São Paulo, 12 de novembro de 2019 – As ações propostas por varejistas para aumentar as vendas de fim de ano têm cada vez menor adesão dos consumidores. A pesquisa Accenture Holiday Shopping, realizada com 1.500 consumidores norte-americanos, mostra que 55% dos consumidores estão menos dispostos a comprar na Black Friday deste ano, contra 51% no ano anterior.
O levantamento também mostra que a grande maioria dos consumidores nos EUA planeja gastar pelo menos o mesmo valor gasto no ano passado em presentes para as festas de fim de ano. Mesmo com o fortalecimento do e-commerce, o estudo mostra que boa parte das pessoas deve recorrer às lojas físicas para as compras de Natal. Outra tendência identificada, na opinião dos consumidores, é o “varejo responsável”, com a preocupação cada vez maior com o impacto ambiental e social de suas compras.
A pesquisa constatou que os norte-americanos esperam gastar, em média, US$ 637 em compras de fim de ano, com aproximadamente seis em cada sete entrevistados planejando gastar o mesmo (57%) ou mais (28%) do que no ano passado. Os homens têm perspectiva de gastar aproximadamente 15% a mais que as mulheres – US$ 685 contra US$ 588. Cartões de vale-presentes e roupas/calçados encabeçam a lista de itens no planejamento das compras.
Parece haver um nível de cautela entre os consumidores este ano, no entanto, uma vez que a porcentagem daqueles que preveem gastar menos aumentou de 11% para 15% de um ano para outro. Os dois principais fatores que os entrevistados citaram como afetando seus gastos com compras de final de ano são o aumento da conta com alimentação (32%) e o desejo de reduzir dívidas com cartão de crédito (31%).
Lojas físicas em alta para o Natal
Os resultados da pesquisa vão contra o hype em torno do fim das lojas físicas, com parte considerável dos entrevistados dizendo que esperam fazer metade das suas compras neste ano em uma loja ou shopping. As lojas desempenham um papel importante quando se trata de inspirar as ideias de presentes. Além disso, os consumidores são significativamente mais propensos a dizer que comprariam um item depois de encontrá-lo em uma loja, em vez de pesquisar pelo melhor preço e comprá-lo on-line.
“Embora uma forte presença on-line tenha se tornado a grande aposta do varejo, as lojas físicas ainda desempenharão um papel importante no futuro”, avalia Jill Standish, diretora e chefe da prática global de varejo da Accenture. “Com os consumidores planejando fazer metade das compras de fim de ano nas lojas, os varejistas precisam planejar cuidadosamente sua estratégia de atendimento ao cliente, incluindo reforço de mão-de-obra, variedade de itens e alocação de estoque. Com criatividade e engenhosidade no espaço e área de cobertura da loja, os varejistas têm a oportunidade de alavancar o aumento no tráfego de pedestres, não apenas para aumentar as receitas nesse período, mas também para aumentar a base de clientes especiais, que serão os fiéis compradores, dos quais dependem o ano todo”.
Dos entrevistados, 82% citaram os preços mais baixos como o principal fator que os tentaria a efetivar uma compra na loja, seguido por motivos como ofertas / descontos especiais (77%).
“Embora as ofertas sejam uma maneira infalível de atrair clientes, os varejistas precisam gerenciar esses incentivos com cuidado, pois eles podem comprometer uma considerável fatia dos lucros se não forem bem administrados”, afirma Lori Zumwinkle, diretora da Accenture para a prática de varejo na América do Norte. “Os varejistas devem usar abordagens orientadas por dados para entender a lucratividade dessas táticas, garantir a visibilidade do estoque e criar um entendimento minucioso da interseção entre produto, serviços e cliente, enquanto tentam superar a concorrência nesse período de festas. Este ponto é especialmente pertinente para o mercado fashion, em função do risco aumentado de devoluções e os custos associados”.
Consumidores preocupados com o impacto ambiental
A pesquisa também identificou como os consumidores estão começando a se preocupar mais com o planeta. Os entrevistados estão buscando uma rotulagem clara sobre fabricação ética e sustentável, com informações detalhadas sobre a origem dos materiais e ingredientes no produto, além de terem a opção de itens e entregas livres de embalagens.
