As medidas preventivas contra a Covid-19 atingiram de forma mais intensa e imediata boa parte das empresas que compõem os setores correlatos ao turismo, principalmente restaurantes, hotéis e transporte aéreo de passageiros.

Todas as doze unidades da federação onde as atividades turísticas são avaliadas acompanharam esta retração, com destaque para Rio de Janeiro (-36,6%), Minas Gerais (-30,8%) e São Paulo (-28,8%).

Na comparação com março de 2019, o volume de atividades turísticas no Brasil caiu 28,2%, interrompendo seis taxas positivas seguidas e pressionado, principalmente, pela queda de receita de restaurantes, hotéis, e transporte aéreo e rodoviário coletivo de passageiros. Em sentido oposto, o segmento de locação de automóveis apontou a principal contribuição positiva sobre a atividade turística.

As doze unidades da federação onde o indicador é investigado mostraram recuo nos serviços voltados ao turismo, com destaque para Rio de Janeiro (-30,5%), Minas Gerais (-28,3%) e São Paulo (-28,2%).

No acumulado do ano, as atividades turísticas caíram 6,2% frente a igual período de 2019, pressionado, mais uma vez, pelos ramos de restaurantes, hotéis, transporte rodoviário coletivo de passageiros e catering, bufê e outros serviços de comida preparada. Mas o segmento de locação de automóveis teve, de novo, o maior impacto positivo.

Os doze locais investigados também tiveram taxas negativas, com destaque para o Distrito Federal (-15,3%), Rio Grande do Sul (-10,1%), Minas Gerais (-8,5%) e São Paulo (-7,9%).

Por Agência de Notícias IBGE

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Fonte: Contabilidade na TV
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