Com o objetivo de trazer mais sustentabilidade para o setor da moda, a startup Phycolabs está empenhada na produção de uma fibra têxtil a partir de algas. A sustentabilidade nesta iniciativa se dá porque, diferentes de componentes sintéticos, como poliéster e nylon, as algas possuem características ecológicas – já que são biodegradáveis – e estão disponíveis na costa brasileira. O tecido será apresentado aos participantes do Congresso Internacional de Inovação da Indústria, em São Paulo, no fim de setembro, que vai tratar sobre a ecoinovação.
De acordo com a fundadora da empresa, Thamires Pontes, que é mestre em Têxtil e Moda, a fibra desenvolvida à base de algas permite a combinação com outros produtos, como algodão, linho, rayon e cânhamo. O tipo de alga pesquisada (Rhodophyta) é fartamente encontrado no Nordeste brasileiro e o desenvolvimento do produto aponta para bons resultados em relação à resistência e tingimento.
Thamires defende o debate sobre a sustentabilidade pelas indústrias. “É muito importante entender o impacto ambiental dos produtos e como as escolhas dos consumidores podem impulsionar a inovação sustentável. Com a ecoinovação podemos reestruturar processos de produção, criar cadeias de suprimentos sustentáveis, melhorar a eficiência energética, promover a reciclagem e reutilização, entre outras práticas”, comenta.
Atualmente, o produto está na fase de finalização do protótipo. “Enfrentamos alguns desafios tecnológicos de escala, mas estamos muito ansiosos para nos inserir no mercado”, explica Thamires. “Temos o compromisso de aliar tecnologia, inovação, respeito ao meio ambiente ao seu próximo look”, completa a empresária. A tecnologia desenvolvida pela startup obteve reconhecimento internacional, na Suécia, em função do potencial de impactar o mercado da moda e da indústria têxtil.
Catalisa ICT
A Phycolabs passou pela jornada Catalisa ICT do Sebrae – iniciativa que promove a aproximação entre a Academia e o mercado por meio de capacitação em gestão, mentorias, fomento a projetos e acesso ao universo empresarial para os pesquisadores. Desde 2021, o Sebrae já investiu R$ 35 milhões em bolsas, auxílios, eventos, P&DI na Embrapii e internacionalização. Com isso, já apoiou mais de 3 mil pesquisadores brasileiros e trouxe para o mercado 170 empresas de alta tecnologia.
“De lá para cá muitas portas foram abertas tanto no quesito de conhecimento intelectual, networking e de oportunidades. Foi lá que tivemos nossa primeira noção de empreendedorismo e que fundamos a Phycolabs. o Sebrae nos ofereceu capacitações que ajudaram a adquirir competências necessárias para administrar nosso negócio”, contou Thamires Pontes.
O gerente de Inovação do Sebrae Nacional, Paulo Renato, lembra que o Catalisa ICT é apenas um dos vários programas da instituição voltados à difusão e ao desenvolvimento da inovação no universo das micro e pequenas empresas.
O Sebrae atua em várias frentes, desde o incremento ao surgimento de novas startups no país, até a inserção das tecnologias inovadoras em setores tradicionais, onde a inovação não é uma prática comum.
Paulo Renato, gerente de Inovação do Sebrae Nacional.
Durante o Congresso de Inovação da Indústria, o público presente no evento terá a oportunidade de conhecer seis dessas empresas apoiadas pelo Sebrae e que estão ajudando a transformar a realidade em diferentes setores da economia.
Congresso de Inovação
O Congresso Internacional de Inovação da Indústria é o mais importante evento do setor na América Latina. O encontro será realizado nos dias 27 e 28 de setembro, no São Paulo Expo, em São Paulo. O evento é promovido pelo Sebrae e pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) e é idealizado pela Mobilização Empresarial pela Inovação (MEI).
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Fonte: SEBRAE
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