Com a retomada das atividades, é notório que muitas empresas vem apostando no chamado sistema híbrido, ou seja, a mistura do presencial com o home office. O grande desafio neste ano é pensar como preparar esse retorno e criar uma estrutura eficiente para que essa adaptação ocorra de maneira tranquila e produtiva para ambos os lados. 

É importante lembrar que as atividades realizadas presencialmente e de modo remoto devem continuar com a mesma taxa de entrega e é isso que esperam os líderes das companhias. Tudo é um teste de adaptação ao ambiente “pós-pandemia”, por isso a comunicação nunca foi tão importante. Para ajudar nessa missão, CEOs de 11 startups brasileiras listaram dicas de como se comportar nessa nova realidade:

Frederico Menegatti, CEO da Getrak

“Há 2 anos estamos trabalhando fortemente na comunicação, pois acreditamos que ela é a base para que a produtividade não caia. Temos diversos Rituais com a presença de todos os colaboradores: exemplo é o” Distribuídos, porém conectados”, que acontece toda segunda-feira, no final do dia. Trata-se de um espaço onde sempre trago algum alinhamento sobre o negócio, com bastante transparência”. 

 Vinícius Gallegari, Co-fundador da GaussFleet

“Em geral, no sistema híbrido e principalmente no home office imposto pela pandemia, os profissionais que mais sofrem são os em início de carreira, que necessitam mais do que nunca do contato pessoal e diário com pessoas e a empresa acontecendo, para fortalecer o processo de aprendizagem e desenvolvimento de habilidades. Para profissionais mais experientes, em nossa visão, com certeza o sistema híbrido funcionará muito bem, inclusive já sendo adotado antes da pandemia por muitas empresas e startups. Acreditamos que a partir do momento que conseguimos recrutar pessoas que estejam alinhadas a nossa cultura, diminuímos muito os desafios de engajamento, seja em home office, seja no escritório.”

Eduardo Córdova, CEO do market4u

“Saber equilibrar o rendimento e produtividade, trabalhando tanto presencialmente quanto em home office é um desafio para quem está acostumado a manter uma rotina no dia a dia profissional. Como o conceito do market4u é justamente levar mais tempo e comodidade à vida das pessoas com mercados autônomos em ambientes controlados, vamos de encontro com essa nova forma de trabalho. Nossos colaboradores têm a liberdade para escolher trabalhar de casa alguns dias da semana, enquanto em outros dias, estão trabalhando presencialmente em nosso escritório, aumentando o volume de trocas com os demais colaboradores, reforçando o senso de pertencimento, sendo esse um fator importante em uma startup, que está constantemente passando por mudanças e trazendo novidades para a equipe”.

Jaqueline Reis, Chief People Officer do Qconcursos

“Conversamos com nosso time, entendemos que a relação do espaço físico com o trabalho será diferente do que estamos habituados e agora o escritório não é mais o local onde as pessoas ficarão a semana inteira. Então o conceito do nosso espaço fortalece a cultura de escolhas, protagonismo e colaboração. Nossa equipe terá a liberdade de trabalhar de onde for melhor para eles. Estar em casa, ou em viagem, ir um, dois ou todos os dias para o espaçoQ será decisão de cada um”.

Rafael Gianesini, CEO da Cidadania4u

“Tivemos um supercrescimento durante a pandemia e fazer isso remotamente foi ainda mais desafiador. Fizemos um plano de ação juntamente com o time de Recursos Humanos para lidar com as mudanças, especialmente no que diz respeito aos reforços de cultura da empresa. O resultado não poderia ter sido melhor: somos um Great Place To Work, com um time de quase 100 pessoas espalhadas por todo o país. Continuamos com diversas ações de integração, essencial para não perdermos o lado humano do trabalho e trabalhar como um time, independente de onde estamos fisicamente.” 

