Saldo da balança comercial subiu 10,4%, na média diária, e foi o terceiro maior registrado em toda a série histórica no mês de fevereiro; valor das exportações atingiu o quarto melhor resultado para o mês

A balança comercial registrou superávit de US$ 3,096 bilhões em fevereiro, valor 10,4% superior, pela média diária, ao alcançado em igual período de 2019. Segundo dados da Secretaria Especial de Comércio Exterior e Assuntos Internacionais (Secint) do Ministério da Economia, divulgados na segunda-feira (2/3), em Brasília, a corrente de comércio alcançou US$ 29,614 bilhões, um aumento de 16% sobre igual período do ano anterior.

As exportações no mês chegaram a US$ 16,355 bilhões, com aumento de 15,5% em relação a fevereiro de 2019, e de 38,4% sobre janeiro de 2020. Já as importações totalizaram US$ 13,259 bilhões, o que representou um crescimento de 16,7% sobre igual período do ano anterior e de 0,2% em relação a janeiro deste ano.

“Esse valor de exportações é o quarto maior e esse saldo é o terceiro maior para o mês de fevereiro, na série histórica, desde 1989”, explicou o subsecretário de Inteligência e Estatísticas de Comércio Exterior, Herlon Brandão. “O saldo comercial teve o mesmo valor, arredondando, ao de fevereiro do ano passado, mas como tivemos dois dias úteis a menos em fevereiro de 2020, houve crescimento pela média diária.”

No mês, as exportações por fator agregado foram de US$ 9,021 bilhões em produtos básicos, US$ 5,467 bilhões em manufaturados e US$ 1,867 bilhão em semimanufaturados. Sobre o ano anterior, pelas médias diárias, cresceram as exportações de produtos básicos (+26,2%), semimanufaturados (+6,2%) e manufaturados (+4,0%).

O subsecretário explicou que houve um crescimento importante nas vendas de petróleo, minério de cobre, óleos combustíveis, ferro gusa, algodão em bruto e carne bovina. “As carnes tem sido um destaque positivo desde o ano passado. Em petróleo, temos um aumento de volume. Os preços internacionais estão baixos, mas o Brasil tem aumentado a produção de petróleo e exportado mais. Óleos combustíveis também vêm neste bojo, e no algodão temos uma safra maior, também, com exportação robusta desde o ano passado”, comentou.

Já nas importações, houve crescimento de bens de capital (+102,2%), combustíveis e lubrificantes (+32,2%), bens intermediários (+3,2%) e bens de consumo (+2,2%).

Acumulado do ano

No acumulado de 2020, as exportações chegam a US$ 30,795 bilhões, uma redução de 4,2% sobre o mesmo período de 2019, quando totalizaram US$ 33,739. Já as importações somaram US$ 29,434 bilhões, aumento de 6,5% sobre os dois primeiros meses do ano anterior, quando ficaram em US$ 29,010 bilhões.

O saldo comercial acumulou superávit de US$ 1,361 bilhão, valor 69,8% inferior, pela média diária, aos US$ 4,730 bilhões alcançados em igual período de 2019. A corrente de comércio foi de US$ 60,228 bilhões, representando aumento de 0,8% sobre o mesmo período anterior, quando totalizou US$ 62,749 bilhões.

Brandão lembra que os resultados de janeiro e fevereiro têm de ser analisados em conjunto, pois em janeiro as exportações foram atipicamente baixas e em fevereiro houve um crescimento significativo. “Um embarque que não aconteceu em janeiro pode ter ficado para fevereiro, então isso é parte de um conjunto e segue a sazonalidade”, observou.

Nas importações, houve a compra de plataformas de petróleo tanto em janeiro quanto em fevereiro, o que elevou os valores. Em fevereiro, uma plataforma de petróleo fabricada nos Estados Unidos, no valor de US$ 1,2 bilhão, acabou puxando os números para cima.

“No acumulado do ano ainda temos uma redução de exportação, por outro lado a importação cresce, e o saldo comercial, que era deficitário em janeiro, agora tem um superávit. Somando os dois meses, temos um superávit, de US$ 1,4 bilhão, que deve ser a tendência para o ano”, disse. “Além disso, a corrente de comércio, que tinha caído, agora apresenta um pequeno aumento no acumulado do ano e esperamos que se mantenha o crescimento.”

Acumulado de 12 meses

No acumulado de 12 meses, as exportações somaram US$ 222,439 bilhões. Sobre o período março de 2018 a fevereiro de 2019, quando as exportações atingiram US$ 238,566 bilhões, houve diminuição de 6,4%, pela média diária. As importações totalizaram US$ 177,772 bilhões, queda de 1,7% sobre o mesmo período anterior, de US$ 181,626 bilhões.

O saldo comercial em 12 meses acumula superávit de US$ 44,666 bilhões, valor 21,2% inferior ao de equivalente período anterior, de US$ 56,940 bilhões. Já a corrente de comércio decresceu 4,4%, pela média diária, de US$ 420,192 bilhões para US$ 400,211 bilhões.

Mercados

Por mercados compradores, cresceram as vendas para Oceania (+31,9%), União Europeia (+31,7%), Ásia (+27,3%), América Central e Caribe (+21,2%). Por outro lado, decresceram as vendas para os Estados Unidos (-9,7%), Mercosul (-4,6%), África (-0,5%) e Oriente Médio (-0,4%).

Em termos de países, os cinco principais compradores foram China, Hong Kong e Macau (US$ 4,724 bilhões), Estados Unidos (US$ 1,709 bilhão), Argentina (US$ 803 milhões), Países Baixos (US$ 760 milhões) e Cingapura (US$ 584 milhões).

Por mercados fornecedores, na comparação fevereiro 2020/2019, diminuíram as compras de Oceania (-48,6%), África (-15,5%), América Central e Caribe (-8,6%) e Mercosul (-2%). Por outro lado, cresceram as importações originárias dos Estados Unidos (+77,8%), Oriente Médio (+9,4%), União Europeia (+5,2%) e Ásia (+0,5%).

Em termos de países, os cinco principais fornecedores foram Estados Unidos (US$ 3,325 bilhões), China, Hong Kong e Macau (US$ 2,418 bilhões), Argentina (US$ 758 milhões), Alemanha (US$ 652 milhões) e Índia (US$ 336 milhões).

Coronavírus

Herlon Brandão disse que houve relatos de exportadores que tiveram dificuldades para desembarcar mercadorias na China – em especial, exportadores de carnes, mas apenas no início do mês – devido a problemas causados pela epidemia do coronavírus naquele país.

Já exportadores de soja e de minérios não relataram problemas logísticos para o desembarque. “O efeito é gradual e heterogêneo entre os setores. Ele se dá em maior ou menor grau”, explicou.

Segundo o subsecretário, como os contratos de comércio exterior são feitos com antecedência, o efeito poderá ser sentido a partir de março, se houver, “mas não foi perceptível nos agregados da balança em fevereiro”.

Por Ministério da Economia

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Fonte: Contabilidade na TV
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