Em maio de 2020, o setor de serviços caiu 0,9% frente a abril, na série com ajuste sazonal, ainda sob efeito da pandemia de Covid-19. É a quarta taxa negativa seguida, período em que acumulou perdas de 19,7%. Na série sem ajuste, em relação a maio de 2019, o volume de serviços recuou 19,5%, a terceira taxa negativa consecutiva e a queda mais intensa desde o início da série histórica, em janeiro de 2012. No acumulado no ano, o setor ficou em -7,6% e, nos últimos 12 meses, recuou 2,7%.

Indicadores da Pesquisa Mensal de Serviços
Brasil – Maio de 2020
PeríodoVariação (%)
VolumeReceita Nominal
Maio 20 / Abril 20*-0,9-0,7
Maio 20 / Maio 19-19,5-18,8
Acumulado Janeiro-Maio-7,6-6,0
Acumulado nos Últimos 12 Meses-2,7-0,1
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Indústria
*série com ajuste sazonal

O recuo de 0,9% no volume de serviços, na passagem de abril de 2020 para maio de 2020, foi acompanhado por três das cinco atividades investigadas, com destaque para os setores de serviços de informação e comunicação (-2,5%), que acumula perda de 8,9% nos primeiros cinco meses do ano, e de profissionais, administrativos e complementares (-3,6%), que registrou queda de 20,6% nos últimos oito meses. O outro setor que apresentou resultado negativo nesse mês foi o de outros serviços (-4,6%), registrando a terceira taxa negativa seguida e acumulando uma perda de 12,4% entre março e maio de 2020.

Em sentido oposto, as atividades de transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio (4,6%) e de serviços prestados às famílias (14,9%) recuperaram apenas pequena parte das perdas registradas nos últimos meses. Enquanto o primeiro setor havia mostrado retração de 25,0% entre março e abril; o segundo apontou queda acumulada de 62,7% nos três meses anteriores.

Ainda na série com ajuste sazonal, a média móvel trimestral para o volume de serviços apontou retração de 6,8% no trimestre encerrado em maio de 2020 frente ao nível do mês anterior, intensificando, assim, o ritmo de queda ante janeiro (-0,1%), fevereiro (-0,4%), março (-2,5%) e abril (-6,5%). Todos as cinco atividades tiveram retração neste mês, com destaque para serviços prestados às famílias (-27,6%), seguido por transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio (-8,1%) e serviços profissionais, administrativos e complementares (-6,2%). Os ramos de outros serviços (-4,3%) e informação e comunicação (-2,3%) completam as atividades que apresentaram queda neste indicador.

Na comparação com igual mês do ano anterior, o volume do setor de serviços, ao recuar 19,5% em maio de 2020, registrou a taxa negativa mais intensa desde o início da série histórica para este tipo de indicador. Todas as cinco atividades de divulgação apresentaram retração e menos de um quarto (22,3%) dos 166 tipos de serviços investigados tiveram crescimento. Entre as atividades, os transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio (-20,8%) e os serviços prestados às famílias (-61,5%) exerceram as principais influências negativas sobre o volume total de serviços, uma vez que foram fortemente impactados pelas medidas de isolamento social implementadas em todo o território nacional.

Os demais recuos vieram dos serviços profissionais, administrativos e complementares (-21,7%), dos serviços de informação e comunicação (-9,0%) e dos outros serviços (-7,3%).

No acumulado do ano, o setor de serviços recuou 7,6% frente a igual período do ano anterior, com queda em quatro das cinco atividades de divulgação e com expansão em apenas 27,7% dos 166 tipos de serviços investigados. Entre os setores, os serviços prestados às famílias (-31,0%) exerceram a influência negativa mais relevante.

