A Crown World Mobility, empresa especializada em expatriação de executivos, realizou um levantamento com 600 representantes de multinacionais e concluiu que 58% dessas companhias darão continuidade às políticas de trabalho remoto adotadas durante o período de quarentena, sobretudo em relação aos profissionais que atuam fora de seus países de origem.
A enquete foi feita durante o webinar “Global Mobility lessons learned: How to be successful in 2021” realizado recentemente.
Em 44% das empresas, as mudanças implementadas em 2020 para as diretrizes para viagens e trabalho remoto serão aperfeiçoadas e oficializadas como políticas internas no próximo ano.
Outras 14% responderam que já possuíam regras antes da pandemia, mas as estão aprimorando com base na experiência adquirida durante a pandemia.
Os impactos dos casos de Covid-19 nos deslocamentos e viagens ao longo de 2020 surpreenderam as multinacionais, que tiveram de repensar políticas internas, para garantir a legalidade dos procedimentos e a qualidade da atuação dos profissionais em trabalho remoto.
Muitas dessas mudanças tiveram de ser adotadas de forma extraordinária e provisória.
Saúde mental de colaboradores e treinamento para integrar e gerir equipes remotas são algumas das discussões que ganharam mais peso nos pacotes de políticas.
“Há cerca de um ano eu estava engajada em encorajar a indústria da mobilidade a colocar essas questões como prioridade, tirando o estigma de temas tão importantes. Ao longo de 2020, vi a discussão evoluir mais do que qualquer outra tendência previsível, e este pode ser o legado positivo de um ano muito desafiador”, afirma Lisa Johson, chefe de consultoria da Crown.
A executiva mediou o debate que contou com a presença de outras duas profissionais de mobilidade em multinacionais, Catherine Birchall, da Sky UK Limited, em Londres, e Magdalena Göbel, da Svenska KullagerFabriken, ou SKF, na Suécia. Elas dividiram algumas das situações que têm guiado as decisões das empresas para adotar mais políticas específicas para o trabalho remoto.
“Um de nossos funcionários trabalha em uma filial na China. Em fevereiro, feriado no país, ele viajou para sua cidade natal na América Latina e quando as fronteiras foram fechadas, precisamos procurar outro país com filial para realocá-lo”, contou Magdalena, da SKF..
“Escolhemos a Itália e ele está lá até hoje porque logo foi decretado lockdown. Tudo corre bem, mas o que realmente fez a diferença foi manter contato constantemente e mostrar preocupação com o seu bem-estar.”
Catherine, da Sky, mencionou que, assim que a pandemia foi decretada, expatriados no Reino Unido começaram a retornar aos países de origem, acreditando que em breve retornariam. Diante da decretação de lockdown, alguns executivos resolveram que não voltariam mais aquele país.
“Eu precisei sair pela cidade literalmente organizando a mudança definitiva destas pessoas, inclusive acelerando procedimentos para transporte de animais em aviões”, lembrou Catherine.
Ela foi deixada com o desafio de resolver virtualmente muitas das pendências deixadas pelos funcionários, e comentou que foi necessário definir novos direcionamentos para situações até então inéditas.
O ano de 2020 trouxe à tona a importância da adoção de políticas específicas para os profissionais que atuam em trabalho remoto e para a realização de procedimentos de maneira virtual.
“É diferente trabalhar junto quando você não está fisicamente junto. Mas compreender que as coisas são diferentes é importante lembrar de que precisa existir uma preocupação a mais com quem está distante, que nunca foi considerada primordial para as multinacionais”, concluiu Magdalena.
Por Crown World Mobility
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Fonte: Jornal Contábil
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