A produção industrial caiu em sete dos 15 locais pesquisados pelo IBGE em 2019, e levou o setor a encerrar o ano em -1,1%, depois de dois períodos seguidos de crescimento. O resultado negativo foi puxado, sobretudo, pela crise no setor extrativo dos estados de Minas Gerais (-25,3%) e Espírito Santo (-21,1%). Os dados são da Pesquisa Industrial Mensal Regional divulgada hoje (11) pelo instituto.
Em Minas Gerais e no Espírito Santo, a indústria geral recuou 5,6% e 15,7%, respectivamente. “O resultado negativo em Minas decorre da menor produção do minério de ferro, logo após rompimento da barragem de Brumadinho. Já a indústria capixaba foi influenciada pela situação em Minas e também pela menor produção de óleos brutos de petróleo e gás natural, e pela queda no setor de celulose, mercado que anda saturado”, disse o analista da pesquisa, Bernardo Monteiro.
Produção industrial – setor extrativo (acumulado no ano)
Os demais resultados negativos do ano foram registrados nas indústrias da região Nordeste (-3,1%), na Bahia (-2,9%), em Mato Grosso (-2,6%), em Pernambuco (-2,2%) e no Pará (-1,3%). Todos mais acentuados que a média nacional (-1,1%).
Por outro lado, o melhor desempenho industrial de 2019 veio do Paraná (5,7%), com o aumento na produção de automóveis e caminhões, apesar da conjuntura nacional. “Tivemos a crise na Argentina, nosso principal comprador de veículos, um número menor de contratações, além da cautela no consumo das famílias e da incerteza sobre investimentos”, comentou Monteiro. A produção de carnes foi outro destaque no estado, no ano passado.
Com a segunda maior influência entre os locais pesquisados, a indústria do Rio de Janeiro cresceu 2,3% em 2019, puxada pelo impacto do setor extrativo, devido ao aumento na produção de petróleo e gás natural. Outras altas foram verificadas no Amazonas (4%), em Goiás (2,9%), Rio Grande do Sul (2,6%), Santa Catarina (2,2%), Ceará (1,6%) e São Paulo (0,2%).
“O pequeno crescimento de São Paulo reflete a conjuntural nacional, já que o estado possui o maior parque industrial do país. O resultado veio do setor de máquinas e equipamentos, principalmente de máquinas para a pasta de celulose; e também do aumento no setor de derivados do petróleo e biocombustíveis, principalmente óleos combustíveis e nafta para petroquímica e álcool etílico”, disse Bernardo Monteiro.
Doze locais tiveram queda na produção em dezembro
Já na passagem de novembro para dezembro de 2019, 12 dos 15 locais pesquisados apresentaram taxas negativas. Rio de Janeiro (-4,3%) e Minas Gerais (-4,1%) assinalaram os recuos com os maiores impactos, com o primeiro devolvendo parte do ganho de 4,6% verificado nos meses de outubro e novembro; e o segundo marcando a terceira taxa negativa consecutiva e acumulando perda de 8,7% nesse período. No Rio, o resultado foi influenciado pelo setor de derivados de petróleo e veículos automotores. Em Minas, o impacto decorre do minério de ferro.
Mato Grosso (-4,7%), Bahia (-2,4%), Espírito Santo (-2,3%), Ceará (-1,7%), Pernambuco (-1,7%), Goiás (-1,5%), Rio Grande do Sul (-1,2%), Amazonas (-1,0%) e São Paulo (-0,9%) também tiveram recuos mais intensos do que a média nacional (-0,7%), enquanto Santa Catarina (-0,7%) completou o conjunto de locais com índices negativos em dezembro de 2019.
Entre os três resultados positivos, Paraná (4,8%) e Pará (2,9%) registraram os avanços mais elevados em dezembro. O Paraná eliminou parte da perda de 8,2% acumulada nos meses de outubro e novembro, por conta dos derivados de petróleo. O Pará interrompeu três meses consecutivos de queda na produção, período em que acumulou recuo de 12,1%. A região Nordeste (0,3%) também teve taxa positiva em dezembro do ano passado
Por Alerrandre Barros / Agência de Notícias IBGE
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Fonte: Contabilidade na TV
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