Pesquisa Mensal de Serviços
Indicadores do Volume de Serviços, segundo as atividades de divulgação
Maio 2020 – Variação (%)
Atividades de DivulgaçãoMês/Mês anterior (1)Mensal (2)Acumulado no ano (3)Últimos 12 meses (4)
MARABRMAIMARABRMAIJAN-MARJAN-ABRJAN-MAIAté MARAté ABRAté MAI
Volume de Serviços – Brasil-6,9-11,9-0,9-2,8-17,3-19,5-0,2-4,5-7,60,7-0,6-2,7
1. Serviços prestados às famílias-31,6-45,114,9-33,5-65,3-61,5-10,2-23,6-31,0-1,0-6,6-12,0
1.1 Serviços de alojamento e alimentação-33,8-45,24,1-35,9-68,1-63,9-10,7-24,5-32,1-1,1-6,7-12,2
1.2 Outros serviços prestados às famílias-19,8-33,01,3-19,9-50,6-49,1-7,5-18,6-24,8-0,4-5,7-10,7
2. Serviços de informação e comunicação-1,5-2,8-2,5-0,2-4,7-9,00,5-0,8-2,52,52,00,8
2.1 Serviços de tecnologia da informação e comunicação (TIC)-0,2-1,0-1,70,8-0,7-5,10,90,5-0,62,82,51,5
2.1.1 Telecomunicações-2,30,0-1,0-4,0-3,9-5,2-3,4-3,5-3,9-1,8-2,0-2,3
2.1.2 Serviços de tecnologia da informação2,0-2,3-2,69,85,7-4,79,48,55,711,911,39,1
2.2 Serviços audiovisuais-9,1-22,7-4,1-7,9-32,6-36,5-2,6-10,3-15,91,0-1,3-4,2
3. Serviços profissionais, administrativos e complementares-4,3-10,4-3,6-3,7-17,5-21,7-2,4-6,3-9,60,2-1,2-3,1
3.1 Serviços técnico-profissionais1,3-4,8-5,93,2-12,3-15,4-0,9-4,0-6,42,91,60,5
3.2 Serviços administrativos e complementares-7,4-10,6-1,8-6,0-19,4-23,8-2,9-7,1-10,7-0,7-2,1-4,4
4. Transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio-8,8-17,84,60,4-21,2-20,81,0-4,6-8,0-1,9-3,2-5,3
4.1 Transporte terrestre-10,5-20,56,6-5,7-28,4-24,4-3,3-9,6-12,7-3,4-5,4-8,1
4.2 Transporte aquaviário-0,5-0,1-1,724,116,310,615,615,814,75,77,27,8
4.3 Transporte aéreo-27,1-73,19,2-11,6-77,1-76,11,6-16,6-30,4-5,4-9,1-15,5
4.4 Armazenagem, serviços auxiliares aos transportes e correio-1,0-6,01,98,3-4,4-5,44,62,30,7-0,2-0,1-0,8
5. Outros serviços-1,9-6,4-4,614,00,8-7,311,08,45,27,87,86,4
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Indústria
(1) Base: mês imediatamente anterior – com ajuste sazonal  (2) Base: igual mês do ano anterior
(3) Base: igual período do ano anterior  (4) Base: 12 meses anteriores

RESULTADOS REGIONAIS

Regionalmente, 16 das 27 unidades da federação assinalaram retração no volume de serviços em maio de 2020, em relação ao mês imediatamente anterior, acompanhando o recuo (-0,9%) observado no Brasil na série ajustada sazonalmente. Os destaques negativos foram São Paulo (-1,5%) e Distrito Federal (-13,9%). Outras pressões negativas relevantes vieram de Minas Gerais (-0,9%) e do Rio de Janeiro (-0,4%). Já os principais resultados positivos vieram do Rio Grande do Sul (5,2%), de Santa Catarina (6,4%) e da Bahia (4,7%).

Na comparação com maio de 2019, o recuo do volume de serviços no Brasil (-19,5%) foi acompanhado por 25 das 27 unidades da federação. A principal influência negativa ficou com São Paulo (-20,2%), seguido por Rio de Janeiro (-17,3%), Minas Gerais (-17,7%) e Rio Grande do Sul (-24,0%). Por outro lado, as únicas contribuições positivas vieram do Mato Grosso (6,3%) e de Rondônia (9,3%).

 No acumulado do ano, 26 das 27 unidades da federação mostraram retração na receita real de serviços. O principal impacto negativo em termos regionais veio de São Paulo (-7,1%), seguido por Rio de Janeiro (-5,5%), Rio Grande do Sul (-13,7%) e Minas Gerais (-7,8%). Por outro lado, a única contribuição positiva no índice nacional veio de Rondônia (4,1%).

AGREGADO ESPECIAL DE ATIVIDADES TURÍSTICAS

O índice de atividades turísticas apontou expansão de 6,6% na passagem de abril de 2020 para maio de 2020, recuperando uma parcela da queda acumulada entre março e abril (-68,1%), reflexo do impacto das medidas preventivas para combate da pandemia de Covid-19, como o isolamento social, em parte das empresas que compõem as atividades correlatas ao turismo, como transporte aéreo de passageiros, restaurantes e hotéis. Regionalmente, 10 das 12 unidades da federação acompanharam este movimento de expansão observado no Brasil, com destaque para Rio de Janeiro (15,5%), seguido por Minas Gerais (13,5%), Paraná (19,3%) e Santa Catarina (25,4%).

Na comparação maio de 2020 frente a maio de 2019, o índice de volume de atividades turísticas no Brasil recuou 65,6%, terceira taxa negativa seguida, pressionado, principalmente, pela queda de receita de transporte aéreo, restaurantes, hotéis, rodoviário coletivo de passageiros e serviços de bufê. Em termos regionais, todas as doze unidades da federação onde o indicador é investigado mostraram recuo nos serviços voltados ao turismo, com destaque para São Paulo (-66,1%), seguido por Rio de Janeiro (-60,8%), Minas Gerais (-61,1%), Bahia (-73,0%), Paraná(-62,3%) e Rio Grande do Sul (-71,7%).

No acumulado do ano, o agregado especial de atividades turísticas mostrou retração de 29,9% frente a igual período do ano passado, pressionado, sobretudo, pelos ramos de restaurantes; transporte aéreo; hotéis; rodoviário coletivo de passageiros; e catering, bufê e outros serviços de comida preparada. Regionalmente, todos os doze locais investigados também registraram taxas negativas, com destaque para São Paulo (-31,5%), seguido por Rio de Janeiro (-25,4%), Minas Gerais (-30,2%), Rio Grande do Sul (-35,8%), Paraná (-30,2%) e Bahia (-27,9%).

Por Agência de Notícias IBGE

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Fonte: Contabilidade na TV
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