Por Lorena Molter
Comunicação CFC

A vice-presidente Técnica do CFC, Ana Tércia, foi uma das painelistas da abertura do ESG Day do Instituto de Auditoria Independente (Ibracon). O evento aconteceu na manhã desta quarta-feira (5), na modalidade on-line. O tema que iniciou o encontro foi A Jornada ESG no Brasil: evolução, desafios e compromissos.

O presidente do Ibracon, Sebastian Soares, destacou a importância do trabalho integrado das entidades para a efetivação da pauta da sustentabilidade e abordou a questão da asseguração dos relatórios de divulgação de sustentabilidade. Em seguida, o superintendente geral e ex-procurador-chefe da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), Alexandre Pinheiro, falou sobre o que os investidores esperam em relação ao novo ambiente que envolve as divulgações de sustentabilidade. “[Eles] Têm a expectativa válida de que tudo isso vá gerar para elas e para eles, as investidoras e os investidores, uma condição de terem uma informação coesa, consistente, comparável e integrada, inclusive em relação ao relatório de sustentabilidade, relato integrado e esse tipo de relatório financeiro relacionado com sustentabilidade, tudo se comunicando com algo de coesão interdocumental e com os resultados financeiros, as demonstrações financeiras”, explicou.  

Segundo Pinheiro, a expectativa é que esses dados gerem condições para a avaliação sobre a situação e o desempenho em cada ciclo de uma companhia aberta em relação a todos os aspectos no campo financeiro e também em relação a riscos e oportunidades, por exemplo. E completou: “Para que as decisões conscientes, informadas e refletidas de investimento possam ser adotadas e sem que tenhamos, por exemplo, algum tipo de documento, reporte e informação que, eventualmente, por não se encontrar uma consistência e uma visão de integridade, eventualmente, começa a haver uma disputa para ver o que que é mais ou menos atrativo para eu chegar à condição que eu julgo que é a necessária para eu tomar minha decisão de investimento”. O painelista destacou que deve haver um foco para que se alcance um todo coeso e efetivamente informativo e para cada investidor que pretenda adotar decisões de investimento.

Ana Tércia ressaltou o pioneirismo brasileiro ao demonstrar interesse e compromisso na adoção das IFRS S1 e S2. A vice-presidente Técnica também falou sobre a motivação em ver o envolvimento de diversos profissionais da área contábil engajados com a pauta da sustentabilidade. “Tudo isso nos deixa sempre numa expectativa positiva de que os profissionais de contabilidade, cada vez mais, estão se conectando com essa temática de diferentes formas”, celebrou.

A contadora informou que esse envolvimento é visto entre os contadores que estão dentro das grandes organizações de capital aberto. Por exigência normativa da Resolução CVM nº 193, conforme ressaltou a palestrante, esse grupo “já está envolvido de uma forma mais direta com a preparação dos seus sistemas, das suas equipes e também dos seus dados para que essas informações saiam com consistência”. Contudo, Ana Tércia destacou a demonstração de interesse e comprometimento vindas de negócios menores. “Eu percebo um envolvimento e um interesse crescente das pequenas e médias empresas, das cooperativas, que têm nos procurado com preocupações, com demandas de treinamento e de capacitação para as suas equipes”, compartilhou. Em seguida, explicou que este público já compreende que, quando a entrega desses informes se efetivar, toda a cadeia produtiva inserida no contexto empresarial, será demandada em relação a essas divulgações.

Em outro momento da apresentação, a representante do CFC divulgou aos participantes a Carta de Posicionamento que o Conselho e o Ibracon assinaram durante o evento Rumo à COP30: A Contabilidade como Pilar de Transparência e Sustentabilidade, realizado pelas entidades em outubro. O documento estabelece os compromissos da classe contábil brasileira com a construção de um futuro mais ético, transparente e sustentável. “Essa carta é de uma preciosidade, de uma retórica tão rica, tão aprofundada nos principais conceitos e naquilo que nós, de fato, acreditamos. Eu diria que ela é uma declaração de valores que movem hoje as entidades, as duas entidades, CFC e Ibracon, na construção desse estágio mais avançado de sustentabilidade”, celebrou.

Para fechar a abertura do evento, o coordenador executivo da Comissão de Auditoria e Normas Contábeis da Abrasca, Sergio Trindade, apresentou ao público um histórico da normatização voltada para a sustentabilidade e das discussões envolvendo o tema.

A programação ainda contou com os painéis Transformações em curso: vivências na adoção das normas internacionais de sustentabilidade e Horizontes globais ESG: referências internacionais e tendências. Ambos foram conduzidos por especialistas da área que compartilharam experiências práticas e apresentaram como está o cenário da adoção da sustentabilidade no Brasil e no exterior.

Fonte: Conselho Federal de Contabilidade
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