Por Lorena Molter

Comunicação CFC

Os impactos da tecnologia na Contabilidade, a perícia bancária e a importância das normas internacionais de contabilidade para a área contábil pública foram alguns dos temas abordados na XIV Convenção de Contabilidade do Distrito Federal. O evento aconteceu no dia 5 de outubro e em Brasília/DF.

A tecnologia e a Contabilidade

O professor e tributarista consultivo Edgar Madruga apresentou a palestra “Os impactos da Tecnologia na Contabilidade” na convenção realizada pelo Conselho Regional de Contabilidade do Distrito Federal (CRCDF). O palestrante afirmou que o mundo está tecnológico e digital e que a sociedade está impactada por essa realidade. Madruga refletiu sobre o que está ocorrendo dentro da Contabilidade, quais aspectos dessa pauta são relevantes para as Ciências Contábeis e o que pode ser oportunidade nesse cenário. O professor destacou que entender a tecnologia e os limites dela é fundamental. Outro ponto ressaltado é o fato de que aqueles que utilizarem as tecnologias a seu favor se sairão melhor. Contudo, pontuou que o fator humano continua em uma posição central. “A ferramenta vai aumentar, brutalmente, a nossa produtividade, mas não substitui o que eu gosto muito de falar: o “H2H”, o human to human, seres humanos lidando com seres humanos”, disse.

Perícia bancária: capitalização de juros e sistema de amortização

O contador perito e palestrante Alceu André Hübbe Pacheco buscou motivar os participantes da Convenção a mudarem os seus olhares em relação ao juro simples, que, segundo Pacheco, “é um tema que, na matemática e na perícia financeira, ficou relegado a segundo plano durante quase um século e que, na realidade do mercado, principalmente, no âmbito judicial, torna-se cada vez mais necessário ser conhecido porque é o contraponto ao juro composto”. O profissional esclareceu, inclusive, que existem contratos que, por questões legais ou decisões judiciais, não podem ter a aplicação do juro composto. Caso isso ocorra, estes devem ser expurgados.

Pacheco ressaltou também os benefícios que o profissional que domina esse tema pode ter. “Primeira coisa que ele pode ganhar é orientação dos seus clientes preventivamente na contratação. Segundo ganho, no aspecto extrajudicial, é o assessoramento a um advogado ou ao seu cliente para que ele busque com o credor um ajustamento daquele contrato”, citou. O palestrante mencionou uma terceira questão relacionada ao preparo e ao conhecimento do contador. “Se não houver possibilidade de diálogo e de entendimento, então, que o judiciário possa ser buscado de uma forma responsável, ou seja, sob fundamentos técnicos-jurídicos-matemáticos”, concluiu.

Normas Internacionais de Contabilidade em pauta

O contador e auditor federal de Finanças e Controle, Alex Fabiane, ministrou a palestra “A Importância das Normas Internacionais de Contabilidade para a Contabilidade Pública”. Sobre o assunto, o palestrante ressaltou que “hoje, nós nos encontramos em um processo de dar continuidade e aperfeiçoamento a esse processo de convergência, não só no Brasil, mas em termos mundiais também”. O profissional ressaltou que, no Brasil, esse processo “está em estado de maturação, muito mais avançado que em muitos países, inclusive na América Latina, sendo destaque”, informou.

De acordo com Alex Fabiane, a convergência tem a finalidade de fortalecer a transparência e o controle social. “O processo de convergência vem no intuito de garantir austeridade, transparência das informações, inclusive públicas, para permitir que a sociedade tenha conhecimento do que administração pública faz”, explicou.

Outro ponto abordado foi o fato de que a convergência das normas de contabilidade aplicadas ao setor público aos padrões internacionais amplia a possibilidade de atração de investimentos para o Brasil. “É importante observar que as normas internacionais vêm, na verdade, alavancar e permitir que investimentos internacionais, inclusive, venham a ser colocados no nosso país”, disse.   

Fonte: CFC
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