Até pouco tempo, as relações comerciais costumavam ser unilaterais, ou seja, um lado vendia e o outro comprava. Este cenário começou a mudar com os avanços tecnológicos, sobretudo, em função do maior acesso à internet e da proliferação dos smartphones, que reconfiguraram o comportamento dos consumidores, permitindo conexão e espaço para compartilhar experiências, negativas ou positivas, especialmente nas redes sociais.
Esta nova dinâmica proporcionou uma mudança profunda nas relações de consumo, que passaram a ser orientadas para o cliente. Desta forma, sai na frente a empresa que compreende e se adapta a este novo perfil, nativo da nova economia digital. Mas, ainda que a transformação ocorra em âmbito do consumidor, as mudanças devem iniciar dentro de casa. Abaixo, listo cinco pontos para a transformação digital das empresas que ainda não aderiram a esta jornada.
1 – Mude seu Mindset: o primeiro passo para iniciar sua jornada de transformação digital deve ser a mudança da cultura interna. Se antes operávamos em um mundo analógico, agora estamos migrando para o digital. Estabeleça, então, uma mentalidade orientada a este novo cenário para não deixar seu negócio morrer.
2 – Oriente seu negócio por Data-Driven: num mundo onde os clientes são os principais protagonistas e o palco é a internet, fica fácil identificar que os dados são o novo combustível e que devem orientar a sua estratégia de negócio. E qual seria, então, o carro, que o leva a ter acesso aos dados dos clientes, de forma que se revele padrões e preferências e, principalmente, desenvolva relacionamento? A Inteligência Artificial, neste cenário, é a principal tecnologia propulsora que irá transformar dados em informações para serem utilizadas em tomadas de decisões nas empresas.
3 – Estabeleça um roadmap bimodal: em qual estágio da transformação digital seu negócio está e aonde você quer chegar? Quão “figital” sua empresa é? Responder a estas indagações é imprescindível para entender quais de seus processos são analógicos e têm a possibilidade de entrarem na estratégia da jornada digital a ser percorrida. O modelo de maturidade deve ser orientado, sobretudo, por uma ótica bimodal, cujo foco cria uma estratégia coerente de descontinuação de modelos analógicos simultaneamente ao desenvolvimento de padrões digitais.
4 – Comece pela eficiência operacional alinhada à experiência do cliente: após ter desenvolvido o roadmap digital, é hora de embarcar no primeiro passo desta jornada, que é a implementação dos processos que serão automatizados, tendo em vista o atendimento ao novo perfil de consumidor digital, que requer melhores experiências. Aqui, podemos elencar, por exemplo, a substituição de tarefas repetitivas, como atendimento telefônico, por robôs ou chatbots. Neste passo da jornada, não é só o cliente que ganha otimizando seu tempo e obtendo mais agilidade para solucionar problemas, mas também a empresa, que obtém eficiência operacional e reduz custos.
5 – Desenvolva novos modelos de negócios: a Uber, maior empresa de transporte do mundo, não possui nenhum carro, assim como a maior rede de hospedagens, a Airbnb, não possui nenhum hotel. Qual a disrupção no modelo de negócios dessas empresas? Elas cresceram seus negócios por meio de valor. Na contramão do “pensamento oceano vermelho”, que busca o confronto com concorrentes por meio dos melhores incrementos de custo e, ou, qualidade, elas se engajaram no “pensamento oceano azul”, cujo foco é relevar posições de mercado desocupadas, refletindo a real inovação de valor. Trazendo este exemplo de disrupção para sua empresa, é possível vislumbrar novos modelos de negócios a partir do compartilhamento e monetização de dados por meio das API (Application Programming Interface).
Diante destas dicas, ficou mais fácil para entender que a transformação digital se trata de uma jornada a ser percorrida sob a ótica do consumidor. O passo a passo para embarcar neste novo mundo digital inicia dentro da própria empresa, alterando padrões e mentalidades. Só assim será possível caminhar para a transformação tecnológica e, por fim, alcançar a tão almejada disrupção dos negócios.
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*Ricardo Recchi é country manager da Genexus no Brasil, desenvolvedora global de produtos para software baseados em Inteligência Artificial
GeneXus é uma plataforma de desenvolvimento software multiplataforma líder há mais de 25 anos, que permite adotar novas tecnologias rapidamente.
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Fonte: Jornal Contábil
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