O ex-presidente do Banco Central Arminio Fraga voltou a defender nesta quarta-feira (22) a urgência na aprovação da Reforma da Previdência. Porém, enfatizou que, sozinha, ela não resolve a crise fiscal do Brasil.
“A reforma da Previdência simboliza uma guinada importante no que tem sido um processo de deterioração fiscal de primeira ordem de grandeza, para não falar nas questões distributivas também. Então, é um sinal e isso criaria espaço para que as expectativas começassem a se reverter. Isso seria uma primeira grande reforma, mas certamente não resolve o problema”, afirmou.
Fraga participou da elaboração de uma das propostas de reforma da Previdência durante o governo Temer. Questionado sobre a possibilidade do Congresso apresentar novo texto para substituir o que foi entregue pelo presidente Jair Bolsonaro, o economista se mostrou favorável.
“Não imagino que vá surgir uma reforma totalmente diferente. Se for para aprimorar e fortalecer essa reforma, seria muito bom. Me parece que é isso o que eles pretendem”, disse Fraga ao falar com jornalistas no intervalo do Seminário de Metas para a Inflação promovido pelo Banco Central no Rio de Janeiro.
Durante sua apresentação no seminário, Fraga enfatizou que algumas projeções da economia brasileira consideram o cenário de aprovação das reformas. “O que existe sobre estabilidade financeira embutida nos preços do mercado, ao meu ver, já leva em conta algumas reformas”, pontuou.
Além da reforma previdenciária, Fraga destacou a urgência das reformas tributária, a autonomia do Banco Central e uma eventual reforma do Estado.
“Se as reformas não acontecerem rapidamente, que elas acabem acontecendo, porque os cenários sem as reformas são muito ruins”, reforçou aos jornalistas após o discurso.
Mudanças na Lei de Responsabilidade Fiscal
Armínio Fraga também defendeu mudanças na Lei de Responsabilidade Fiscal. Quando questionado sobre o que precisa ser alterado, ele afirmou ser necessário um diagnóstico prévio para fazer este apontamento.
“Eu acho que a LRF precisa passar, primeiro, por uma fase de diagnóstico. [Precisamos] saber o que foi que aconteceu, porque, realmente, nós acreditávamos que a responsabilidade fiscal tinha sido codificada em lei e seria, portanto, respeitada. O Brasil entrou em uma trajetória de desgoverno fiscal absolutamente não sustentável”, disse.
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