“A curva ABC no tocante a movimentação dos estoques, busca demonstrar
o hiato temporal do investimento que deve ser aferido constantemente
quando se visualiza giro e possível margem de lucro nos produtos.”
(Elenito Elias da Costa)

Na moderna administração em face de uma economia globalizada e de
profissionais e gestores empresariais envolvidos na busca de sua
sustentabilidade e viabilidade econômica do empreendimento deve sempre
manter um rígido controle de seus estoques, sob pena de sofrer ônus
pecuniários.

É comum ouvir dos mais experientes que “o lucro está na fase inicial
da compra para revenda”, e esse paradigma nos acompanha nos dias de
hoje, com ameaças de diversas modalidades, quer sejam, inflação, juros
elevados, crise econômica, redução de faturamento, deságio, oscilações
e volatilidade do mercado.

O controle dos ESTOQUES se faz necessário quando a operação de escambo
se realiza e principalmente quando o material é utilizado na prestação
de serviços em diversas atividades inclusive de clinicas e similares.
É fato que na prestação de serviços, ou seja, quando é utilizado
serviço e aplicação de material, diversas empresas pensão mais na
lucratividade dos serviços, omitindo a importância que tem na
aplicação do material, talvez por entender que o mais importante na
sua atividade é a prestação de serviços, e isso traz consigo um ônus
pecuniário indesejável.

Raramente as empresas de prestação de serviços não se preocupam com o
uso do material empregado na prestação de serviços, buscando somente
antever a precificação de seus serviços, e isso dificulta a segregação
do resultado dessa atividade mista, ou seja, emprego de material e
prestação de serviços.

Veja bem, se emito uma documentação proba e licita do uso do material
empregado na prestação de serviços, pelo custo de aquisição, evito
inserir esse preço justado na prestação de serviços, mesmo que o
impacto tributário seja o menor possível, mas se emito uma nota fiscal
eletrônica com o mesmo custo da aquisição do material aplicado,
desonero a emissão da nota fiscal eletrônica de serviço e mantenho um
melhor controle interno e elevo a transparência da minha atividade
econômica junto à legislação tributária pertinente.

É fato que a opção do sistema simples nacional para determinadas
empresas de serviços é punitiva, mesmo considerando outras variáveis,
mas sugiro um estudo mais prolixo em face do mercado em crise
econômica, pois acredito existir outra opção tributária menos onerosa,
já que a transparência e o controle interno se coadunam com a real
situação de exigência tributária da maquina arrecadadora.

Acredito que o controle desse ESTOQUE deveu, portanto considerar sua
movimentação, ou seja, lenta, média e alta velocidade temporal, o que
nos obriga a manter esse controle para melhor racionalidade de ações e
atitudes coerentes.

A aquisição de material deve seguir uma política interna e a
capacidade do gestor empresarial, que deve entender que a antecipação
desse investimento denota recurso e tempo, e esse feito deve ser
racionalmente realizado, ou seja, o tempo, a conversão, a armazenagem,
a capatazia, a conservação, são fatores no mínimo racionais.

A metodologia do custo empregada é aquela que mais realidade se
aproxime da ação e atitude no ato da aplicação, ou seja, A B C
(actvidad based cust), ou custo baseado por atividade, ou seja, na
proporção em que se aplica o material na prestação de serviços devemos
customizar o valor, e somente estabelecer a precificação desses
serviços segregada do valor da aplicação do material.

Esse fator terciário inserido nos anais da Economia traduz a
importância de uma educação de qualidade nesse labor, minorando RISCOS
e dissabores para o paciente.

Em pequenas clinicas é comum a aplicação do material no ato da
prestação de serviços ambulatoriais ou clínicos, mas devemos antever
que os exames que antecipam devidamente a consulta representam parte
integrante da assertiva do diagnóstico e a recuperação do paciente.
A morosidade do atendimento e recuperação do paciente é fator
preocupante na ação de customização e precificação desses serviços,
deixando claro que o ESTOQUE de materiais e sua aplicabilidade devem
ser considerados importantes na atividade econômica.