Metade dos entrevistados ainda afirma que, em função do impacto ambiental negativo das entregas rápidas – que implicam o uso de aviões em vez de transporte terrestre, além do envio de vários itens separadamente, em vez de juntos, para agilizar a entrega – devem optar por modelos de entrega com menor impacto ambiental, como transporte mais lento ou retirada na loja. Agora, os consumidores estão analisando a pegada de carbono das diferentes opções de entrega que os varejistas oferecem.
E não são apenas as questões ambientais que os consumidores “responsáveis” acreditam que as empresas devem considerar. Os varejistas têm a responsabilidade de abordar questões sociais mais amplas por meio de suas práticas de negócios e das condições de trabalho de seus funcionários. Quase metade dos entrevistados (45%) aponta uma maior probabilidade de fazer suas compras com varejistas que se preocupam com esses pontos.
“Entramos na era do ‘varejo responsável’, em que os consumidores estão se tornando mais conscientes do ponto de vista ambiental e social e cada vez mais se voltam para marcas que não apenas falam sobre responsabilidade, mas a demonstram através de suas práticas comerciais”, comenta Standish. “Os varejistas precisam projetar seus produtos e negócios em torno de iniciativas responsáveis; aqueles que já estão nesse caminho podem ter vantagem sobre seus concorrentes, tanto nesta temporada de fim de anos quanto no futuro”.
Algumas outras descobertas importantes da pesquisa:
• A tendência de locação de roupas: varejistas de moda com um serviço de locação de peças podem ganhar vantagem competitiva neste fim de ano. Quase um quarto (24%) de todos os entrevistados – e um terço (34%) dos millenials mais velhos – disseram que provavelmente ou muito provavelmente alugarão roupas para as festas desta temporada. Além disso, com as críticas ao desperdício no mundo fashion, o vintage parece ser a nova moda, já que quase metade (48%) dos entrevistados disse que consideraria dar roupas de segunda mão como presentes e ainda mais – 56% – disseram que gostariam de ganhar presentes desse tipo.
• Medidas para combater os furtos de entregas: os consumidores estão cientes do aumento de roubos de pacotes de entregas. Por isso, quase um terço dos entrevistados (29%) disse que usa serviços de rastreamento, notificações e agendamento de entregas, enquanto um quinto dos consumidores (21%) está preferindo fazer as retiradas na loja.
• Maior transparência e comprometimento das empresas quanto à precificação e à segurança de dados pessoais: mais da metade (52%) dos consumidores acha que a responsabilidade das empresas sobre a correspondência dos preços aumenta no fim do ano. Além disso, eles querem que os varejistas, durante o período de festas, aumentem seu compromentimento para garantir a segurança e proteção de seus dados pessoais ao fazer compras on-line.
• Ação de Graças e Black Friday continuam a perder o brilho: o número de entrevistados que afirmam estar menos inclinados a comprar na Black Friday ou no Dia de Ação de Graças aumentou de 50% para 55% na Black Friday, e de 51% para 58% no Dia de Ação de Graças. Entre as razões citadas com mais frequência estão evitar as multidões, curtir os feriados em família e o fato de conseguirem descontos igualmente bons em outros dias.
• Comida saudável para as festas: como estão mais preocupados com a saúde, os consumidores esperam gastar mais este ano em frutas, alimentos à base de plantas e alimentos orgânicos e veganos, enquanto gastam menos em bolos e sobremesas, outras guloseimas e refrigerantes.
Para conhecer algumas das expectativas variáveis dos compradores em 17 cidades dos EUA, clique aqui.
Sobre a pesquisa
A pesquisa Accenture Holiday Shopping traz informações sobre os padrões de compra do consumidor durante o período de festas de fim de ano, com indicações das expectativas de desempenho do varejo, tanto em lojas físicas quanto comércio online, em um momento crucial para o setor. Para o estudo deste ano, a Coleman Parkes Research, em nome da Accenture, conduziu a pesquisa com uma amostra representativa de 1.500 consumidores norte-americanos, cada um dos quais havia comprado um item para uso pessoal on-line ou em uma loja física nos últimos seis meses. Os entrevistados foram divididos igualmente entre sexo e faixa etária, com 20% em cada geração: Z (entre 18 e 20 anos), millenials mais jovens (21-27) e millenials mais velhos (28-37), geração X (38-54) e baby boomers (55 anos ou mais). A pesquisa foi realizada em julho e agosto de 2019.
A Accenture é uma empresa líder global em serviços profissionais, com ampla atuação e oferta de soluções em estratégia de negócios, consultoria, digital, tecnologia e operações.
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Fonte: Jornal Contábil
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