O Brasil enfrenta uma série de mudanças nas leis trabalhistas e tributárias, o que tem aquecido o mercado e aumentado a busca por profissionais do Direito. Prova disso é que os gastos das grandes empresas com serviços jurídicos cresceram 8% em 2019, com uma média de US$ 2 milhões anuais por empresa. Os números são do estudo State of Legal Market, desenvolvido pela Acritas, empresa da Thomson Reuters, multinacional de tecnologia provedora de soluções Fiscais, Tributárias, Contábeis, Jurídicas e de Comércio Exterior.
O relatório teve como objetivo entender a fundo como o segmento jurídico se comportou nos últimos dez anos. Foram estudadas 1750 empresas em todo o mundo, para criar um perfil das companhias jurídicas, a fim de compreender melhor o porte, a composição e a relação entre departamentos legais corporativos e escritórios de advocacia contratados. Os dados foram extraídos de conversas realizadas com dois mil profissionais ao redor do mundo, com questões que buscavam elucidar como se dá a relação entre empresas e escritórios de advocacia, além de conhecer mais a fundo o nível do serviço e o tamanho das equipes.
Dentre os dados apresentados, está o crescimento substancial do segmento no período pesquisado, uma vez que as companhias têm buscado mais apoio ao fechar negócios. Calcula-se que o País conta hoje com mais de um milhão de advogados. O aumento de 8% nos gastos das grandes companhias e o custo médio por empresa de US$ 2 milhões anuais, coloca o Brasil como o nono país que mais gasta com aconselhamento legal em todo o mundo, ficando à frente de países como Japão, que teve uma queda de 5%, e França, que decresceu 8%. Porém, esse aumento da verba não necessariamente fica no Brasil, pois estima-se que 86% das grandes empresas buscam fornecedores estrangeiros para atender às suas necessidades jurídicas, fazendo com que mais de 25% dos investimentos das companhias nacionais sejam alocados para mercados internacionais, principalmente nos Estados Unidos, México, Reino Unido e China.
A pesquisa também trouxe os serviços mais procurados em cada país. Em território nacional, litígio foi a modalidade mais mencionada (32%), seguida por direito do trabalho (26%), societário (23%), tributário (21%) e assuntos regulatórios (19%). Já quando o assunto é inovação, 40% dos departamentos jurídicos brasileiros afirmam enxergar iniciativas em seus fornecedores, com escritórios de advocacia e provedores de serviços jurídicos alternativos (ALSPs) mencionados em proporções iguais. Na comparação com outros países, fica evidente que as empresas brasileiras são mais descritas como inovadoras, uma vez que globalmente apenas um quarto dos ouvidos disseram receber soluções disruptivas dos seus prestadores de serviços.
“A maioria das novas e modernas práticas observadas pelos clientes, de alguma forma, diz respeito à tecnologia e não é surpresa que os departamentos jurídicos brasileiros sejam grandes usuários desse tipo de solução, uma vez que os níveis de adoção aqui são significativamente mais altos do que outros mercados para assuntos como certificados digitais, assinaturas eletrônicas, ferramentas de conformidade e portais da web”, explica José Domínguez, líder de Legal Professionals da Thomson Reuters América Latina.
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Fonte: Jornal Contábil
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