Eduardo Menegatti, CEO da Vivalisto

“Entendemos que o contato presencial é importante, e que ao mesmo tempo, o trabalho remoto traz diversos benefícios para os trabalhadores. Por este motivo resolvemos adotar o sistema híbrido, que envolve os dois cenários. Estamos crescendo de forma veloz e este será um ano de muitas contratações. Assim, não ter todos da empresa no escritório a semana inteira, permite que o local de trabalho seja menor, trazendo vantagem financeira para o negócio. Além disso, prezamos pela qualidade de vida dos colaboradores, já que evitar trânsito e horas de locomoção fazem com que todos consigam conciliar melhor o trabalho com a vida pessoal, resultando em satisfação e mais produtividade. Rituais rápidos e frequentes e reuniões semanais de alinhamento com o gestor permitem que o engajamento do time aconteça mesmo no sistema híbrido”.  

Gustavo Belizário, CEO da Nanoprice

“Vimos que este modelo faz mais sentido para o negócio. Socializar, discutir assuntos mais estratégicos e desenvolver planejamentos são tópicos para serem feitos durante os encontros semanais, e a execução de tarefas pode ser feita em casa. Não há necessidade das pessoas perderem tempo com deslocamentos todos os dias, inclusive porque com o sistema híbrido, é possível ter mais agilidade nas ações. Ao adotarmos o modelo conseguimos reduzir os custos com o tamanho do escritório e temos uma carta na manga no momento da contratação. Assim, o importante é evitar microgerenciamentos e criar rituais para que todos se sintam pertencentes ao negócio”. 

Anthony Eigier, CEO da NeuralMed

“Adotamos o sistema híbrido pois vimos que é totalmente possível e proveitoso trabalhar de casa, e quando precisamos nos alinhar de forma mais estratégica, fazemos reuniões presenciais. Com isso, os profissionais têm a chance de ficar mais perto dos familiares, além de ganhar mais horas do dia, e tudo isso reflete na produtividade. Por isso, com uma gestão efetiva e contato constante com os times, acredito que a flexibilidade do trabalho híbrido atrai uma nova geração de funcionários, aumentando a felicidade e reduzindo custos. Além disso, com este sistema, passamos a contratar profissionais pelo Brasil, atraindo talentos incríveis para o nosso time”.

Lorena Lana de Araújo, Gerente de Recursos Humanos na Group Software

“A primeira preocupação tem que ser com a segurança do espaço empresarial, criar protocolos, oferecer EPIs e álcool em gel, além de respeitar o distanciamento recomendado pelas autoridades sanitárias. Com a aderência desse modelo, o colaborador sentiu que a empresa se preocupa com a segurança dele e da sua família, até porque o COVID continua presente nas nossas vidas, então todos os cuidados devem ser tomados. Após isso,  investimos em muitas ações de endomarketing e gamificação, criando um ambiente de acolhimento e compartilhamento de novos conhecimentos e aprendizados”.

Eduardo Tardelli, CEO da upLexis

“Vamos continuar com nosso espaço físico, mas, ao longo da pandemia, ele foi totalmente reformulado para atender ao novo modelo de trabalho: projetamos o espaço para que nossos colaboradores façam uso pontual, sem a necessidade de ir diariamente. As equipes podem marcar reuniões, combinar dias para irem ao escritório, mas não temos mais espaço para que todos venham no mesmo dia, como era antes. Nos tornamos híbridos, mas com um foco maior no remoto”.

Paulo Buso, head de Marketing da Abstartups 

“Nossa sede fica em São Paulo, mas temos colaboradores no país todo. Para 2022, combinamos que moradores de São Paulo irão algumas vezes por mês na sede, com variação da frequência de acordo com as demandas e com o time. A dinâmica com moradores de outros estados será combinada previamente, de acordo com a necessidade de cada equipe. Assim, nós conseguimos manter a diversidade de pessoal que o remoto permitiu que trouxéssemos, no entanto, para fortalecer a cultura e relacionamento de todos, a presença física em momentos pontuais é essencial”.

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Fonte: Jornal Contábil
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