O número de brasileiros inadimplentes bateu um novo recorde: em abril, mais de 63 milhões de consumidores tinham pelo menos uma dívida em atraso, segundo dados divulgados pela Serasa Experian.

O dado assusta e reflete um comportamento das famílias que deve ser combatido: a falta de planejamento financeiro que, aliada ao consumismo, faz as dívidas saírem de controle.

As consequências de estar com o nome sujo são diversas: dificuldade para conseguir crédito – o que inclui crediário, cartão de crédito, aprovação de financiamento e empréstimos -, queda na pontuação do score e, em alguns casos, suspensão de outras opções de crédito, como cheque especial e talão de cheques. Isso diminui ainda mais as chances de conseguir dinheiro para quitar as dívidas e ter o nome limpo novamente.

Mudar os hábitos de consumo e tomar algumas atitudes é essencial para sair do grupo dos endividados e conseguir equilibrar as contas. Mas, com disciplina e organização, é possível reverter essa situação. Confira, a seguir, cinco passos que vão te ajudar nesse processo:

  1. Descubra o valor exato das suas dívidas

Reúna todas as suas contas em atraso e some o valor das suas dívidas para saber exatamente como está a sua situação.

Muita gente acredita que já sabe o quanto deve, mas se surpreende na hora de colocar as contas no papel. Isso porque algumas despesas como faturas de cartão de crédito possuem juros muito altos, o que faz o valor aumentar bastante em pouco tempo. 

Se encontrar dificuldades para calcular os novos valores incluindo as taxas, entre em contato com a empresa responsável para checar essa informação.

Inadimplência: 5 passos para limpar o nome e deixar as contas em dia

  1. Registre as suas despesas mensais

Com o valor das suas dívidas em mãos, chegou a hora de saber como você está gastando o seu dinheiro todo mês. 

Escolha o recurso com o qual você tem mais afinidade para fazer esse registro: dá para usar uma planilha, aplicativo de gestão financeira ou até uma agenda de papel, se preferir. O importante é reunir todas as informações em um só lugar e não se esquecer de nenhuma.

Lembre-se de separar os gastos fixos, como aluguel, supermercado, contas de água e luz dos gastos variáveis, como passeios e comprinhas no shopping.

  1. Saiba quanto você está ganhando

A dica parece simples, mas o fato é que muita gente não se atenta aos descontos de INSS, Imposto de Renda e outros fatores que alteram o valor do salário líquido, aquele que cai na conta. Tenha esse número em mente para fazer os próximos cálculos com precisão.

  1. Reveja os gastos

Agora que você sabe o valor total das dívidas em atraso e conhece as suas despesas mensais, consegue perceber quanto da sua renda está comprometida. Olhando para os registros, fica mais fácil avaliar a possibilidade de reduzir ou até eliminar alguns gastos para garantir uma sobra no orçamento.

Entenda que, para organizar as dívidas, mudar alguns hábitos e enxugar despesas é necessário. Isso não significa que você não poderá, por exemplo, fazer um passeio para se divertir, mas deve buscar alternativas mais econômicas.

Em algumas situações, os valores de serviços como planos de telefonia móvel e TV por assinatura também podem ser negociados. Se a alternativa for viável, entre em contato com as empresas para tentar aderir opções mais baratas.

  1. Calcule o quanto você pode pagar pelas dívidas

Antes de renegociar suas dívidas e propor um parcelamento das contas em atraso, você precisa saber o quanto pode pagar por mês. Compare o valor do seu salário com o valor total das despesas mensais e mensure o valor ideal que pode ser usado para quitar as contas.  

Assumi mais dívidas do que posso pagar: o que fazer?

Em alguns casos, solicitar um empréstimo online pode ser a saída para quitar dívidas antes que o nome fique sujo. Mas, atenção: se você considera essa possibilidade, precisa observar se os juros são menores do que os praticados nas dívidas que já tem.

Outra questão que deve ser considerada no momento de contratar um crédito é o prazo de pagamento oferecido. Muitos consumidores querem se livrar das dívidas o mais rápido possível e se esquecem de que as parcelas precisam caber no bolso. Se necessário, o melhor é pedir um prazo maior para o pagamento. O importante é ter certeza de que realmente poderá arcar com o valor que acordado.

Avaliando esses quesitos, o recomendado é procurar pelas modalidades consideradas como crédito de qualidade. Muitos especialistas consideram um empréstimo de qualidade quando ele possui taxas baixas e boas condições de pagamento. São enquadradas nessa categoria opções como empréstimo consignado, empréstimo com garantia e, em alguns casos, o empréstimo pessoal. 

As dívidas não quitadas desaparecem depois?

Diferente do que muitos acreditam, as dívidas em atraso não desaparecem depois de cinco anos. Depois desse período, o débito sai do cadastro dos órgãos de consulta, mas o credor ficará com o valor pendente de pagamento. Por isso, o ideal é quitar a dívida o quanto antes e sair da lista de inadimplentes. 

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Fonte: Jornal Contábil
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