O avanço rápido do novo coronavírus obrigou cidadãos do mundo todo a ficarem reclusos em suas casas. Pode parecer uma recomendação difícil de cumprir, mas, segundo especialistas, a quarentena voluntária é a forma mais eficaz de conter o espalhamento da Covid-19 – ao menos enquanto não existir uma vacina. Apesar de seguir liderando em número de infecções, a China conseguiu zerar recentemente o número de casos de transmissão local em regiões como a de Wuhan, epicentro da doença. Tudo graças a um esquema de isolamento completo, que fechou cidades inteiras e impediu que chineses deixassem seus lares.
Passar mais tempo em casa significa conviver mais tempo com gatos, cachorros e outros animais domésticos. Com a chance de se contrair um vírus que se espalha entre humanos e pode ser mortal, uma preocupação acabou surgindo em pais de pet: afinal, pacientes de Covid-19 podem infectar seus bichos de estimação? Se sim, há chances de que pessoas adoeçam por entrarem em contato com animais infectados?
Vale lembrar, de início, que os coronavírus são uma família família viral conhecida desde a década de 1960 que não abarca apenas o Sars-Cov-2 – ou novo coronavírus, como vem sendo chamado desde o início da pandemia de Covid-19. Há pelo menos 5 coronavírus conhecidos que infectam humanos. Alguns causam sintomas parecidos aos da gripe, mas outros podem levar a síndromes respiratórias mais graves, como a SARS e a MERS.
Certos tipos de coronavírus podem infectar peixes e aves. Outros têm como alvo os mamíferos. Aí que os pets entram. Existem, por exemplo, o coronavírus canino (CCoV) – que podem causar diarreias leves em cãezinhos – e o coronavírus felino. Esse último faz os bichanos sofrerem de peritonite infecciosa felina, doença que pode causar nódulos em órgãos internos e, inclusive, matar. Ambos os vírus são transmitidos entre as próprias espécies e não infectam humanos.
Quanto ao Sars-Cov-2, ainda sobram perguntas a serem respondidas. A OMS (Organização Mundial de Saúde) chegou a informar em seu site de que não era possível que um animal de estimação contraísse o novo coronavírus – mas mudou essa informação à luz de novas evidências.
O que se sabe agora é que, em Hong Kong, um lulu-da-pomerânia de uma pessoa com Covid-19 foi testado como “fraco positivo” para o vírus – ou seja, a carga de material genético viral nas amostras era baixa. Isso, segundo o relatório, pode ser indício de contaminação ambiental (de alguma superfície ou objeto contaminado) e não infecção ativa (com o humano passando ativamente para o bicho). Você pode ler o documento em questão, elaborado pela Organização Internacional de Saúde Animal (OIE, na sigla em inglês), clicando neste link.
O diagnóstico veio no dia 28 de fevereiro, a partir de amostras do focinho e da boca. De início, pesquisadores acharam que o vírus estivesse apenas na parte exterior do bicho. Mas novos testes provaram que havia mesmo infecção. O cão, segundo afirma a OIE em comunicado, não tinha qualquer sintoma da doença. De qualquer forma, ele foi colocado em quarentena. Em Hong Kong, mamíferos que vivam como pets de pessoas infectadas estão sendo colocados em isolamento por ao menos 14 dias.
A OMS é outro órgão a reforçar que, até agora, não há evidências de que cães ou gatos podem ter sintomas de Covid-19, assim como humanos. Da mesma maneira, organizações são taxativas em dizer que não há qualquer indício que uma vez infectados, animais possam passar o vírus à frente, contaminando seus donos. Ou seja, o que se sabe é que pets apenas carregam o vírus. Como não espirram ou tossem, eles servem apenas como reservatórios.
Mas há um outro problema: uma pessoa pode espirrar e contaminar o pelo de seu animal – que, depois, pode ser afagado por um terceiro e deixá-lo doente. É mais ou menos o que acontece com o compartilhamento de objetos, como copos e talheres, ou contato com superfícies contaminadas de antemão. Como você leu na SUPER, o novo coronavírus pode permanecer em superfícies por até 3 dias.
É por isso que, ainda que não exista transmissão direta, a recomendação é evitar contato. Segundo o Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), agência do Ministério da Saúde dos Estados Unidos, o ideal é pedir a outro membro da família para cuidar dos animais enquanto o dono estiver doente.
“Se você está doente com a COVID-19, evite o contato com seu animal de estimação, incluindo acariciar, aconchegar-se, ser beijado ou lambido e compartilhar alimentos”, diz o órgão, em seu site. “Se você precisar cuidar do seu animal de estimação ou ficar perto de animais enquanto estiver doente, lave as mãos antes e depois de interagir com os animais e use uma máscara facial.”
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Fonte: Jornal Contábil
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