Na exportação, alguns segmentos encontram dificuldade para encontrar mercado. Prejuízos para os importadores são causados pela alta dos preços de insumos e da cotação do dólar
Os impactos da crise causada pelo novo coronavírus são observados em escala global. Depois de desestabilizar o mercado na China, a pandemia avançou com força pela Europa e agora, atinge em cheio os EUA. No Brasil, o cenário de incertezas gerado pelo avanço da doença trouxe prejuízos para os pequenos negócios que atuam no mercado internacional. A alta do preço dos insumos e da cotação do dólar, bem como a dificuldade de alguns segmentos exportadores de encontrar mercado para itens de consumo considerados não-essenciais, exige dos empreendedores uma elevada capacidade de negociação com clientes e fornecedores.
Para os pequenos negócios importadores, a falta de insumos é uma das maiores preocupações, em especial para as empresas que atuam na indústria de base tecnológica. A melhor forma de enfrentar o problema é negociar prazo, preço e entrega com fornecedores com os quais já existe um relacionamento bem estabelecido. Outra dica é procurar novos parceiros e ofertas nas plataformas de marketplaces, buscando simultaneamente fornecedores do produto no mercado nacional.
De acordo com a coordenadora de agronegócios do Sebrae/PR, Maria Isabel Guimarães, as empresas precisam planejar seus recursos para o fluxo de caixa, a logística de entrega dos produtos e até mesmo com a fiscalização de produtos perecíveis pelos órgãos responsáveis em cada país, uma vez que a operação no mercado internacional tende a ser mais complexa. Mas ela ressalta que, apesar dos temores dos produtores, há demanda tanto no mercado interno quanto externo.
“Existe uma grande necessidade por insumos relacionados à alimentação, por exemplo, tanto no Brasil quanto fora. Com a queda na produção, existe um mercado a ser explorado pelos pequenos negócios. Então, cabe aos empresários buscar novos compradores, oportunidades de vendas, parcerias e negociações. Nessa hora, o produto de qualidade pode se destacar”, ressalta ela.
No Paraná, a Associação de Pequenos Produtores de Ginseng de Querência do Norte, no noroeste do Estado, realizou novas exportações de ginseng para o Japão na última semana e também começou levar seus produtos para a França. Ao todo, foram exportadas 5 toneladas do produto. Segundo o sócio-diretor da Associação, Misael Jefferson Nobre, por conta da crise do Coronavírus, as vendas para a China e as conversas com a Itália foram interrompidas, porém já há conversas com empresas da Alemanha e dos Estados Unidos para que o produto seja levado para esses países. Porém, Misael relata que ainda é necessário ampliar a capacidade de produção da Associação para atender a esses países.
“Temos um produto que é visto como diferenciado por conta de sua raiz e que despertou o interesse de muitas empresas estrangeiras. Aqui no Brasil ainda temos mais dificuldades em comercializar por conta do valor mais elevado do produto em relação a outros nacionais. Tivemos uma queda na produção por conta da seca, mas temos conseguido superar as dificuldades mesmo com a pandemia por conta da demanda crescente de países que foram menos afetados”, explica.
A associação conta hoje com 21 produtores de ginseng e deve ser ampliada no futuro para ampliar a capacidade de produção que pode chegar a 600 toneladas ao ano. A Associação também busca o registro de Indicação Geográfica (IG) para reconhecer o produto como único no mercado nacional.
O ginseng de Querência do Norte chama a atenção por ser só composto por raízes, parte da planta que contém propriedades medicinais. Crédito: Divulgação
O ginseng é uma planta que possui propriedades medicinais. O ginseng de Querência do Norte é orgânico e plantado de maneira sustentável às margens do rio Paraná. O produto se diferencia em relação aos demais por ter coloração mais amarelada e ser composto apenas por raízes, parte onde estão suas principais propriedades. De acordo com Misael, outros ginsengs incluem o caule e folhas da planta em sua composição.
Segundo estudo do Sebrae feito em 2019, mais de 40% das empresas exportadoras brasileiras eram micro e pequenos negócios e foram responsáveis por vendas externas no montante de US$1.239 milhões (em 2018). Desde o início do avanço da pandemia, o Sebrae tem disponibilizado uma série de conteúdos específicos para apoiar as micro e pequenas empresas que atuam no mercado internacional, abordando temas relacionados à gestão, mercado, inovação/tecnologia.
Resolução elimina impostos
Em abril, o Governo Federal, por meio da Câmara de Comércio Exterior, do Ministério da Economia, anunciou que foi zerada a alíquota do Imposto de Importação de equipamentos de proteção e higiene, como vestuário unissex de proteção, máscaras de papel/celulose, sacos de eliminação de resíduos de risco biológico, dentre outros itens. A medida faz parte de um conjunto de ações que vêm sendo adotadas pelo Brasil no enfrentamento à pandemia do Covid-19.
Por Assessoria de Imprensa Sebrae
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Fonte: Contabilidade na TV
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