Obstante ao conhecimento do controle de estoques, tais como FIFO
(first in first out), ou seja, o primeiro que entra deve ser o
primeiro a sair, LIFO (last in first out), ou seja, o último que entra
deve ser o primeiro a sair, e o MÉDIO (valor de aquisição divido pela
quantidade) ou mesmo o MÉDIO PONDERADO (a aplicação do médio
considerado outras variáveis como particularidades, tempo, energia, e
demais) observamos, que o maior foco é encontrar um valor customizado
que se equipara a realidade do investimento empregado para sua
aquisição, conservação e manutenção.

Observamos que na política de regulamentação tributária no Brasil se
considera o MÉDIO e suas variáveis, evitando o FIFO que gera
subavaliação e o LIFO que gera super avaliação dos estoques no caso de
valorização para fins de obtenção do Lucro Bruto.

O mais interessante é que para uma sociedade que não entenda desse
processo, pode lhe dar a sensação de que o CUSTO da saúde é elevado,
agora se depurarmos o material empregado, os exames, o know how
profissional, temos a lúdica impressão que o ônus saúde é elevado, mas
não levamos em consideração a sua formação e o resultado final na
recuperação de sua satisfação de vida.

É comum, certas clínicas não terem controle de seu CUSTOS e isso é um
ERRO que no futuro deverá causar problemas de transparência, caso
contrário o fisco já teria conotado como atividade de grande monta
fiscal.

Sempre tenho comigo a sensação de que a base de qualquer resultado
positivo é sempre a transparência e o controle interno da customização
daquela atividade econômica.

Outra observação que levanto é que a aquisição de material no ato da
prestação de serviços antecede a realização do citado serviço e isso
incide o fator tempo que nessa atividade é onerosa quanto ao hiato
temporal do profissional, que se capacita para o exercício do seu
labor.

O running dessa atividade o tocante a sociedade e sua Economia é fator
preponderante na vida salutar de uma Nação.

O que ainda hoje me preocupa é a capacitação e qualificação desses
profissionais envolvidas nessa atividade que ainda não perceberam a
real importância do CONTROLE DE ESTOQUES dos materiais, inclusive a
CUSTOMIZAÇÃO de cada atividade empregada na prestação de serviços, que
majora a precificação dando, portanto a idéia de que essas atividades
econômicas de modalidade médicas são altamente onerosas para o
paciente, e isso o FISCO considera a sua relevância no ato da
verificação da situação fiscal desses profissionais.

É fato que muitos se utilizam de operação de SONEGAÇÃO FISCAL para
levar vantagem sobre a política tributária do Brasil, mas isso é
lúdico quando consideramos a sua relevância no aspecto social e
econômico do país.

Obstante ao fato precocemente e ação embrionária no presente artigo,
que visa levantar junto a profissionais e gestores empresariais as
observações que possibilitem a maior transparência e principalmente a
ações que demonstrem a sociedade e ao FISCO que essa atividade não
sonega e sim contribui para uma maior contenção dos agravos sociais na
sociedade.

A titulo de exemplo vamos mensurar uma atividade de clinica
odontológica, onde existe a aplicação de material, energia, água,
telefonia, atendente, auxiliares, exames, medicamentos e
acompanhamento do paciente, e demais variáveis que muitas delas são
antecipadas para resultar em satisfação e saúde regular do paciente.
Destarte, vejamos que a VIDA e sua manutenção inexistem preço para
mantê-la, e seu style life social é deverasmente um fator predominante
na vida moderna e globalizada de uma sociedade.

A brevidade do presente merece adendo prolixo daqueles que estudam a
matéria e acredito que há ainda muito a pesquisar, mas como
profissional advirto que quão mais houver o CONTROLE DE ESTOQUES
melhor customização e precificação acontecerá.

Autor: Elenito Elias da Costa, contador, auditor, analista econômico e
financeiro, assessor empresarial, professor universitário,
pesquisador, escritor, palestrante, mas somente um ser humano.

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Fonte: Jornal Contábil